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ELIZON

Eu demorei minutos para me livrar das sombras ao meu redor. Elas eram como cordas que sufocavam. Foi preciso moldar uma espada de fogo para corta-las.

E quando consegui vi que o Alexandre ainda corria.

Apenas alguns metros separavam ele da salvação.

Mas uns trinta metros separava ele de mim.

Mesmo se eu corresse, mesmo se eu abrisse minhas asas, eu não chegaria a tempo.

Então só havia um jeito de para-lo, apenas um jeito de acabar com aquilo.

Puxei a adaga de lâmina longa.

Uma balança, isso que eu era entre o Lúkinzol e o Alexandre. Uma balança para a vida do Alexandre.

Então estava na hora de quebrar essa balança.

E quando posicionei a adaga, eu não hesitei.

Cravei até o cabo no meu coração, no coração do meu pai.


ADRIEL

Mas do que senti, eu vi. Vi a Elizon tomando uma medida desesperada para parar o Alexandre.

E deu certo.

Ele tropeçou na corrida, a mão indo direto para o peito.

Então ele caiu no chão em agonia e dor.

Não fiquei parado assistindo seus últimos suspiros, não quando os dois demônios que seguravam o portal viram aquilo e decidiram fugir.

— Eu seguro o da esquerda. — Allocen anuncia, violino na mão.

O violino dele também havia mudado, as cordas que antes eram de prata, agora estavam douradas. Douradas como se o próprio fogo tivesse sido capturado e contido naquelas cordas. E quando ele tocou, o demônio ficou paralisado.

E eu abri as asas e voei, quase para dentro do portal, faltava pouco para o demônio atravessar. Talvez se não fosse pelo colarinho de sua camisa ele teria passado, mas eu agarrei o colarinho fortemente e o puxei para trás.

Atirei ele para longe do portal.

Não demorou para minha espada encontrar seu alvo. Ele nem teve chance de lutar.


ALLOCEN

O Adriel foi rápido, matou em um piscar de olhos e correu para Elizon.

Mas aquele demônio não teria a mesma misericórdia.

Eu toquei o violino. Experimentei as cordas novas, o som da melodia. E cada nota, cada som, provocava uma dor imensurável no demônio. Ele se contorceu como uma cobra tentando escapar da morte inevitável.

Mas eu toquei e toquei, nota pós nota. E em resposta os gritos dele preencheram meus ouvidos.

Herdeira do Submundo 2 - Coroa InfernalOnde histórias criam vida. Descubra agora