Herdeira do Submundo 2 - Coroa Infernal

11

Quando voltei ao Submundo a primeira coisa que notei foram os pégasos dos meus irmãos no pátio do castelo.

Quem diria que só precisava que um de nós morresse para reunirmos a família tão rápido, como eu vinha tentando fazer a meses.

Entrei no castelo em silencio e quase agradeci aos deuses quanto notei que não havia ninguém por perto. Caminhei rápido até o escritório do Adriel e me surpreendi ao vê-lo com roupas de combate.

— Se isso for alguma coisa nova para me seduzir, tenho que dizer que ta dando certo — o comentário faz ele sorrir, mas havia uma hesitação que não passou despercebida — O que esta acontecendo?

— Que bom que voltou cedo hoje — ele diz e me puxa para um beijo que eu retribuo imediatamente.

Era sempre maravilhoso estar com o Adriel, quase me fazia esquecer as preocupações. Mas quando me afastei dele, todas voltaram como um tapa.

— O que esta acontecendo Adriel? Por quê ta vestido assim?

— A deusa Atena esteve aqui... — pelo seu tom eu sabia que ele esta prestes a dizer algo que eu ia odiar. — Eles querem que eu ajude eles nas buscas.

— Nem pensar — a resposta sai rápida.

— Eles ficaram sabendo que fomos atacados, eles acham que será mais fácil com minha ajuda já que eu vi o rosto do nosso inimigo.

— Mas você não pode Adriel, é perigoso. Além do mais quem vai comandar o Submundo na minha ausência? Você é o rei.

— Você sabe que não sou Elizon...

— É ridículo que tenhamos que nos casar para você poder comandar.

— Nossa, não imaginava que casar comigo fosse uma ideia tão horrível assim pra você.

— Me desculpa — peço enquanto caricio o seu rosto — Você sabe que não é... eu só não quero que pareça que estamos nos casando só por causa disso.

— Eu nunca me casarei com você só por causa de uma coroa Elizon, você sabe disso. Quando nos casarmos será porque eu amo você, amo a Elizon, a guerreira, a mãe maluca e maravilhosa, a melhor parceira de luta e pior cantora de chuveiro.

Aquilo me faz sorrir. Eu achava que não poderia ama-lo mais, mas todo dia eu percebia como estava errada.

— E eu também amo a rainha, mas nunca pense que te pediria em casamento só para pode governar. Mesmo se eu ser rei um dia, ainda seria seu súdito mais fiel.

Eu nem tinha palavras para responder aquilo, então puxei ele e beijei.

Eu sabia que me casaria com o Adriel um dia, mas jamais seria um casamento estratégico por poder. Eu faria de tudo para manter meu trono sozinha, faria o Submundo me respeitar como rainha, como a primeira rainha mulher da linhagem. E um dia eu me casaria com o Adriel, não porque preciso de um apoio no governo, mas porque eu o amo. E juntos iriamos governar o Submundo mais poderoso que os mundos já viram.

— Tem certeza que quer ir? — pergunto ao Adriel enquanto assisto ele colocar a calça.

— Sim, vai ser bom voltar a ativa.

— Me prometa que vai tomar cuidado

— Eu sempre tomo amor — ele pisca de um jeito sensual, mas aquilo não foi o suficiente para acalmar meus medos.

— Quando vocês vão?

— Depois do velório

Tinha acontecido tanta coisa que eu esqueci completamente do velório do meu irmão.

Me visto as pressas.

— Tem algo que eu esqueci de te contar — digo

— Por favor não me diga que mato alguém para atingir os deuses

— Por quê você sempre espera o pior de mim?

— Porque eu te conheço — o comentário me faz sorrir.

— Não é nada de ruim dessa vez. Eu declarei o Zeythan como lorde do inferno

— Sério?

— Sim, não podia deixar ele sofrendo sabe se lá por quantos anos.

— Isso é uma ótima noticia. Então existe sete lordes agora?

— Bom... sobre isso... acho que você faz bem em esperar o pior de mim.

— Elizon, o que você fez?

— Eu precisei desocupar o lugar pro meu irmão — digo dando de ombros inocentemente

— Como os lordes aceitaram isso?

— Não foram muito amigáveis, mas deu tudo certo.

— Temos que contar isso aos seus irmãos

— Sim, preciso falar com eles a sós, não quero que os deuses saibam sobre isso

— Depois do velório vai ser a hora perfeita.

Então caminhei para o meu quarto, vesti meu melhor vestido preto e fui pro velório do meu irmão