Capítulo 33

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»»»»NINA»»»»»


 - Valentina, acorda! Já estamos chegando. - ouço o meu nome ser pronunciado más estou tão cansada, que me recuso abrir os olhos. Sinto algo passar pelos meus cabelos num carinho gostoso, gemo satisfeita. - Isso é bom. - digo sem saber ao certo a fonte do gesto.

- É bom saber que você gosta de carinho nos cabelos. - sinto uma respiração passar por minha orelha e meus cabelos.

- Seus cabelos tem um cheiro magnifico. Sabia? - ai meu Deus! Arregalo os olhos e dou de cara com os olhos verdes mais cintilantes que já vi. Alex me observa com uma das mãos passando em meus cabelos.

- Não se aproxime, não me toque!

- Você estava gostando linda! - ele diz num tom de sarcasmo e isso me irrita mais ainda.

- Chegamos senhor. Precisamos checar à área e depois vocês podem sair. - o Érick e o Antony saem do carro nos deixando sozinhos.

Obrigo a me desvencilhar dos olhos do Alex, ele continua com as mãos nos meus cabelos. Tento fingir que isso não significa nada. Olho em volta para me localizar. Estamos no centro da ilha de Florianópolis. Conheço bem esta área, moro a 20 minutos daqui. 

Do meu lado esquerdo está um dos hospitais particulares mais caros da cidade. Do outro lado está o mar e em seguida o continente onde fica acidade de São José. Para chegar ao continente as únicas fomas são de barco ou atravessando a ponte Hercílio Luz. Hum... sorrio internamente. A ponte fica linda nas festas de fim de ano. A ilha de Florianópolis não é tão povoada, aqui, o que mais predomina é a natureza e esportes radicais.

- Valentina. - ele diz meu nome e um arrepio me percorre. Continuo olhando pela janela sem me mexer ou olhar para ele. Ele suspira fundo. - Só não quero que fique um clima ruim entre agente.

Sinto as minhas orelhas queimarem. - Como você ousa? - me viro e encaro seus olhos. - Quem você pensa que sou? Por acaso acha que, o que fez comigo é digno de compreensão da minha parte? Você nos tirou de lá e agradeço por isso. Principalmente por ter eliminado aqueles filhos da puta da face da terra.

- Faria isso por você quantas vezes fosse necessário. Te salvaria mil vezes se você precisasse.

Eu sorrio com sarcasmo. - Não sei qual é o seu jogo. Más sei que você jamais teria entrado naquele inferno somente para me salvar.

- Você está enganada Valentina, eu seria capaz de qualquer coisa para manter você viva e bem!

Abro mais o meu sorriso sarcástico. Os machucados no meu rosto repuxam e dói e não ligo. Ele olha para a minha boca e mantêm os olhos nela. - Realmente não conheço você nem os homens que você chama de soldados, más conheço uma pessoa mesquinha assim que á vejo. E você Alex. - digo seu nome com desprezo. - É um mesquinho, arrogante. Vou esperar para ver até quando você vai continuar fingindo que se importa comigo ou com as pessoas que você resgatou daquele cativeiro sujo.

Ele estreita os olhos e suspira resignado. Parece que acertei exatamente. O resgate tem algo a ver comigo ou com meus primos, ele não fez aquilo tudo por desapego ou porque se importa. Algo ele quer muito, e estamos envolvidos.

Ele desce do carro sem dizer nada. A porta é aberta e o Alex se próxima de mim. - Me dê um dos meninos para você descer.

- Não preciso de ajuda! Eu faço sozinha. - coloco os pés para fora e seguro os meninos com força para não caírem. Sinto uma vertigem me atacar más balanço a cabeça para tentar afastar este mal estar.

- Valentina você está debilitada. Deixe que eu carregue os meninos. - seu tom de voz é de desagrado. Não está acostumado a não ser obedecido.

- Você é o único culpado de eu estar me sentindo tão mau assim. - ele me olha sem expressão alguma. - Não confio em você perto destes garotos e muito menos de mim. Por favor mantenha a distancia de nós. - seus olhos flamejam de algo que não consigo decifrar e nem quero tentar. Só preciso deitar um pouco e descansar. Só que não confio em ninguém para ficar com estes garotos.

Olho para a construção do hospital e um aperto no peito me comprime a respiração. - Meu primo está aqui?

- Sim! Aqui tem o melhores tratamentos. Ele está sendo bem cuidado.

- Porque ele não está no hospital municipal? Não temos condições de pagar este lugar.

- Não se preocupe com dinheiro. Ele terá o melhor tratamento que o dinheiro pode pagar. - ele dá de ombros como se a pequena fortuna que imagino que está gastando não fosse nada.

Me ajeitei com os meninos nos braços e segui para dentro do hospital. Me senti constrangida com os olhares direcionadas na nossa direção. Estou com apenas uma camiseta que mal cobre minhas partes intimas, descalça e provavelmente descabelada. Ainda para piorar, este grupo dos horrores estou cercada por oito homens enormes e mal-encarados. Fingi que não era comigo e segui em frente. Preferi não dar importância. Sou uma sobrevivente, consegui passar as piores 24 horas de todos os dias da minha vida.

O lugar era extremamente chique e sofisticado. Não parecia um hospital. Deixei que o Alex resolvesse na recepção os dados e pagamento dos atendimentos sem me importar com os detalhes. Não adiantaria nada a minha presença ali, já que a minha bolsa com dinheiro e documentos foram tirados de mim quando chequei naquele maldito galpão. 

Continua...

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Que delicia! A Nina não dá moleza para o Alex. 
Ele está tentando conquistar a confiança dela, só que a bichinha é osso duro.

Este mafioso tá fodido!

Obrigado por vir!

Faby Cruz

Herdeira de Sangue - Origem da Mafia #watty2018Onde histórias criam vida. Descubra agora