KIRA
— Hey, acorda! — ouço uma voz ao longe. — Vamos lá garota, você precisa acordar! — ouço quando um tapa atinge meu rosto, mas não doeu. Senti uma sensação de formigamento.
Quando abri os olhos a primeira coisa que vi foram olhos azuis como cristal me encarando.
— O que foi? — demoro alguns segundos para notar que eu estava na sala de banho. O lugar parecia vazio. — Como eu cheguei aqui?
A última coisa que eu me lembrava era de estar jantando com Alexandre e o meu irmão, mas tudo parecia meio borrado.
— Alexandre te trouxe aqui. — o homem explica. Era o mesmo que havia me salvado aquela noite, quando quase fui pega por espionar o Alexandre. E pela primeira vez eu notei que suas orelhas despontavam pelas mechas de cabelo. Ele era um elfo então, não, não um elfo...
— Você é um alfr? — a afirmação soou como uma pergunta.
— Tipo isso, mas não temos tempo para isso agora. Você precisa se levantar.
— Como você chama? — pergunto. Meu cérebro parecia envolto por uma névoa de confusão. Eu precisava reorganizar meus pensamentos, me focar em levantar. Mas eu me sentia tão cansada...
— Oliver — ele respondeu e colocou a mão nas minhas costas me fazendo sentar. — O que o Alexandre fez com você? O que você bebeu?
O que eu havia bebido mesmo? Tento relembrar tudo o que aconteceu, desde o momento que eu entrei na casa até agora.
— Vinho, muito vinho. — respondo.
— Ta bem, acho que posso resolver isso. — ele encara a enorme porta da câmera antes de me empurrar para dentro de uma das piscinas.
Inicialmente engoli um pouco de água no processo, me debati e senti vontade de mata-lo.
Mas então ele começou sussurrar umas palavras em outra língua e a água ao meu redor se acalmou.
Ficou reconfortante e aquecida. Eu sentia ela fluindo ao meu redor como se estivesse lavando minha alma. Me purificando.
Até mesmo a névoa que cercava meus pensamentos parecia se dissipar naquela água.
Quando ele terminou eu conseguia pensar com mais clareza.
— O que você fez? — pergunto me sentindo limpa pela primeira vez depois de muito tempo.
— Um purificação. Acho que sei o que o Alexandre fez com você.
— E o que ele fez? — pergunto já sentindo que eu não ia gostar da resposta.
— Sugou um pouco da sua essência.
— O quê isso quer dizer?
— Quando ele suga a essência de alguém, isso permite que ele se transforme na pessoa. Temporariamente pelo menos. Então precisamos aproveitar que ele saiu e tentar enviar um recado a sua irmã.
Sem perder tempo saio da piscina.
— Como faremos isso exatamente?
— Segura minha mão e não solta. — ele ordena.
E quando meus dedos se fecham ao redor dos dele sinto o poder dele fluir para mim. Uma magia antiga e poderosa. Quando cruzamos as portas para fora da câmera não tive duvidas de que já estávamos invisíveis.
O que nos íamos fazer para avisar a Elizon eu não tinha ideia. Mas continuei segurando a mão do Oliver, mesmo quando passamos por um grupo de anões. Mesmo quando cruzamos entre os escravos. E quando passamos pelos guardas minotauros eu apertei a mão dele, e ele apertou de volta, como se dissesse "tudo bem."
Então caminhamos em direção ao dormitório dos guardas. Algum deles deveria ter papel e caneta. Algum deles facilitaria a entrega da minha mensagem.
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Herdeira do Submundo 2 - Coroa Infernal
VampirElizon sabia que ter aceitado a ajuda dos deuses na guerra era uma divida de vida, um favor, que um dia eles viriam cobrar. Ela só não esperava ser tão cedo, e não esperava que eles ameaçariam arrancar sua coroa. Então, Elizon se vê sem opções de fu...