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ADRIEL

Eu senti na minha pele.

Eu senti o fogo invisível me queimar.

Eu cai de joelhos antes de conseguir chegar ao vulcão.

Gritei com aquele calor insuportável que subia pela minha pele, pela pele dela.

Foi como morrer lentamente.

Não havia como escapar.

Não havia com o que lutar.

Só me restava queimar, queimar e queimar. Até que tudo deixasse de existir.


ALLOCEN

No momento que o Adriel caiu de joelhos no campo de batalha eu soube. E um minuto depois aquilo me atingiu.

E foi esse precioso minuto que eu aproveitei para correr até o Adriel o mais rápido que consegui.

Parei a centímetros dele quando o calor subiu pelo meu corpo como se eu tivesse nas portas do inferno.

— Não podemos nos entregar assim. — eu disse entre dentes. Eu não podia me entregar a dor agonizante. Nós não podíamos. — Temos um elo, fizemos um feitiço para que ela pudesse viver. Nós nos preparamos para isso Adriel.

— Nós nos preparamos para uma facada. Não para sermos derretidos na lava. — ele responde com dificuldade.

— As circunstâncias mudaram, mas não importa. Ainda podemos nos salvar, se nos unirmos.

— Nós dois não temos um elo.

— A Elizon é nosso elo, nossa corda. E temos que ser rápidos antes que a corda arrebente.

Ele pareceu debater minhas palavras. Maldito, arrogante. Cada segundo que o orgulho dele demorava se decidir era precioso.

— Tudo bem, faça o que for preciso. — ele finalmente responde.

E eu fiz. Com dificuldade cortei a palma de nossas mãos.

A união do sangue era a força do vínculo. E quando unimos nosso sangue, nossos poderes com os poderes da Elizon, eu me senti infinito com tanto poder.

O poder fluiu através de nós três e eu podia jurar que aquilo seria capaz de nos consumir. Por isso, precisávamos nos focar. Direcionar o poder, molda-lo.

Herdeira do Submundo 2 - Coroa InfernalOnde histórias criam vida. Descubra agora