Herdeira do Submundo 2 - Coroa Infernal

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ELIZON

O Deserto Negro estava silencioso e eu não sabia se isso me deixava confiante ou com medo.

Eu sabia que dar inicio a guerra talvez tivesse sido muito precipitado, talvez nem todos estivessem prontos ainda. Mas meus irmãos tinham razão, eu precisava ajudar a Kira e a Tâmara. Alem do mais não podia esperar por outro ataque. E começar a guerra se tornou inevitável.

— Cuidado onde pisam. — avisei.

As historias contavam que monstros rastejam em baixo daquela areia. Monstro dos quais eu não queria enfrentar agora.

O plano era atacarmos dentro e fora. E admirei a rapidez das tropas quando sumiram entre as montanhas de areia.

— Prontos? — pergunto aos dois homens ao meu lado.

— Sempre majestade. — Allocen mal terminou de falar e já estava a metros de distancia. Ele não tinha asas mas corria tão rápido que levantou uma nuvem de areia atras de si. Então era dai que vinha a rapidez dos vampiros.

— Você terá tempo para admira-lo depois. — o comentário do Adriel sai ríspido.

Ciumento.

Tão ciumento.

— De cima eu vejo melhor. — provoco e imediatamente abro as asas e voou, com certeza não era seguro ficar para ouvir a resposta dele.

Subi e subi até estar entre as nuvens. Realmente, de cima eu podia ver melhor. Podia ver as tropas marchando com cuidado entre as torres de areia.

Se tivéssemos sorte pegaríamos Alexandre de surpresa.

Eu ainda não sabia onde ele estava se escondendo, mas tinha um pressentimento de que saberia quando visse.

— Algum sinal do inimigo? — Adriel pergunto finalmente me alcançando.

— Nada ainda.

— Realmente esta pronta pra isso? Ainda não sabemos se o feitiço deu certo.

— O melhor jeito de descobrir é testando.

— Elizon...

Antes que ele pudesse continuar um som chamou minha atenção. Um som alto e ensurdecedor.

— Ta ouvindo isso? — pergunto.

— Parece um... — ele olha para baixo.

— Um alarme. — completo.

Não demorou muito para um enorme vulcão surgir a nossa frente. O som ficou mais alto. Lá dentro parecia estar em um caos completo.

"Eu vou na frente." Os pensamentos do Allocen chegam até mim.

"Não acho que seja uma boa ideia."

"Não se preocupe comigo majestade. Nos encontramos em breve"

E antes que eu pudesse dizer mais, ele desapareceu para dentro do vulcão.

— Por onde entraremos?

— Acho que teremos que nos separar. — comento.

— O que? Nem pensar, você falou...

— Eu sei Adriel. Mas olha como isso ta uma bagunça. É melhor a gente se separar e procurar o Alexandre, se eu encontrar eu te aviso e vice e versa.

— Não concordo mas acho que sera mais fácil encontra-lo desse jeito. — ele admite.

— Vê se não morre.

— O mesmo vale pra você.

Então ele me encara, seu olhar carregado de emoção. Cheio daquelas palavras não ditas.

Corto o momento quando começo a descer.

Não era hora de pensar nas palavras não ditas. Era hora de sobrevivermos para dize-las depois.

Começo descer direto para o vulcão.