Downtown

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Música do capítulo: Sia_Eye Of The Needle.
...
-...então somando y=34÷25 aí você vai conseguir achar o resultado de X.
-Eu não tô entendendo nada Baek!
-Você é muito complicada.
Ele falou rindo,me aproximei mais e apontei para o X e y.
-Não era pra esses dois estarem aqui,matemática envolve números não letras!
Ele me fitou por um breve momento ainda sério,e então caiu na gargalhada,o empurrei e virei o rosto para o outro lado.
-Você não entende que é preciso ter o y e X para chegar a conclusão desse...
-Não repete esse nome ou eu vou ter pesadelos!
Falei séria,ele riu e fechou o livro,me entregou minhas coisas e eu as guardei,me levantei e ele se levantou também,ele fitou algumas crianças no parque e eu fitei o céu,vai chover e não vai demorar.
-Te vejo amanhã?
-É...eu acho.
Ele sorriu de lado e se aproximou tocando meu rosto,ele beijou minha testa e fez carinho em minha bochecha.
-Tchau...
Fiquei na ponta dos dedos e lhe dei um beijo na bochecha.
-Tchau Baek.
Me virei e comecei a ir para minha casa,quando ia atravessar a rua virei o rosto em sua direção e o vi ainda me fitando sorrindo,atravessei a rua e segui para minha casa,não queria mais passar muito tempo fora,já estava começando a chover,peguei minha chave e abri a porta logo entrando,segui para meu quarto e tomei um banho,troquei de roupa e desci para comer algo.
Depois do almoço resolvi dar uma olhada em minhas roupas,eu não tinha muitas roupas,na verdade eu tinha roupas nada a ver.
Segui até minha estante e peguei meu outro celular,disquei o número que minha mãe não fazia idéia que eu ainda tinha.

On:

-Alô...Filha?

-Pai...

Falei baixo,ele suspirou e em seguida soltou um pequeno riso.

-Quanto tempo pequena...como você está?

Apertei meus dedos contra a palma da minha mão e suspirei.

-Eu estou bem...quando vem me buscar?

-Não sei,seu avô está doente então talvez só nas suas férias.

-Aaa...

Suspirei triste.

-Não fique assim...logo logo vamos nos ver,e tomar sorvete até nossas barrigas reclamarem de cheias.

Ri.

-Eu tô com saudades.

-Eu também...esta precisando de algo?

-Roupas...

-Entendo...eu irei mandar dinheiro para você pela Elizabeth.

-Liz ainda mora aí perto?

-Sim,filha desculpe mas preciso desligar,amanhã eu te ligo para saber se Liz lhe entregou.

-Tá...

-Mais uma coisa...o desgraçado do seu padrasto ainda está morando ai?

-Não...ele foi embora.

-Que bom,não gostava da forma como ele olhava para você...bom vou desligar tchau...

Off.

Desliguei o celular e o coloquei em seu lugar,caminhei até minha cama e deitei na mesma,suspirei lembrando das merdas que minha mãe fez.
Ela deixou meu pai para ficar com aquele ser repugnante,e agora está aí,sozinha.
Talvez esse seja seu castigo,ou talvez ela não deva ser castigada? Me sinto mal por não a amar,mas o que posso fazer,ela conseguiu matar todo o amor que eu sentia por ela.
Talvez seja egoísta da minha parte,eu talvez ainda não tenha conseguido a entender,mas se eu não entendi eu nem quero.
Ela errou,e sabe que errou,reconhecer o erro já é um passo certo? Certo!
Mas então por que ela não fez nada lá atrás quando eu tinha 15 anos e eu contei a ela o que aconteceu comigo? Por que ela não ficou do meu lado? Poxa eu era filha dela,ela foi injusta comigo,e mal.
Talvez ela estivesse cega de amores por aquele ser nojento que eu nem me refiro ao nome.
Tomei um susto sentindo meu celular vibrar debaixo de mim,o peguei e vi a mensagem no visor.
"Sexta vamos ao cinema."
Ri e respondi.
                                                      Me: Como assim vamos?