cap 3

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Seus sonhos foram interrompidos por um rosnar ameaçador fazendo com que a garota se levantasse em um sobressalto do chão onde estava.

A sua frente havia uma criatura apavorante, com olhos Amarelos a observando de cima a baixo, suas garras se movendo ora tocando o chão ora se preparando para agarrar a presa e ela era a presa, sentia isso, iria morrer ali, sem testemunhas, sem segundas chances, sem ninguém que choraria por ela.

A fera a rodeava enquanto a garota se pressionava cada vez mais para a árvore a suas costas com a esperança de desaparecer em meio ao tronco.

Mas a fera apenas avançava cada vez mais como se percebesse que sua presa estava totalmente encurralada, aproximando-se devagar apenas para intimidar e adiar o inevitável. Ela seria morta, estraçalhada, talvez nem sequer sobrariam seus restos, e esse pensamento continuava em sua cabeça até perceber a fera tão perto que podia sentir seu hálito quente queimando sua pele, fechou os olhos e prendeu a respiração o mais forte que pudera até os pulmões doerem e sentir a fera se afastar, é agora, esse será o ataque, talvez ela a deixe viver tempo o bastante para ver seus membros serem dilacerados ou lê daria uma morte rápida e misericordiosa, não importa, ela sabia que essa era sua hora.

Passou um minuto, dois, talvez quatro e nada acontecia, seu grito aínda preso na garganta e sua garganta ainda intacta, devagar ela foi abrindo um dos olhos para notar que a fera havia sim feito o ataque, mas não nela, e sim em alguém que se pôs a sua frente, seu braço estava estirado para o lado e a fera ainda estava com a boca cravada no ombro de quem quer que fosse, mas seus olhos estavam vazios, não era como se estivesse entediado, mas sim morto.

Seus olhos se arregalaram com esse pensamento, tentou se afastar, mas suas costas bateram contra a madeira da árvore o que fez seu salvador a notar, só então percebeu. O capuz sobre a cabeça, era ela, só poderia ser ela.

- Mor _ foi tudo o que conseguiu dizer até sentir suas pernas cederem e sua consciência se esvair quase tombando contra o chão se não fosse por algo a segurando, ela não tinha certeza, mas jurava ouvir seu nome sendo pronunciado várias vezes.

....

- o que faz aqui? _um homem sério se dirigia a uma garotinha sentada ao pé de uma enorme porta de madeira em meio a um corredor

- não acreditam em mim _a pequena se encolhia contra a porta abraçando suas pernas enquanto escondia o rosto nos joelhos.

- acreditar no quê? _o homem se sentou ao lado dela, ele era alto e tinha uma boa aparência, se não fosse por uma garotinha chorando ao seu lado, quem passasse iria achar uma sena peculiar.

- na minha amiga! _sua voz saia abafada pelos joelhos

- a filha do marquês? _o mais velho coçava a nuca bagunçando seu cabelo preto perfeitamente penteado.

- não! A Mor!

- aquela pessoa com um capuz? _era difícil lembrar de cada amigo imaginário que a menina já teve.

- sim! Ela, eles acham que eu tô mentindo, que ela não é real _a garotinha deu uma fungada o que fez o mais velho a abraçar descuidadamente, ele não era bom em abraços.

- shhh tudo bem, eu acredito em você, tudo bem? Papai acredita em você.

 A Amante Da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora