39- Hacker help

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MAIS UM PARA VOCÊS E CHEGA MESMO!!
Depois meus caps prontos acabam aí eu fico doida de vez 😂😅
Gente, desculpem por tudo (volto a pedir) mas aguentem firme aí... Vai dar tudo certo no final. A história ainda tem muita coisa pela frente.
Respirem fundo e controlem as emoções. Acharam o anterior pesado? Quero ver esse. 🙄 Richard é um fdp, podem odiar!

PS: as partes com fonte diferente não são flashbacks nem nd disso, é só para vocês entenderem que eles estão vendo a cena... enfim.

Ps2; 8757 PALAVRAS!!
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-Nós não podemos fazer nada mesmo? - Dylan indagou, frustrado e apoiou a cabeça na mão, encima da mesa. Niall estava fazendo algo no fogão e conversando com ele.

-O que sugere? Não dá para tirarmos ele de lá. É muito arriscado e com certeza já sabem que fugimos. Por acaso 'tá afim de voltar para lá? - Horan virou-se para ele, sem descuidar da panela em que fritava pedaços de bacon, para colocar no seu ovo mexido depois.

-Não, claro que não! - O'brien respondeu depressa, como se demorasse a responder já fosse um indício ruim. - Estou muito bem aqui fora mas o Zayn continua naquele inferno. Ele não merece isso, loirinho. - respirou fundo e mexeu a caneca de chá que bebia. - E somos amigos, eu deveria tentar alguma coisa.

-Não é necessariamente sua obrigação fazer isso. - o irlandês comentou, calmamente. Não queria soar indiferente porque na verdade se importava com Zayn também, só que já pensara em várias coisas para tentar ajudá-lo porém nenhuma alternativa era viável. Eles acabariam presos de novo se tentassem; o risco era alto demais. E apesar de não quererem deixá-lo lá não abririam mão de sua liberdade. Sentiam-se mal por causa disso, mas o egoísmo é algo inerente ao ser humano e com eles não era diferente. A liberdade era tão boa e agradável, não dava para desistir disso.

-Ah, então vou me mudar para outro país e fingir que nunca o conheci? Isso é muito falta de caráter.

-Dylan, já falamos disso. Não podemos ajudá-lo. - Niall disse de novo naquele dia, e vinha repetindo isso pelos recentes dois dias. Eles ainda estavam na casa de Liam, pensando sobre o que fariam e descansado um pouco, para depois seguirem em frente. Não tinham pressa aliás e qualquer sinal de perigo eles cairiam fora.

-Eu entendo mas não me conformo. E se ele estiver pensando que não ligo para ele? Assim como o Liam. - ele baixou o tom para dizer a última frase. - Ele deve estar péssimo. Eu o conheço, e ele apesar de tudo é uma pessoa muito sensível.

-É, eu sei disso também. Só podemos torcer para que ele fique bem e se recupere rápido dessa reviravolta do destino. - o loiro voltou a mexer com a carne na panela e desligou o fogo.

-Se eu pudesse ao menos ver como ele está já ficaria mais tranquilo. - disse por fim e tomou um gole do chá.

-Infelizmente não tem como fazermos isso. - o irlandês negou, resignado.

-Na verdade tem sim. - eles escutaram Andy dizer e viraram-se para trás de repente. Samuels estava atrás do balcão que separava a cozinha da sala e tinha um sorriso divertido no rosto. Dylan franziu o cenho, confuso mas curioso ao mesmo tempo.

-Como assim? - perguntou, ansioso.

-Você quer ver se ele está bem, não é? - indagou para ter certeza e viu o rapaz assentir. -Bom, eu posso te ajudar com isso. - avisou, otimista.

-De que jeito? O que vai fazer? - Niall perguntou, com uma sobrancelha arqueada na direção dele enquanto mexia o ovo na frigideira.

-Consigo hackear as câmeras da prisão e então vocês podem vê-lo. - explicou e O'brien se levantou de imediato.

-Sério? Você consegue? Pode fazer isso agora? - ele estava ansioso e animado com a ideia.

-Sim, se quiserem mesmo.

-Óbvio que quero. Nossa, eu preciso saber como ele está o quanto antes. - Dylan concordou, e um sorriso discreto surgiu em seu rosto.

-Certo, eu vou só pegar meus notebooks lá encima. Podem me esperar aqui embaixo. - ele avisou logo subindo as escadas para o andar superior.

-Vou vê-lo, Niall. Isso é ótimo! - o rapaz exclamou, alegre apesar de tudo e o loiro sorriu para ele.

Minutos depois Andy desceu apressado, segurando dois notebooks e um enrolado de fios. Ele colocou-os encima da mesinha de centro da sala e conectou-os à televisão com os fios.

-Assim vocês vão ver na TV, fica melhor. - ele explicou para Dylan que já se aproximava e sentou-se no sofá, segurando a xícara de chá nas mãos. Ele sorria de ansiedade e seu coração acelerou um pouco. Niall terminou de preparar seu ovo e juntou-se a eles, com um prato nas mãos. Ele também estava nervoso e queria ver Zayn outra vez, mesmo que fosse através de uma câmera hackeada.

Andy ligou os aparelhos e fuçou na internet, arrumando programas e abrindo diversas janelas, digitando coisas que os outros dois rapazes não entendiam sobre e ficavam confusos tentando entender o que eram. Passou-se alguns minutos e Andy finalmente conseguiu acesso às câmeras, mas eram as da área das celas e Zayn não estava por ali. Ele passou as imagens diretamente para a TV e Dylan estranhou.

-Cadê ele? - perguntou, olhando as diversas janelinhas que mostravam o que as várias câmeras filmavam. Procurou pelo amigo em todas as imagens mas não o achou em canto algum. - Ele não está aqui.

-Mas era para estar. - Niall disse, igualmente confuso. - Ele fugiu será? - ele encarou os homens ao lado.

-Não, ele não conseguiria. O Liam tampou o bueiro com grades para ele não passar. - Andy contou, e não ousou olhar os demais.

-O Liam fez isso? Ele teve coragem? - Niall estava perplexo e incrédulo. Samuels assentiu, em silêncio. - E o Zayn disse para ele não deixar esse ódio dominá-lo. Ele disse várias vezes mas Liam não escutou. Essa raiva que ele tem pela morte do pai o cegou. - balançou a cabeça negativamente, mais desapontado ainda com relação ao amigo. Ele fizera coisas abomináveis por causa do ódio que sentia. Ele ignorou todos os conselhos que recebera e escolheu o caminho da raiva, da mágoa sem se importar com outra pessoa, se faria mal a ela - neste caso, Zayn.

-Procura em outras câmeras. Ele está aí dentro. - O'brien disse, apontando para a tela dos notebooks com nervosismo.

-Calma. - Andy disse, começando a digitar coisas na tela dos eletroeletrônicos. Ele procurou por outras câmeras e paralisou de repente, fechando o aparelho. A tela da TV ficou preta e Dylan sobressaltou-se, perdido.

-O que? - questionou, não entendendo o que acontecia. - Abre isso aí! - mandou para Andy, irritado.

-É melhor não. - o rapaz negro murmurou, negando.

-Por que não? Você achou ele? Eu quero ver, merda!

-Não! - Samuels tentou impedí-lo mas não conseguiu a tempo. Dylan abriu os notebooks e a imagem rapidamente surgiu na televisão, grande e nítida. Eles ergueram os rostos para ver e ficaram paralisados.

Zayn estava na sala ainda, preso àquela mesa de metal, sem blusa e com fome. Era o segundo dia de tortura e não tinha certeza se suportaria aquilo mais. Seu peito estava completamente sujo de sangue e com vários cortes vermelhos espalhados pela pele, com destaque para um vertical, bem grande que ia do início da clavícula até acima do umbigo. Sua cabeça doía e seu corpo todo e a fome era grande. Era quase oito da manhã e ele não tinha comido nada, nem bebido. Ele olhou ao redor e encontrou Lincoln ao lado da mesa, parado pronto para receber ordens. O moreno tentou se mexer sob o móvel, mas seu pescoço doeu e gemeu de dor. Sentia-se fraco demais e com dores por todos os lados do corpo.

Ele fechou os olhos, sentindo-se exausto demais e respirou fundo, com medo do que aconteceria em diante. Sabia que Richard voltaria e não descansaria até obter a verdade. Mas Zayn não falaria nada, ele não entregaria as poucas informações que tinha para o detetive porque não arriscaria a chance de Dylan e Niall de serem felizes e viverem a vida deles em paz, livres. Não podia fazer isso com eles, de maneira nenhuma. Eles foram tão bons consigo, ficaram ao seu lado todas as vezes que precisou então agora ela hora de agradecer. Se sacrificaria por eles, pela liberdade deles, sobretudo a de Dylan porque seu amigo merecia e fazia questão de protegê-lo. Mas temeu por sua vida; se não contasse a verdade poderia acabar morto e não queria isso também. Ele estava sob uma linha tênue e não tinha escapatória mais.

De repente, a porta foi aberta e ele escutou a voz de Richard conversando com Clinton. Eles pararam ao lado da mesa e o federal cruzou os braços.

-Bom dia, Zayn! Sua noite foi boa? - ele falou, e por um instante o moreno achou que ele era louco. Não conseguiu respondê-lo meneando a cabeça apenas, levemente. - Ah, fico feliz. Você vai poder nos contar tudo então. Mas antes, precisa comer, né? Não somos tão ruins assim. - Richard disse e gesticulou para o outro policial que entrara com eles.

O homem aproximou-se de Zayn e segurou seus cabelos sem o menor cuidado, levantando sua cabeça o quanto era possível já que estava amarrado na mesa. O moreno grunhiu de dor pois seu peito estava todo ferido e a ação súbita movimentou músculos que não podiam, que já estavam danificados por causa dos cortes à faca que recebera no dia anterior. O homem ergueu seu rosto, puxando seus cabelos negros e colocou uma vasilha na boca dele, forçando-o a engolir a mistura contida dentro dela. Era leite com cereal apenas, e ele quase engasgou enquanto tentava ingerir tudo. Era quase como beber água de cabeça para baixo. O homem não retirou a vasilha para dar-lhe uma condição básica para comer ou mesmo mastigar. Nada disso. Zayn foi obrigado a engolir tudo de uma vez só, torcendo para que não engasgasse ou morresse com um bolo na garganta. Quando acabou tudo, o homem deixou a vasilha de lado e pegou um copo com água, repetindo o gesto como antes. O peito do moreno subiu e desceu fora do normal e a agonia de beber aquilo tudo num gole único era grande. Mas felizmente conseguiu e o homem o soltou, deixando que sua cabeça caísse para trás com força, e Zayn soltou outro grunhido doloroso. Respirou fundo para tentar se normalizar e recuperar-se do momento de tensão extrema.

-Bom, né? Quem me dera ter uma refeição assim todos os dias. - Richard comentou e sorriu para o moreno, mas era um sorriso fingido, como todos os que ele dava, cheio de maldade. - Seja bonzinho, Malik. Conte onde seus amiguinhos foram. - pediu, e aproximou-se do rosto do moreno.

-Não... - Malik negou, engolindo em seco a saliva em sua boca.

-Sério isso? Vai continuar dizendo que não sabe de nada? Seu namoradinho não te contou nada? - ele questionou, com uma sobrancelha arqueada.

-Eu não sei... - respondeu, angustiado.

-Por que eu não acredito em você, hm? - o federal fez uma carinha pensativa. - Dá para sentir que está os encobrindo. Não entendo porquê, de verdade. Eles te deixaram, não pensaram duas vezes em fazer isso. Vai ver eles não se importam com você, né? - Deers inclinou a cabeça, encarando o moreno deitado e com os olhos marejados já.

-Não sabe do que está falando. - Malik respondeu, com raiva dele. - Eles eram meus amigos.

-Falou bem: eram. É o mesmo do Liam, né? Ele não era seu namorado? - O moreno virou o rosto, não querendo encarar o homem que brincava com sua dor. Era sádico e cruel demais. - Ah, vai chorar, Malik? Não cansa de ser estúpido? - o detetive agarrou o pescoço dele e apertou. - Ele te deixou e você ainda o protege? Quão idiota você é? Liam não está nem aí para você. O amor dele? - disse, provocativo. - Grande mentira. O que tiveram? Insignificante, poeira apenas. Tadinho de você, né? O namorado te enganou. 'Tô com dó. - ele soltou uma risada e Zayn fechou os olhos, para que as lágrimas não viessem. - Essa é sua chance de retribuir a gentileza. Diga-nos onde ele está e o pegaremos.

-Não! - ele estava decidido; não atrapalharia a oportunidade de Dylan e Niall, não se importava com Liam mas não podia falar.

-Inferno, garoto! - Richard bateu a mão na mesa, com raiva e frustração. - Quanta burrice. Não vai falar? Então ok! Mais uma surpresa para você. - ele saiu de perto e sussurrou algo com outro policial. O homem saiu da sala, apressado e voltou logo depois com uma caixeta nas mãos. Ele tirou a máquina de lá e conectou-a na tomada ao lado da porta. Em seguida ele foi até a mesa e ergueu a cabeça de Zayn, do mesmo modo que fizera quando fora dá-lo comida. Malik não viu a máquina que ele segurava por isso ficou desesperado e assustado. E quando o som do aparelho soou ele soube o que era. Tentou se livrar do aperto mas não adiantou de nada. Lincoln segurou sua cabeça com força e o outro policial aproximou-se. Ele sentiu as lâminas sobre seu couro cabeludo, cortando seus fios negros e protestou.

-Não! Meu cabelo... - reclamou, irritado e aflito. Mas não conseguiu nada. A máquina passou por sua cabeça, retirando seus cabelos e ele notou os fios caindo por todos os lados, espalhados sobre seu ombro e caindo no chão. - não...- choramingou, enquanto sentia seus cabelos sendo cortados contra sua vontade.

-Que isso, Malik? Você está ficando lindo! Aposto que o Liam ia gostar, hein? Pena que ele foi embora. - Richard disse, com os braços cruzados ainda. Ele e o diretor observavam a cena com diversão. Zayn apertou as mãos presas, buscando uma fuga mas era tudo inútil, seu esforço era totalmente em vão. Mais cabelos caíram por seu rosto e ombros, e o policial trabalhando de cabeleireiro ria de seu estado.

Parecia estúpido para ele, um homem, mas Zayn amava seu cabelo e não gostava que ninguém mexesse nele. Era o seu "xodó" do seu corpo e uma das fontes de sua auto-estima. E tê-lo cortado assim, sem querer era algo difícil de suportar, seu emocional estava acabado e chorou. Ele não queria aquilo; só queria voltar para sua cela, mesmo que fosse ficar sozinho e acabar deprimido por causa da ausência de Liam. Não se importava. Isso era melhor do que ser torturado, tanto fisicamente quanto psicologicamente.

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