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ELIZON

Nós nos reconhecemos de imediato, e não por eu ser sua rainha. Mas pelo sangue, o sangue que corria em nossas veias.

Eu poderia nunca ter visto ela pessoalmente, mas fiz questão de descobrir quem eram as pessoas que trabalhavam comigo quando me tornei rainha. Os únicos que eu havia libertado do juramento de sangue foi meus irmãos, então quando encontrei os outros juramentos procurei saber um pouco sobre cada um.

E encontrei a Denéby, Grã-duquesa do inferno e filha de Tulio. Uma filha bastarda do antigo Rei do Submundo. Ela não foi reconhecida como princesa, mas o fato do antigo rei te-la nomeado Grã-duquesa me disse que ele a amava.

Filhos bastardos não recebiam titulo algum, envés disso eram mandados para campos de batalhas desde cedo. Alguns até morriam.

Mas ela não, a mulher a minha frente que tinha os mesmo olhos azuis do rei havia sido honrada. Mesmo que os lordes não concordassem com isso, ela ainda estava lá.

— Parece que o destino finalmente exigiu nosso encontro — comento.

— Suponho que seja algo importante para você ter me prendido aqui. — ela rebate, afiada.

Eu realmente havia desenhado um simbolo para prende-la. Mas só porque ainda não sabia se podia confiar nela. Então pergunto.

— Você já viu os lordes?

— Não, recebi o recado deles mas não me sinto muito ansiosa pelo encontro.

Suas palavras soam verdadeiras, então desfaço a linha que aprisionava.

— O que aqueles velhos fizeram então? — ela pergunta.

Arqueio a sobrancelha em uma pergunta silenciosa e ela da de ombros

— Apenas deduzi que eles fizeram algo, dada as suas ações. — ela responde se apoiando na escrivaninha.

— Eles estão planejando contra a rainha. Pretendem uma guerra civil — Adriel responde.

— É claro que pretendem. Eles devem chorar todos os dias por ter uma monarca mulher. — ela rebate me lançando um olhar de compreensão.

— Principalmente depois que eu matei um dos lordes — admito me encostando contra a parede.

— O que? — ela pergunta com uma expressão de incredulidade e divertimento. — Qual dos porcos?

— Lorde Khalony.

— Deuses malditos! Como é que eu fui perder isso? Quero que me conte cada detalhe do sofrimento dele.

— Com prazer — respondo lançando um sorriso — Mas terá que ficar para mais tarde. Precisamos pensar em um plano. Você não pode ficar aqui por muito tempo, os lordes podem perceber que tem algo de estranho e ir atras de você.

— Mas também não pode voltar e arriscar ser controlada — Adriel completa.

— Me ponha a par de tudo, quem esta ajudando eles? — ela pergunta.

Ela realmente não sabia?

— Por onde você esteve esse tempo todo? — pergunto.

— Em Nova York, eu trabalho como fotografa.

— O que?? — Adriel e eu dizemos ao mesmo tempo. Nossa expressão de choque deve ter sido hilaria pois ela gargalhou.

— Eu estava cansada dos Lordes me mandarem para missões inúteis, eles só faziam isso para me ver longe. Então me mudei para Nova York e arrumei um emprego.

A filha de um rei demônio trabalhando em Nova York? Deuses! O que faltava agora? Um diluvio no inferno? 

Herdeira do Submundo 2 - Coroa InfernalOnde histórias criam vida. Descubra agora