Sophia aguardou que Micael se distraísse com algo e foi ao banheiro, desesperada. Ao abaixar o short que usava constatou que a macha vermelha estava ali, muito forte e isso fez seu coração bater a mil.
Não podia perder seu bebê, era seu filho e sua única chance de manter Micael ali perto. Abandonou o short e foi tomar banho, precisava se limpar e contar a ele, para que juntos fossem ao hospital.
O banho foi rápido, ela correu e vestiu outra roupa, chegou a sala e Micael mexia no celular sorridente, não queria imaginar com quem ele estaria falando. Se sentou ao seu lado e ele a olhou desconfiado, seu sorriso se fechou.
- Micael, precisamos ir ao hospital. – Disse direta e ele arregalou os olhos.
- O que aconteceu? – Falou algumas oitavas acima de seu tom. – Sophia, o que aconteceu.
- Tive um sangramento, vamos logo. – Se levantou e ele praticamente correu para juntas suas coisas e sair de casa com a ex-namorada. Não demoraram a chegar no hospital, Sophia já estava mais tranquila enquanto Micael ficava a cada minuto mais frenético.
- Olha, se acontecer alguma coisa com meu filho... – Ele não terminou a frase e ela a encarou. Estavam sentados na sala de espera da ginecologista e obstetra que a atende desde que ficou menstruada a primeira vez.
- Você vai me culpar? – A encarou sério. – Você vai jogar a culpa pra cima de mim?
- Jura? – Debochou. – Você tinha acabado de jurar pela vida do nosso filho. Jurar uma coisa que com certeza não é verdade, senão a gente não estava aqui.
- Até parece que você acredita nesse tipo de coisa. – Rolou os olhos. – E eu não menti. – Sophia cruzou os braços e ficou em silencio, Micael continuou ao seu lado, porém nada disse também.
Sophia foi chamada pra realizar exames e demorou bastante na sala com a medica. Micael impaciente andava de um lado para o outro na sala de espera, não tinha mais unha, já tinha roído todas. Quando finalmente Sophia saiu do consultório ele praticamente correu até ela.
- E então, como está o bebê? – Sophia olhou em sua direção e em seguida foi se sentar.
- Fizemos uma ultrassonografia e ele está aqui ainda. – Respirou aliviada. – A transvaginal temos que esperar o resultado.
- E quando sai? – Perguntou com preocupação. Mas dois enfermeiros chegaram perto e Sophia assentiu. – O que aconteceu?
- Vou ficar internada hoje, em observação. O resultado sai de manhã. – Disse e foi andando com os enfermeiros. Agora Micael não sabia o que fazer. Não sabia se poderia passar a noite com ela, se devia ir embora... Optou por esperar. Esperou por muito tempo, horas a fio.
- EU preciso falar com a Sophia Abrahão. Saber como ela está. – Disse a moça da recepção que apenas o olhou e digitou em seu computador.
- Sophia Sampaio Abrahão ou Sophia Rocha Abrahão? – Ela ergueu uma sobrancelha e ele logo se prontificou a responder.
- Sampaio. – Mais alguns instantes e ela o encarou novamente.
- Sophia está internada no quarto quatrocentos e quatro. Tem direito a um acompanhante, o pai do bebê ou a mãe dela. Você é algum dos dois. – Micael rolou os olhos.
- O pai do bebê. – Bufou e a mulher riu, já estava imaginando aquela resposta.
- Você precisa fazer um cadastro. Preciso da sua identidade. – Micael rolou mais uma vez os olhos e abriu a carteira a procura de seu RG. Entregou a mulher que digitou algumas coisas, mas logo o entregou um adesivo de visitante e o deixou subir.
Chegou ao quarto e Sophia estava acordada olhando para a barriga. Assim que entrou, a mulher sorriu. Estava com uma agulha em seu braço direito, tomando soro. Aquilo parecia incomodar.
- Você ainda está aqui... – Disse sorridente. – Pensei que tivesse ido embora.
- Claro que não, é meu filho. – Seu sorriso se fechou um pouco, no fundo esperava que toda aquela preocupação se estendesse a ela também. - Como está se sentindo?
- Estou bem, um pouco preocupada, mas bem. Nosso bebê vai ser forte como você. - Sorriu a Micael que retribuiu. - Logo, logo alguém vem trazer os resultados desses exames.
- Provavelmente vai ter que ficar de cama durante a gravidez. - Deu de ombros como se não fosse nada demais e Sophia arregalou os olhos.
- Nem brinca com isso. - Disse um pouco agitada. - Eu tenho a minha vida pra cuidar, eu trabalho, tenho minha casa, meus amigos.
- Você tem um bebê na sua barriga, está é a sua prioridade. - Chegou perto segurando a sua mão.
- Micael, eu tenho contas a pagar. Água, Luz, condomínio, cartão de credito, conta do celular. Eu não posso simplesmente parar de trabalhar do nada.
- Se for o necessário, você vai parar. Nem que eu pague todas as suas contas. - Falou com tamanha naturalidade. Sophia ia responder, mas na hora viu duas mulheres chegando. Uma era Lua e a outra, infelizmente Luana. A morena chegou e bateu os olhos na mão de Micael que segurava a de Sophia. Ele imediatamente largou. - O que fazem aqui? - Perguntou extremamente surpreso.
- Como assim? Eu vim ver a minha amiga e meu afilhado. - Lua falou como se fosse obvio. - Luana estava na empresa e quando eu contei o ocorrido perguntou se podia vir visitar.
- Eu quis dizer, aqui dentro! - Micael não sabia o que fazer. - A recepcionista falou que só o pai do bebê ou a avó podiam entrar.
- Isso é pra ser acompanhante, ficar aqui a noite. Visitar qualquer um pode. - Lua deu de ombros e focou em Sophia. Luana ainda não tinha dado nenhum pio.
- O que aconteceu amiga? Como está? - A voz urgente de Lua tirou Micael do transe. Ele olhava fixamente para Luana.
- Estou bem agora. Tive um sangramento, estou esperando o resultado do exame, nada demais. - Sophia tinha um ar de tranquilo, mas no fundo era só preocupação.
- Que bom! - Foi a voz de Luana que ecoo/u pelo quarto, ganhando atenção.
- Que bom? Larga de ser falsa. - Sophia disse com naturalidade. - Tá aqui pra que? Marcar território?
- Sophia, pelo amor de Deus. - Foi Lua quem interviu.
- Vim aqui porque me preocupo com o bebê. - Deu de ombros e Sophia bufou.
- Você quer mais é que meu filho morra para que o Micael não tenha mais nenhuma ligação comigo. - Se ajeitou na cama, a cara de Luana era de surpresa. - Não faz essa cara de sonsa não.
- Olha aqui, eu me preocupo com a saúde do meu enteado sim. - Micael a encarou com olhos arregalados.
- Enteado? - Não sabia o que falar.
- Precisamos conversar, Mica. - Ela disse pra provocar a Sophia.
- Acho que não é um bom momento. - Encarou a mãe de seu filho. - Meu filho precisa de mim. Pode ser depois?
- Aham, claro. - Não estava nem um pouco satisfeita. - Pode ser depois sim. - Saiu do quarto sem nem dizer tchau.
- Da próxima vez, não ouse trazer essa mulher pra perto de mim ou do meu filho. - Sophia disse séria olhando Lua.
- Ei, eu não ia dizer pra ela ficar lá. Coitada. - Deu de ombros. - Eu não tenho culpa se vocês disputam o mesmo homem.
- Ninguém me disputa, Lua. - Micael interviu. - Podemos tomar um café?
- Vão me deixar sozinha aqui? - Fez bico e arrancou risos dos dois.
- A senhorita não vai morrer. - Lua deu um beijo em sua testa. - A gente já volta.
Micael precisava de conselhos, precisava decidir o que fazer de sua vida e realmente não tinha ideia.
Como tudo em um momento era lindo e simples e agora ele tem que decidir se fica com a mulher que jurou amar por toda vida ou com a mulher que havia acabado de conhecer, mas que já tinha imensa admiração?
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Virada (CANCELADA)
RomanceE quando você encontra a pessoa perfeita, mas descobre que ela não é? Quando encontra o amor da sua vida, mas aparentemente a pessoa não sente o mesmo? São as duvidas que assolam a vida do nosso jovem Micael, que se apaixonou por uma linda mulher...