[11]. souls

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( leiam as notas autorais no final do cap)

Sem palavras.

Era o estado em que Saturno se encontrava naquele momento. Ver tão nitidamente clara a fragilidade de Plutão o deixou constrangido, surpreso, furioso. Durante exatamente dois minutos, ele não soube o que dizer ou fazer. Estava somente imóvel, e em silêncio, assistindo o choro calmo do outro. Mas ele cansou de olhar. O próprio coração já estava doendo. Ver outras pessoas chorarem sempre o fazia sentir-se culpado. Talvez ele soubesse que podia ajudar. E ele queria ajudar.

O planeta respirou fundo e endireitou a própria postura, assustando-se com o ranger baixinho que a madeira da casinha emitiu. Olhou com atenção os detalhes do rapaz encolhido em sua frente e suspirou. Talvez alto demais, pois o som do suspiro bateu em cada parede, ecoando pelo ambiente de uma forma extremamente melancólica. Mas aquilo ainda era melhor do que os soluços baixinhos de Plutão.

O vento balançava os galhos da grande árvore, fazendo o mesmo com o imóvel amadeirado, que movia-se quase que imperceptivelmente. Eles pareciam estar em alto mar. Saturno sentia-se em alto mar. Sufocado, agoniado, enjoado… Cercado por um mar de aflição, criado por Plutão, mesmo que indiretamente. Mas ambos estavam no mesmo barco, afinal.

ㅡ Felix-ah… ㅡ O moreno tentou chamá-lo, mas a voz saíra tão falha, que o mesmo limpou a garganta e tentou novamente, desta vez, mais nítido. ㅡ Felix?

O castanho nem mesmo moveu-se. Estava abraçado aos próprios joelhos, com a cabeça apoiada nos mesmos. Assim continuou. Desde a confissão de minutos antes. Ele estava tão envergonhado! Sentia-se tão sujo…

ㅡ Sabe o que eu acho do amor? ㅡ  Como não houve uma resposta, Seo continuou. ㅡ Eu acho que o amor é um traiçoeiro egoísta. Ele é maravilhosamente lindo e cheio de sensações agradáveis para alguns, mas é duro e impiedoso com outros. Isso é injusto! Mas quer saber? Quem decide como o amor vai ser nas nossas histórias, somos nós mesmos.

Felix levantou a cabeça e fitou o rosto iluminado pela claridade da janela que Changbin ostentava. Um rosto que estampava calmaria, serenidade, paz… Um olhar que transmitia tudo isso. Juntamente à outras coisas, ainda indescritíveis.

ㅡ Você não errou por amar alguém em quem confiou. Você não errou por se entregar, porque é isso que fazemos quando amamos, não é? Você não errou por tentar fazer um idiota feliz. Você não errou em nada relacionado a isso, Felix-ah. O seu único erro até hoje, foi achar que havia errado. Foi se culpar, sendo que você fez tudo certo. ㅡ O mais velho brincou com a ponta do moletom, assim jogando-o de lado para aproximar-se mais. ㅡ Os únicos errados foram aqueles que não viram os seus acertos.

Um breve silêncio instalou-se. Changbin não relutou em olhar diretamente nos olhos de Felix. Firme e verdadeiro. Completamente seguro de cada palavra, ele transmitiu a segurança que pôde, e conseguiu encher o vazio que restou na alma do mais novo durante anos. O mar se acalmou.

ㅡ Você ainda vai errar muito, acredite. Ninguém está livre disso. Mas para mim… Amar não é um erro. Independentemente das consequências, amar é amar.

Saturno estava tão próximo do planeta anão, que poderiam sentir suas almas se tocarem.

Fisicamente, ele quebrou todo e qualquer espaço, quando finalmente alcançou os braços do outro e os abriu, entrando no abraço que foi rapidamente devolvido. Ambos estavam precisando daquilo. Daquela vibração que tomou posse de cada alma, uma vibração energética e harmônica. Era um abraço entre corpos e almas.

Planeta e planeta anão.

Ali, um sentindo o calor que o corpo do outro emanava, no enlaçar dos braços frágeis pela insegurança, tudo parecia diferente. Foi um encaixe imperfeitamente perfeito. Dor e alívio, medo e coragem, tristeza e felicidade… Saturno e Plutão. Um desvendando o outro somente por este toque grácil. Eles estavam brilhando em meio a uma nuvem enorme e extensa de poeira cósmica. Em cada coração, a explosão de inúmeras supernovas. Uma galáxia de sensações.

Somente naquele abraço.

Um só abraço, formado por dois corpos que tornaram-se um emaranhado de almas carentes por atenção.

ㅡ Por que você é assim? ㅡ Plutão quebrou o silêncio e soltou um risinho logo em seguida.

Ah, céus! Ainda bem que Saturno não notou o rubor intenso naquelas bochechas, que denunciava o estado de êxtase em que o maior caiu.

ㅡ Assim como? ㅡ Saturno riu fraquinho.

Nenhum desfez o abraço. Nenhum queria. Talvez desfazer aquele encaixe, fosse o estopim para a Terceira Guerra Mundial. Bom, entre as sensações que ambos sentiam, seria uma catástrofe.

ㅡ Sei lá… ㅡ Sorriu, Plutão, fechando bem os olhos e aspirando o quanto pôde o cheiro do outro. ㅡ Assim… Indescritível.

ㅡ Eu não sou indescritível. Sou peculiar. Cada um de nós somos.

Plutão riu e encheu-se de admiração. Tudo o que aquele garoto de roupas escuras falava podia facilmente ser escrito em um livro de frases para inspirar astros sem inspiração. Bom, era essa a opinão do planeta anão.

ㅡ Você também é peculiar.

ㅡ Sou?

ㅡ Quem usa meias três por quatro de arco-íris ao mesmo tempo em que está usando um cachecol cheio de abelhinhas?

Ambos deram risada. Ambos se fitaram. Plutão desfez o sorriso por um segundo, um único segundo… Desviou o olhar até os lábios avermelhados de Saturno.

Mas Seo Changbin odiava magoar os sentimentos de alguém. Seo Changbin tinha todo o drama em mente. Seo Changbin lembrou-se de Hwang Hyunjin. Seo Changbin afastou-se minimamente, e com delicadeza desfez o abraço.

Por que tudo pareceu tão frio? Porque para Felix, foi como tirar uma peça do seu quebra cabeça. Ele sentiu-se incompleto. Changbin era neutro? E as supernovas? E a poeira cósmica que os rondava ainda? Sobretudo, Seo Changbin tem um coração que pensa em ver o lado de todos. E naquele instante, ele só lembrava de ter visto o lado de Marte.

ㅡ Vamos voltar, ya? Vai escurecer logo.

...

Quando a família Jung deixou Changbin em casa, este estava radiante. Havia passado um dia incrivelmente divertido em meio àquela família, que o acolheu como parte desta. Havia aberto tantos sorrisos! Em um único dia, somente. Mas quando entrou em casa, a alegria se apagou um pouco.

ㅡ Então o senhor está tirando notas horríveis em álgebra… ㅡ Park Jimin parecia extremamente perigoso com aquela frigideira na mão direita.

ㅡ Tio…

ㅡ Você só precisa tirar boas notas, Changbin. Eu não peço nada, só um bom desenvolvimento acadêmico, e o que você me trás? Um professor chato reclamando sobre você e pedindo xícaras de café… Aish!

ㅡ Que drama…

ㅡ Drama? Eu só quero o melhor para você, Changbin, aceite isso.

ㅡ Okay, tio, eu aceito. Vou dormir, boa noite.

Conopus soltou um muxoxo e iniciou uma daquelas broncas, a qual fora totalmente ignorada por Saturno, que calmamente foi para o quarto. Mas quase desmaiou de susto ao ver um corpo imóvel sobre sua cama.

ㅡ Hyunjin?

...

Oi, gentey

Eu só queria dizer que tô muito triste porque o número de votos e comentários caiu muito,tem gente apenas lendo e esquecendo de votar e deixar sua opinião. Vocês não sabem o quanto isso é importante pra fanfic, e o quanto é importante pra mim. Se soubessem o quanto eu fico feliz ao ler cada comentário, iriam rir, porque eu sou uma bobona skks mas é isso, a Ariel me disse pra fazer metas, tipo, eu só continuaria a fanfic se esse capítulo atingisse 100 votos, mas eu não quero ter que fazer isso, porque iria demorar muito, creio eu, e escrever essa nenê é minha paixão.
Então por favor, votem muito, comentem muito e dêem muito amor à Saturn And Pluto <3

Amo vocês, mas infelizmente, vou ter que continuar, somente quando atingir um número razoável de votos :(

[사랑]. saturn & plutoOnde histórias criam vida. Descubra agora