Virada - Capítulo 34

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Micael saiu às pressas de seu apartamento, os pneus do carro cantaram quando o moreno saiu do estacionamento, não podia demorar. Dirigiu feito um louco pelas ruas do Rio de Janeiro, estava suando frio e tentando ligar a todo momento para Sophia.

Mas ela não atendia.

— INFERNO! — Gritou, virou o volante. Faltavam duas quadras pra chegar.

Viu o condomínio da ex, entrou rápido indo até o elevador, socou os botões e viu que nunca chegava, decidiu ir pelas escadas. Correu feito um doido, estava sem fôlego quando chegou na porta de Sophia abrindo rapidamente.

— Sophia, Sophia. — Correu até ela vendo a mesma agachada, tinha as mãos na barriga e suas pernas sangravam. — Vem, vamos! — A pegou no colo.

— MICAEL, FAZ ALGUMA COISA. — Estava chorando de desespero. — Isso não...

— Vai ficar tudo bem, vai sim. — Estavam desesperados, Micael socou mais uma vez o botão do elevador que se abriu, os botões sujos de sangue agora. Se deixasse ela mais desesperada, as coisas não terminariam bem.

Correu até o carro colocando Sophia no banco de trás, tinha o corpo virado enquanto dirigia feito um louco novamente, tentava acalma-la.

— Tá doendo. — Grunhiu segurando a barriga. Aquilo partiu o coração de Micael.

— Calma, meu amor. Eu to aqui. — Segurou nas mãos de Sophia. — Vai ficar tudo bem.

Em meio ao desespero, Sophia nem reparou que Micael tinha a chamado de Meu Amor, apenas relevou, sua barriga doía demais e o sangue sujava o banco de couro do carro.

Finalmente chegaram ao hospital, o moreno não se aguentou gritando ao sete ventos, pediu pra que alguém acudisse Sophia, e logo dois enfermeiros vieram, colocando a mesma em uma maca e levando até algum quarto.

Micael tinha as mãos no rosto, estava nervoso, com as mãos e blusa cheias de sangue, era o seu filho, tudo tinha que ficar bem. Andou de um lado para o outro.

— Senhor, precisa de ajuda? — Uma enfermeira a parou.

— Sophia, está lá dentro... — Não conseguia dizer. — Por favor, me ajude. Em qual quarto?

— Só um minuto. — a mulher foi até o computador, pesquisou rápido. — Está no trezentos e cinco, mas não pode entrar.

— POR QUE NÃO?

— Senhor, se acalme!

— MINHA MULHER ESTÁ LÁ DENTRO, VOCÊ QUER QUE EU TENHA CALMA? — Estava gritando.

— Senhor, pare de gritar ou seremos obrigados a tirar o senhor daqui.

— Nem que me mate. — Silabou, cerrava os dentes. — Eu quero ver a Sophia!

A enfermeira respirou fundo, pegou o telefone e ligou para algum lugar, trocou breves palavras e liberou Micael para que subisse.

O moreno quase correu até o elevador, estava disparado enquanto via os números correr na telinha, a porta se abriu e ele se pôs até a madeira com trezentos e cinco, indicando na frente. Abriu vendo Sophia, tinha uma agulha no braço e estava sonolenta, não sabia realmente o que aconteceu.

— Soph, Soph. — A chamou beijando sua testa. — Está tudo bem, você está melhor? Eu estou aqui com você. — Sorriu, seus olhos enchiam de lágrimas. — O que aconteceu? Você caiu?

— Luana foi até em casa, eu não sei como me achou. — Cerrou os olhos. — Senti uma dor imensa na barriga, fui jogada contra a parede. — Se lembrava dos flashes. — Foi horrível.

— Jogada contra a parede? Luana foi até lá? — Se Micael se transformasse, ele seria o Incrível Hulk no momento, quebrando tudo que fosse possível.

E se Luana fosse um homem, até sua cara.

— Eu não quero falar sobre isso.

— Eu estou fora de mim! — Estava mais nervoso ainda. — Aquela filha da puta, ela não podia. ELA NÃO PODIA!

— Micael, acalme-se. Está tudo bem, como você disse. — Piscou rápido. — Eu quero ir embora, o médico fez uma ultra rápida, está vindo logo.

E falando em médico, o homem alto entrou no quarto, sorriu aos dois com uma prancheta nas mãos. Micael queria pular em cima dele e arrancar suas palavras.

— E então, está tudo bem com ela? — Os dois aflitos, Micael muito mais.

— Fizemos o exame e não conseguimos... Não conseguimos localizar o feto, você perdeu muito sangue. — Sophia se gelou enquanto suas lágrimas caíam, descontroladamente.

— Doutor... — Micael grunhiu chorando, estava descontrolado.

— Você sofreu um aborto espontâneo! Eu lamento.

Virada (CANCELADA) Onde histórias criam vida. Descubra agora