Capítulo 16

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 Um barulho na porta, prende a minha atenção. Alguém estava prestes a entrar. Ficamos na expectativa e esperança de ser a nossa salvação. Prendo os meus olhos na maçaneta. Alguma coisa boa tem que acontecer para sairmos daqui, antes que estes psicopatas resolvam nos matar ou alguma outra coisa pior.

A maçaneta é virada, um ranger nas dobradiças e a porta é forçada e aberta. A luz artificial das lampadas acesas do lado de fora ilumina um pouco mais o nosso carcere, podemos ver a silhueta de dois homens de terno. Estreito meus olhos para ver se eu consigo reconhecer um dos dois. Mas não são os nossos salvadores e sim o mais alto é o cara de rato que me bateu na sala medica. O outro é um pouco mais baixo, cabelos bem penteados para traz com as mãos no bolço dianteiro das calças, parecendo ser mais velho e perigoso.

Eles entram e nos rodeiam uma a uma, passando entre nós. Me sinto enojada. Homens horríveis. O homem com a aparência mais velha analisa uma por uma como se estivéssemos em uma prateleira de supermercado, sendo analisadas por nossos atributos. Sinto um arrepio na minha coluna, uma mão quente passa por minhas costas e bumbum.

- Adorei ver você amarrada. Muito linda. - argh! esta voz nojenta eu conheço. - Você é Nojento! – digo para o maldito cara de rato e meu estomago revira de nojo.

- Esta aqui é bem bonita. – diz o homem mais velho fazendo uma rotação de 360° em volta de mim.

– Foi ela que matou um dos soldados na sala médica com um soco na traqueia. E é bem nervosinha. Não sei se serve para o seu proposito.

Meu Deus eu matei mesmo aquele homem. Tento buscar na mente as imagens do momento que soquei a garganta daquele bastardo. Realmente depois que soquei a sua garganta, ele não se mexeu! Como eu poderia saber que ele morreria com aquele soco? Eu só queria me defender do seu agarre, me libertar desta situação horrível que nos encontramos. Nem aqui e nem em um milhão de anos eu imaginaria as consequências de um soco na garganta acarretaria em morte. Sempre fui uma pessoa pacifica e de bem. Mas era ele ou eu e, aquele idiota sabia dos perigos de se envolver numa organização criminosa. Afinal, ele não era nenhum inocente, sabia dos riscos e o preço a ser pago. E quero sair daqui com minha prima e quero libertar estas moças.

- Adoro as bravinhas para os meus jogos, me daria muito prazer em te ensinar a ser uma submissa obediente e dedicada ao seu amo. Mas hoje vou levar só o que te encomendei.

- Sim é claro, ela está aqui. Venha! - diz o cara de rato para o velho asqueroso. Mas antes de se afastar de mim o cara de rato me dá um tapa na minha bunda e sai. Não digo nada, ainda estou com os dois lados do meu rosto doendo por causa dos tapas e socos que levei, fora o desgaste físico que não está ajudando muito. Vou guardar energia para uma oportunidade de fugir.

Os dois merdas vão em direção a Ana Clara, o velho fica atrás dela e alisa o seu longo cabelo vermelho.

- Linda, uma ruiva de verdade com sardas e um corpo perfeito. Sexy!

- Sim, e, é virgem. Vale cada centavo cobrado.- diz o nojento ao lado do velho asqueroso. Espera. Como eles sabem que ela é virgem? Ai meu DEUS! Será? Não, me recuso a pensar numa coisa destas. Ai não só pode eles.... Não, isso seria covardia demais usarem aquela sala médica para fazer exames? - Sim, sua burra, é isso que eles fazem lá, além de esquartejar algumas pessoas. Uma vozinha em minha mente se diverte. Más comigo eles não fizeram o exame para saber se sou virgem. Ou fizeram? Ai! Eu estava desmaiada. Por isso não me lembro!

Uma lágrima caí sem controle. Não quero imaginar o que eles fizeram com meu corpo enquanto eu estava desacordada. E minha prima? Me viro e a olho, ela está com o rosto abaixado, imoveu. Por isso que ela está em silencio. O que será que fizeram com ela?

- É verdade, vai ser um presente e tanto. E, é tão cheirosa!. - fala o bastardo velho, passando as mãos nos cabelos da Ana Clara e se inclinando para cheira – la. Sua voz nojenta me tirou do meu esforço em busca de alguma lembrança dos momentos que fiquei desacordada naquela maldita sala.

Ele espalmou a mão e colocou os cabelos de seu ombro para traz, aproximou a boca de seu ouvido e disse algo. Tentei escutar mas não consegui. O corpo dela se retraiu como se ficasse nervosa, reagindo ao que o velho disse. Coisa boa não foi dita pelo comportamento dela. Ele se afastou do seu corpo e a olhou nos olhos. Ela balançou a cabeça confirmando algo e eles desataram os grilhões dos seus pulsos e ela caiu de joelhos vencida pelo cansaço.

- Malditos! - eu gritei com raiva por eles terem deixado ela cair. - Não vêm que ela está debilitada? Ajudem pelo menos seus covardes. - minha indignação me ferve por dentro sinto vontade de matar cada filho da puta na minha frente.

O cara de rato se abaixa e pega o seu braço com brutalidade para ajudá-la a se levantar, quando ela se firmou nos seus próprios pés com dificuldade, ela deu um puxão com força para se soltar do seu aperto, levantou o queixo e o olhou por cima dos cílios longos e avermelhados, empinou o nariz com altivez para o reles e insignificante súdito "cara de rato" e olhou diretamente nos olhos do velho. Linda! Dona de si, digna de reverência. Penso comigo. Ela me olha e assente com a cabeça e sai sendo levada pelo velho que segura o seu braço. A porta se fecha e estamos sozinhas novamente.

Não queria, más eu me descontrolei de vez. Chorei feito uma louca. Cada vez que eu repuxava o meu rosto doía mais ainda, então, deixei as lagrimas correr solto sem fazer esforço para não doer minha face, achei que não conseguiria derramar mais nenhuma lagrima, mas aqui estou, e acabando em desespero e abandono. Não quero ser usada por ninguém! Prefiro morrer a ficar neste lugar a ter que ser um brinquedo nas mãos de gente tão suja quanto estas.

Uma por uma as moças amarradas foram escolhidas e levadas para fora. Eu sofri em silencio olhando cada rosto como uma forma de auto punição. Naqueles rostos vi sofrimento, desespero, raiva e medo. Cada moça que saiu arrastada por aquela maldita porta meu coração se partiu. tentando imaginar o destino delas orando a Deus que não nos abandone. De tempos em tempos uma a uma eram subjugadas sem nenhum direito reservado por nossas leis. Aqui as leis não existem, aqui é o sub – mundo, imundo e asqueroso de pessoas perversas. 



Continua...

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Eita que a coisa está ficando boa!
Vamos ver o que acontece com a coitada da Nina?

Bjokas!

Faby Cruz

Herdeira de Sangue - Origem da Mafia #watty2018Onde histórias criam vida. Descubra agora