O frio de Helheim era quase tão incômodo como o próprio fogo do inferno.
O lugar era bonito, mais parecia estar se afundando em gelo.
Voei para o castelo sem perder tempo.
Quando cheguei na entrada, fui parada por um gigante cão de gelo.
Sem perder tempo invoquei uma chama nas mãos. A ação deixou o cão ainda mais irritado.
Eu estava impaciente e pronta para derrete-lo quando alguém disse
— Se comporte Garm. Esta é a mulher que vai ficar no lugar da Hel por uns dias.
Em resposta o cão soltou um grunhido de reprovação, mas abriu o caminho para mim.
Caminhei para dentro do castelo, onde duas pessoas me esperavam na porta. Um homem e uma mulher. Ambos tinham uma aparência fantasmagórica, pareciam cadáveres que haviam sido esquecidos de enterrar
— Eu sou o Atraso — o homem se apresentou enquanto fazia uma leve reverencia
— E eu sou a Vagareza — a mulher disse imitando o homem
— Parece que os pais de vocês eram péssimos em escolher nomes — comento enquanto passo pela porta. Imediatamente senti o frio e o gelo desaparecerem, o lugar era quente. Mais um quente agradável. — Me digam, o que a Hel faz aqui? Como funciona o julgamento?
— Algumas almas ela manda para lugares especiais... — Atraso responde
— Hum, isso parece bom. Onde ficam esses lugares?
— Abaixo de nós — Vagareza responde apontando para o chão
— Então, ta dizendo que se eu resolver passar a noite aqui, vou dormir ouvindo almas serem torturadas?
— As vezes sim
— Maravilha! — comento enquanto subo as escadas, o lugar tinha uma boa decoração. Na verdade parecia um meio termo. As cortinas negras davam um ar gótico ao lugar, mas as rosas brancas e vermelhas, distribuídas em vasos davam um toque mais delicado.
Enquanto caminhava pelo corredor notei alguns quadros. Um mostrava metade de uma mulher, ela era linda. Do tipo que faria reis e impérios se curvarem apenas com um sorriso. No outro quadro era o outro lado do rosto da mulher. Esse, era horrendo, sua pele parecia frágil e apodrecida, partes de seus ossos estavam expostos.
Os quadros estavam lado a lado, quase unidos, mostrando por inteiro a deusa Hel.
As vezes eu ainda tinha pesadelos com aquela deusa. Eu me lembrava de quando ela marcou as runas em mim. Quase senti elas arderem novamente. Comecei caminhar para longe daqueles quadros e só parei quando notei o de um homem.
Ele estava bem vestido em trajes de guerra, possuía um cabelo castanho claro e olhos de um misto de azul e verde impressionante.
— Este é o Loki? — pergunto
— Sim, alteza
— Achei que ele tivesse uma aparência mais assustadora — comento. Aquele homem não parecia ser um deus da trapaça, da mentira e da pura maldade.
— Se ele tivesse não seria tão bom em enganar — Atraso responde.
Aquilo até que fazia sentido. Um lobo em pele de cordeiro.
Enquanto encarava o quadro de Loki uma ideia começou se formar na minha cabeça.
— Onde Loki esta? — pergunto
— Ainda acorrentado em algum lugar por ai — Atraso responde, mais aquilo era muito vago.
— Eu sei, mais onde exatamente?
— Talvez na terra dos gigantes — ele responde dando de ombros.
— Não sabemos localização exata — Vagareza esclarece, quase como se estivesse pedindo desculpas.
Mais uma informação daquela deveria ser fácil de conseguir. Eu só precisava perguntar por ai...
Quando fiquei sozinha na sala do trono, escrevi um bilhete para minha irmã Danúbia e invoquei um demônio para entregar.
Eu sabia que era errado tramar contra o deus Odin bem em baixo de seu nariz, ainda assim, era exatamente isso que eu estava fazendo.
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Herdeira do Submundo 2 - Coroa Infernal
VampireElizon sabia que ter aceitado a ajuda dos deuses na guerra era uma divida de vida, um favor, que um dia eles viriam cobrar. Ela só não esperava ser tão cedo, e não esperava que eles ameaçariam arrancar sua coroa. Então, Elizon se vê sem opções de fu...