CAP 9

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Haya esperava sentada no sofá até que morte voltasse, a mesma dissera ter alguns assuntos importantes a tratar antes de sua partida.

- ela chegará logo querida, não precisa ficar tão agitada _Tay tentava acalma-la enquanto batia alguns ovos para fazer biscoitos, cozinhar era realmente o que lhe deixava mais feliz no mundo.

- eu não estou agitada _Haya quase foi firme em sua palavra, se não fosse por seu pé batendo freneticamente contra o carpete.

Já aviam se passado vinte minutos, mas para a loira eram como horas de ansiedade. Em dias normais ela nunca estaria assim, criando expectativas, pois isso sempre acabava mal, mas esse lugar a deixava assim ainda que ela mesma não soubesse o quanto já avia mudado em tão poucos meses.

Estava perdida em seus devaneios até ouvir passos descendo as escadas, se virou para a mesma e não pode deixar de sorrir.

Morte estava com um vestido longo e preto sem muitos detalhes, mas que acentuava sua cintura e sim, era para lá onde Haya estava tentando não olhar.

- você está linda _Haya piscou algumas vezes até que as palavras de Morte fizessem sentido em sua cabeça.

- o-obrigada _ia elogiá-la de volta, mas foi interrompida antes mesmo de começar a falar.

- bem, sua carruagem já chegou madame _ Tay falava voltando da porta da sala .

O rapaz fez uma pequena reverencia para as duas fazendo a loira rir e a morena revirar os olhos. Haya ainda ria da piada do amigo até chegar a varanda e perceber que realmente havia uma carruagem parada a frente do pequeno portão do jardim.

Com certa cautela a loira andou até a carruagem passando a mão na madeira negra. Seus olhos se apertaram mais quando viu os cavalos que a puxavam, eram negros, desbotados, pareciam mais mortos do que vivos, uma de suas pernas estava quase sem carne e outra mostrando apenas o osso.

- acredite, esses estão em bem melhor estado do que os anteriores. _Morte falou acariciando a cabeça de um dos cavalos e foi falar com o cocheiro.

Um homem alto com uma capa que não deixava ver o rosto, ele acenou para algo que a morena falava e logo abriu a porta para que as duas entrassem no veículo.

Haya não parava de olhar pela janela por todo o caminho que percorriam pela floresta e jurava ter visto algo se mover entre as árvores vez ou outra.

- vai acabar ficando tonta se continuar olhando _Morte se sentava frente a loira, a mesma se virou para encara-la, ainda não sabia nem um terço da vida daquela mulher e isso só a deixava mais fascinante.

- eu queria saber, as pessoas, vão conseguir ver você certo?.

- desculpe querida, mas as pessoas não conseguem me ver, não sem estarem prestes a morrer e mesmo assim vêem algo que os agrade e tranquilize

- mas eu consigo _a loira focava toda sua atenção na morena a sua frente.

- você é... Especial.

- chegamos _Morte falou e Haya virou sua atenção novamente para fora onde não havia mais árvores e sim prédios.

O cheiro de fumaça invadindo suas narinas e o frio cotidiano da cidade, bem como se lembrava, nada mudou durante toda sua ausência. A loira sorrio ao descer os degraus da carruagem.

- aonde iremos primeiro? _Morte pergunta descendo logo atrás da garota.

- para o mercado!

Frutas, legumes, carnes, massas e algum doce aqui e ali. Claro que as pessoas olhavam disfarçadamente, uma dama bem vestida fazendo compras por si mesma e ainda por cima falando sozinha não era algo comum, mas isso não a importava, nenhum deles a importava, ela estava lá se divertindo e com a companhia que desejava, estava feliz.

Morte parou subitamente, seus olhos ficando vazios e sua postura se tornando ainda mais ereta se possível.

- Preciso sair por um instante, por favor espere-me aqui, já volto. _Haya concordou e observou a figura da mulher saindo de sua vista ao dobrar uma esquina.

A garota até queria ficar, aproveitar a tarde, descansar de tanto caminhar, sem mencionar das sacolas nada leves que Morte a entregou antes de ir, mas sua curiosidade era maior que tudo e essa curiosidade a levava para aquela esquina, diretamente a um beco que para sua surpresa acabava em uma parede.

- que beleza Haya, esqueceu que ela pode desaparecer, idiota! idiota! _ falava enquanto se virava para a saída dando soquinhos na própria testa.

- sabe, um beco não é lugar para uma dama. _levantando o olhar assustada pode ver a silhueta de uma mulher. - mas você não é só uma dama, se não, não andaria ao lado da própria morte sem teme-la, não é mesmo? Lindinha.

 A Amante Da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora