Capítulo 30

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P.O.V. »»»» NINA »»»»»»»»»»»


 Caminhei para fora daquele lugar. Sai dali olhando apenas para o chão. Não queria ver novamente aquelas pessoas penduradas e a carnificina daquele lugar. Quando passei pela porta pude respirar fundo. Haviam alguns homens parados na porta, juntamente com o Gael, Carlos e o tal Pedro que por sinal é gato que chega a doer minha pobre alma mortal. Passei a língua nos lábios que estavam secos. Se eu não tivesse toda zoada e machucada, perguntaria para este Pedro se eu posso lambê-lo todinho. Minha nossa, ele deve ter um sabor maravilhoso.

Os três me olharam de cima abaixo e minhas bochechas arderam. Esqueci que estou de calcinha e sutiã. Desviei meus olhos dos corpos sarados e sem camisa da minha frente e procurei alguém que pudesse me ajudar.

- Será que alguém poderia conseguir algo para aquecer os meninos? Pergunto olhando para todos os lados para ver se alguém se manifestava. Para a minha surpresa todos os homens que estavam de cabeça baixa deram um passo para a frente e tiraram os seus ternos.

Isso me comoveu, eu não esperava esta atitude deles.

- Obrigado! Só preciso de dois.

- Eu ajudo a senhora! - o Erick se aproximou cauteloso.

- Erick, por favor levanta a cabeça, não quero que fique perto de mim com a cabeça baixa. - ele levantou o olhar e ficou espantado com o que viu no meu rosto. Droga! Devo estar pior ainda.

- A sua boca está sangrando senhora. - ele pegou um lenço do bolso do paletó e se aproximou de mim passando delicadamente no canto da minha boca do lado que o Alex bateu, uma pontada de dor me fez encolher. Me comovi com sua gentileza. Um homem tão grandalhão, coberto de músculos e com uma cicatriz tão feia no rosto sendo delicado com uma mulher, aqueceu o meu coração. Estes dois dias só tenho me ferrado com os homens, todos tentando me dobrar para conseguirem algo. Só queria um poco de aconchego e poder lamber as minhas feridas.

- Já não disse que ninguém pode encostar nela, PORRA! - ouvi um rugido atrás de mim, os pelos da minha nuca se arrepiaram. Desta vez ele realmente estava com uma nota mais feroz na voz do que quando ele falou comigo lá dentro. Os meninos se mexeram no meu colo e eu amaldiçoei todos os antepassados do Alex. Que idiota!

O Erick afastou a mão do meu rosto e abaixou a cabeça para este filho da puta. Isso me deu mais raiva. Me virei e o olhei. Assim que seus olhos pousaram em mim, ele os arregalou surpreso. Inferno! Meu rosto deve estar uma bagunça. Olhei para o seu rosto, sua bochecha ainda estava com as marcas dos meus dedos bem vermelho sangue, para quem quisesse ver que eu o acertei bem ali. Isso me fez sentir bem.

Nunca fui uma mulher de violência, ainda mais estas gratuitas onde alguém tenta passar por cima do outro como se fosse um trator. Talvez seja isso que o Alex seja, um trator e eu não vou ficar e esperar ele passar por cima de mim e me aniquilar por completo.

Ele fez uma careta, parecendo que estava com dor e deu um passo na minha direção. - Não ouse se aproximar. - digo com raiva. - O Erick apenas estava tentando consertar o estrago que você terminou de fazer no meu rosto. - escutei um sonoro (Hoo!..) vindo dos homens as minhas costas. Droga! O Alex olhou para além de mim e estreitou os olhos. Me virei com medo do que estaria acontecendo.

Poxa! Por isso eu não esperava. Os homens que estavam com as cabeças abaixadas até á pouco, agora estavam com os olhos fixos em nós. Hora em mim, hora no Alex. Vi o Gael olhar espantado para ambos os lados, o Pedro e o Carlos faziam os mesmos gestos só que mais frenéticos. A tensão entre todos ficou palpável, senti que a qualquer momento eles sacariam suas armas e atirariam no Alex. Meu sangue gelou.

Ele é um idiota más não desejo a sua morte.

- Abaixem a cabeça AGORA! - o Alex gritou e todos continuaram o olhando fixamente sem piscar. Sem mexer um músculo apenas. - Vocês estão se esquecendo a quem devem obediência? - ele sacou as suas duas armas no coes da calça e apontou para os homens na nossa frente. Nenhum deles se mexeu para sacar as suas armas e apontar para o Alex, simplesmente continuaram o olhando fixamente.

Parecia um protesto silencioso contra ele, ter me batido. Um desafio para que faça algo. Não entendi o porque deles arriscarem as suas vidas para me defenderem, eles nem me conheciam, como poderiam?

Me senti culpada, a vida deles valia muito para mim. Eles me salvaram e não me perdoaria se algo acontecesse com eles. - Por favor! - eu disse num fio de voz. - Não arrisquem suas vidas por mim, eu não valio isso. - todos os 15 pares de olhos me fitaram ao mesmo tempo. Eles nem se preocupavam com as armas do Alex apontadas para as suas cabeças, como se estivessem resignados para morrer a qualquer momento. O Carlos, Gael e Pedro, permaneceram em silencio observando a interação do Alex com os outros homens. Achei que eles sacariam as armas para ajudar o Alex, más isso não aconteceu. Ele está sozinho e deve provar algo.

- Eu estou bem! Por favor abaixem as cabeças e vamos para casa descansar. - eu disse me resignando a situação que se apresentava. Afinal, o Alex é que comandava este bando de homens fortemente armados. Eu não posso ficar me metendo. Minha consciência pesou e meus olhos se encheram de lagrimas.

Como num comando silencioso que somente eles tinham acesso, todas as cabeças abaixaram-se juntas, assim que eles perceberam as minhas lágrimas.

- Obrigada! - eu disse e me silenciei de vez. Não olhei para traz para ver se o Alex havia baixado as armas, não quero ter que olhá-lo nas fuças nunca mais. A atitude destes homens me fizeram bem, mesmo eles arriscando as suas vidas, confiaria a minha á eles. Eu Só queria proteger estes dois anginhos nos meus braços. Não quero mais mortes.

Continua.... 

Aí que festa, dos tapas na cara, desordem e mortes!

Estão gostando? Espero que sim!

Bjokas!

Faby Cruz 

Herdeira de Sangue - Origem da Mafia #watty2018Onde histórias criam vida. Descubra agora