Capítulo 22

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»»»»»»»»» NINA »»»»»»»»»»»

 Estava num sono gostoso e quentinho. Meu corpo está tão dolorido e cansado que escuto barulhos e vozes vindas de longe, não consigo me mexer devido ao cansaço de tantas horas sendo atormentada, espancada e agredida verbalmente.

Tomo um susto quando o carro sofre um solavanco. Me endireito no assento do carro e olho pela janela. Estamos no mesmo lugar. Achei que estivéssemos longe deste inferno! Passo a mão pelo meu rosto e sinto dor. Solto o sinto de segurança e puxo a alavanca da porta para abrir. Assim que empurro a porta, uma mão grande a segura e termina de abrir.

- Senhora, por favor não saia do carro. - o homem que segura a porta diz e eu paro com uma perna fora do carro e outra dentro.

- Posso saber por que?

- São ordens do senhor Alex e não posso desobedecer. - o observo com atenção ele parece uma parede de muculos envolto em um terno escuro. Suas feições são bonitas, más me parece muito jovem para estar em um resgate tão perigoso quanto este.

- Qual o seu nome? - ele mantém seus olhos baixos sem me encarar. Nunca ouvi falar de um treinamento destes. Estes policiais são estranhos, diferentes. Chegam a ser submisso e obedientes.

- Me chamo Erick, senhora. - más quanta formalidade. Não gostei.

- Erick, me chame de Nina, por favor. Agora olhe nos meus olhos. - ele aperta com força a porta do carro e vejo que está ponderando o meu pedido. Será que fazem lavagem cerebral nestes homens durante os treinamentos? Nunca vi tanta disciplina. Sorrateiramente observo os outros homens espalhados pelo pátio. Os que estão mais próximos de mim, estão com a cabeça baixa e os que estão mais distantes observam tudo a nossa volta como se a qualquer momento algo de ruim pudesse acontecer.

Volto novamente a minha atenção ao Erick que me observa. Respiro fundo. Durante todo o tempo ele ficou de cabeça baixa e eu não tinha visto seus olhos e muito menos o rosto. Cruzes! Lindo demais. Olhos azuis da perdição me fitam de cima. Uma longa cicatriz do lado direito que se inicia na testa e desce se perdendo na barba negra e espessa. Seus cabelos são negros e curtos, suas sobrancelhas são grossas e levantadas naturalmente. Mesmo com as feições sem demostrar nada, elas parecem estar arqueadas, quase endiabradas. Sexy!

Pigarrei para tentar achar a minha voz. Coloquei a outra perna para fora do carro. Tinha me esquecido que vestia apenas a camisa do Alex, estava descalço e com muita fome.

- Onde está o Alex? - eu disse, más sem deixar de olhá-lo nos olhos. Poxa ele é muito másculo e forte. Delicia demais.

- Desculpe Nina! Você realmente precisa entrar no carro e ficar aguardado o retorno do Sr. Alex.

- Bem, tenho que dizer que isso não vai acontecer. Preciso falar com ele. Você pode me dizer onde ele está que vou até lá. - disse suavemente. De repente, um homem saiu correndo da lateral galpão que saímos á pouco. Ele estava muito curvado e foi em direção a uma das arvores, se inclinou e começou a fazer uns barulhos estranhos. Parecia que estava vomitando. Cruzes, nojento!

- O que ele tem! - saí de dentro do carro e fui tentar falar com o rapaz que estava vomitando. Tomei um susto quando o Erick entrou na minha frente sem encostar em mim. - Desculpe senhora, não posso permitir que saia por aí. Tenho ordens e devo cumpri-las.

- Nem me venha com isso. Ninguém vai me segurar em um lugar que eu não quero. – coloquei as mãos na minha cintura e a camiseta subiu mostrando mais das minhas coxas que eu não gostaria mostrar. Ops! Os olhos do Erick foi direto para as minhas pernas, ele arregalou os olhos e se virou de lado tentando disfarçar. Peguei me apreciando. Será que eles tem que fazer voto de castidade?

- Você está bem? - pergunto sínica.

- Me desculpa, não deveria olhar para a senhora. Se o Sr. Alex ficar sabendo perderei um olho. - ele diz, com a voz apreensiva.

- Você está me dizendo que vocês não podem me olhar?

- Sim, Senhora Nina. E não podemos tocar também. Más temos que protegê-la com nossas vidas! - ele diz isso de uma forma natural, como se isso fosse a coisa mais normal alguém morrer por mim. Cruz credo! Nem quero pensar que alguém perderia a vida por mim! Resolvi não discutir com ele.

Olho em volta e já havia amanhecido completamente. Devia ser umas seis ou sete da manhã. Os homens vestidos impecavelmente com ternos pretos e gravata, estavam a minha volta de cabeça baixa. Más que inferno está acontecendo aqui? Começo a me angustiar, isto está muito estranho, já era para termos ido embora. Me viro com rapidez e sigo em direção do corredor que o rapaz saiu vomitando. Com certeza o Alex está ali. O Erick disse que não me tocaria, então posso ir sem me preocupar que serei presa de alguma forma.

Passo pela lateral do galpão que fiquei prisioneira mais cedo, sigo pelo caminho de terra. As pedrinhas estavam machucando a sola dos meus pés, más não deixei isso me deter. Nem mesmo a dor que eu sentia no meu copo me faria parar. Tem algo errado aqui e vou descobrir de qualquer jeito. Escuto passos a minhas costas e me viro assustada.

- Desculpe senhora, precisa voltar para o carro. Aqui não é seguro. - o Erick diz com voz um pouco mais alta, me parecendo desesperado.

- Obrigado pela preocupação, não preciso de babá. Pode voltar lá para os carros. Eu já volto. - digo e me viro para continuar meu caminho.

Assim que contorno o galpão vejo mais um galpão um pouco menor com uma porta de ferro cinza bem velha. Mais alguns homens saem do lugar literalmente colocando o estomago para fora e isso faz meu estomago revirar. O que será que tem ali para deixá-los passando mal? Reparei nos homens e eles parecem umas jamantas de tão fortes e grandes. Não têm cara de fracotes para sair por ai vomitando sem motivo.

- Senhora! Por favor. Se entrar aí nunca mais vai conseguir dormir na vida. - o Erick grita atrás de mim, mais desesperado ainda. A pulga da curiosidade me ataca. Não sou de me impressionar fácil. Más seja lá o que for deve ser grave.

Dou um passo a frente e outro em seguida. Corro com a mão no nariz para parar o cheiro ruim. Cruzes! Nem carniça fede tanto! Meus olhos se enchem de lagrimas. Passo a passo percorro o estreito corredor meio escuro em direção ao fedor que fica mais forte a cada passo.


Continua....

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Não briguem comigo! Tenho motivos sérios para colocar a Nina no mesmo ambiente que o Alex. No próximo capítulo vcs vão entender. 

Obrigado pelas curtidas!

Faby Cruz

Herdeira de Sangue - Origem da Mafia #watty2018Onde histórias criam vida. Descubra agora