Herdeira do Submundo 2 - Coroa Infernal

67

ELIZON

Tínhamos acabado de sentar na mesa quando o Allocen entrou apressado.

— Preciso falar com você. — ele anuncia

— Quem é o mal caminho? — Scarlett pergunta observando ele de cima a baixo.

Misericordiosamente Lucien da um chute nela por mim.

— Seja o que for pode esperar — respondo.

— Acha que uma guerra civil pode esperar? — ele pergunta arqueando a sobrancelha.

E eu sabia que ele estava dizendo a verdade, eu podia sentir. Eu não sabia dizer em que momento isso aconteceu, mas agora eu conseguia sentir tudo, os sentimentos dele da mesma forma que sentia os do Adriel.

— Eu volto logo, enquanto isso recuperem as energias porque quero ouvir cada historia trágica de vocês — digo aos meus filhos e começo a caminhar em direção ao Allocen.

Caminhamos até chegar a um corredor vazio.

— Estou ouvindo. — digo.

— Eu fui ao inferno, encontrei um elfo e um dos Lordes lá. O elfo avisou que a Kira havia sido substituída por um tal de Alexandre, ele que deu a ordem de ataque. E o Lorde pediu para te avisar que os outros lordes estão conspirando contra você. Eles se uniram a esse tal de Alexandre.

— Mas que merda — sussurro conforme aquelas revelações me atingiram.

— E mais, os Lordes convocaram o Barão de volta ao inferno e também a Grã-duquesa. O Barão já esta perdido, ele foi controlado e os Lordes pretendem fazer o mesmo com a Grã-duquesa. Precisamos encontra-la antes que ela chegue ao inferno.

A Grã-duquesa, eu nunca tinha visto ela. Todos esses anos e eu não conhecia aquela mulher. Os Lordes a mandavam para missões diárias evitando nosso encontro por todos esses anos. E agora o destino parecia querer nos unir finalmente.

— Encontre um bruxo e pede para ele fazer um feitiço de localização. Eu não faço ideia da onde a Grã-duquesa pode estar mas temos que encontra-la e rápido. — ordeno e quando estou prestes a sair ele segura minha mão.

— Eu sinto muito... foi errado ter te forçado ao vinculo. — a verdade daquelas palavras me fizeram querer gritar e socar a cara dele.

Mas envés disso apenas disse.

— Não lamente por algo que não pode ser desfeito. Você só estava tentando salvar a própria pele, eu teria feito o mesmo. — com um puxão me desvencilho de seu aperto e começo caminhar apressada.

Por mais que eu quisesse destruir o Allocen, no fundo eu não podia, não podia porque eu entendia ele. Eu mesma havia tomado medidas desesperadas para me proteger.

Mas não era hora de pensar nisso. Empurro o pensamento para longe. Eu realmente não sabia onde a Grã-duquesa estava mas eu ainda guardava uma coisinha do meu pai.

Corro pelos corredores até chegar no antigo escritório dele.

Quando chego me surpreendo ao ver o Adriel lá.

Postura relaxada, pés na mesa. E o maldito pergaminho na mão.

— Procurando isso? — ele pergunta observando o pergaminho.

— Se for me ajuda sera bem-vindo, mas não me atrapalhe Adriel. — digo me aproximando para arrancar o pergaminho das mãos dele. Mas no momento que me aproximo ele estica a mão para longe do meu alcance.

— Não vou te atrapalhar, mas vamos fazer isso juntos. Não quero correr o risco de você barganhar o Lucien em casamento. — ele rebate.

As palavras afiadas. E pelo o vinculo eu podia sentir a raiva emanar dele, mas pelo menos ele não estava me evitando completamente.

— Não fique feliz com isso — ele responde ouvindo meus pensamentos — Só estou aqui porque quero evitar uma guerra civil, principalmente agora que meus filhos estão aqui. Então vamos começar.

Dito isso ele se levanta. Ajudo ele a empurrar o tapete, a escrivaninha e começamos.