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ALEXANDRE

A cinco horas atrás, eu havia sido avisado do pequeno contra tempo no laboratório.

Mas só tive tempo de verificar o problema agora.

Parece que os Lordes do inferno também não estavam se saindo muito bem. A Grã-duquesa não havia aparecido ainda. Mas não era hora de me preocupar com aquilo.

Principalmente quando Charly, o enfermeiro chefe, veio correndo ao meu encontro.

— O que houve? — pergunto.

— O Dr. Westfyl foi assassinado. — ele explica.

— Como?

— Melhor ver com seus próprios olhos.

Então ele me conduz pelos corredores.

Algumas pessoas pararam seus trabalhos para me encarar, torci para que a noticia de assassinato não tivesse se espalhado pelo laboratório inteiro.

Não queria deixar meus médicos com medo. Pessoas com medo são perigosas. E eu realmente não queria ter que matar todos eles por causa disso.

— Ainda não sabemos se foi o experimento 59 que fez isso. — ele anuncia quando abre a porta do necrotério.

De longe já consigo ver o lobisomem deitado na maca. Dois dos enfermeiros estavam ao seu lado arrumando o corpo.

Quando eles me veem começam se afastar.

— Fiquem. — ordeno. — O que podem me dizer sobre isso?

— Ele foi congelado majestade. Congelado de dentro para fora. — um deles explica.

— Estávamos com ele quando aconteceu. Foi muito rápido, ele ficou paralisado e depois caiu. Provavelmente seu coração foi atacado primeiro. — o outro completa.

— Quem estava na sala? — pergunto.

Eles se entre olham e até mesmo Charly abaixa a cabeça tentando evitar meu olhar quando diz.

— Não sabemos ao certo majestade. O Dr havia tirado um dos experimentos da câmara fria e preciso de vários enfermeiros para conte-la. Quando o Dr caiu vários enfermeiros correram buscar ajuda então é difícil dizer exatamente quem estava lá.

— Está me dizendo que você é tão incompetente que não sabe quem está ao seu redor? — ele sabiamente evita meu olhar. — Não me surpreendo que um de vocês tenha acabado morto.

— Lamento pela minha falha majestade. Prometo que não vai mais se repetir. — Charly diz finalmente criando coragem de me encarar.

— Ótimo Charly, pois se cometer mais um erro desses eu mesmo matarei você.

Em resposta ele apenas abaixa a cabeça.

— Queimem o corpo e joguem os restos onde vocês acharem melhor. — ordeno enquanto saio.

— Mas senhor...

Aquelas palavras me fazem parar. Encaro o verme enfermeiro que ousou se dirigir a mim como se eu fosse um qualquer.

— A família dele... eles merecem um velório... — eu tinha que admirar a coragem dele de não pedir perdão primeiro.

— Isso aqui não é uma funerária. E eu sou seu rei, se eu mandei queimar o corpo você queima sem objeção, ta me entendendo?

— Sim majestade. Perdão. — ele pede.

— Não. — respondo e noto seus olhos se arregalarem. — Eu não aceito seu perdão. Mas não se preocupe, você terá tempo de treinar como pedir perdão a um rei. Só que lá no inferno.

Antes que ele pudesse correr ou tentar reagir de alguma forma a nevoa negra já estava se enrolando ao seu corpo.

Não demorou muito para ele desaparecer em cinzas.

— Não se faz mas empregados como antigamente, você não acha Charly? — encaro o enfermeiro que parecia estar em choque pelo acontecido.

Aquilo sempre era divertido, seus rostos estampando horror e medo.

Depois disso resolvi fazer uma visitinha ao experimento 59. Eu tinha um forte pressentimento de que ela teria coisas interessantes para me contar.

Herdeira do Submundo 2 - Coroa InfernalOnde histórias criam vida. Descubra agora