Virada - Capítulo 16

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— Que bom que viemos comer juntos. — Lua segurou sua bolsa entre os ombros, Micael sorriu. Tomavam um sorvete após saírem do restaurante.

— O restaurante é do meu pai. — Riu leve.

— Como se eu não tivesse vindo aqui, a alguns anos atrás. — Se referiu a Sophia.

— Lembra quando fizemos o aniversário dela aqui? — Nem se tocou que havia tocado no assunto da ex.

— Como lembro. — Lua riu. — Sophia ficou desesperada, pediu um Muffin de chocolate mas a menina da frente tinha comprado primeiro.

— E os cozinheiros tinham parado de fazer os Muffins. — Micael deu meio sorriso, que morreu após lembrar dos traços de Sophia.

— Você está legal?

— Não era pra termos tocado nesse assunto!

— Mas tocamos. — Lua respirou fundo. — Ela está bem abalada, não é mais a mesma Sophia.

— Que bom!

— Não é nada bom.

— Estou seguindo minha vida, Lua. Assim como ela deve seguir a dela.

— Por que não conversam como pessoas normais? E não dois adolescentes em crise! — Exaltou cansada. — Estou cheia de ter que escutar Sophia choramingar, feito um cachorro esperando seu dono.

— Acontece que eu não sou dono de Sophia.

— Mas ela quer que você seja. — Lua parou de andar focando o olhar em Micael.

— Que porra, Lua! O que está querendo dizer?

— Olha, sei que eu estou sendo muito falsa em contemplar com isso, mas... — Gesticulou. — Dê o troco, brinque com a cara de Sophia também.

— An? — O moreno franziu a sobrancelha, querendo realmente saber.

— Dê a sua vingança, de um modo que ela fique em suas mãos.

— Eu não sou de fazer isso.

— Mas agora vai fazer! — Sorriu, confiante. — Pense bem e use sua criatividade. Não é atoa que o restaurante do seu pai vive cheio.

— Está me cantando, senhora Blanco? — Micael riu, Lua bateu em seu braço levemente.

— Você sabe que somos amigos. E se um dia eu for pra cama com você, é porque eu estava bêbada demais ou me drogaram em alguma festa. — O moreno gargalhou.

— Certo. — Pararam em frente a agência de Lua. — Até breve.

- Obrigada por hoje, até mais. — Se despediram, Micael viu Lua passar pela porta de vidro e subir a enorme escada que havia.

Seu peito doía só de lembrar, quantas vezes não subiu aquela escada para levar rosas a Sophia? Ou então, cartões com frases românticas. Balançou a cabeça decretando que aquilo saísse de sua mente.

E decretando que a idéia de Lua entrasse. Só não sabia como e por onde.

Sophia trabalhou mais um pouco, junto com Lua que não disse nada sobre onde estava. Se contasse, Sophia arrumaria a terceira guerra mundial com ela. O horário finalmente tinha batido, a loira arrumou suas coisas e passou por Mel, deu um beijo demorado no topo de sua cabeça e saiu, apenas acenou a Lua.

Pegou um táxi indo embora, mexeu no celular enquanto não chegava em seu apartamento, estava um pouco cansada e entediada. Quando chegou deu graças a Deus, pegou o elevador e subiu indo até o seu andar, sentiu o cheiro de essência que seu apartamento tinha. Pura paz! Jogou a bolsa no sofá e logo seu corpo, pegou novamente seu celular vendo que agora vibrava irritante.

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