CAP 8

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O dia mal tinha começado e os empregados já estavam de pé andando de um lado para o outro no casarão, limpando, polindo e lavando cada parte dele. Não era algo agradável fazer isso em dias tão frios, mas sabiam que suas refeições dependiam disso.

- queria ter metade do dinheiro que eles têm, já dava pra ter uma vida boa pelo resto da vida. _ um rapaz alto que estava limpando as janelas fala enquanto para e admira o bom trabalho que fez.

- não seja idiota! Até parece que isso aconteceria, nem em outra vida meu amigo. _ falou o mais novo que limpava o chão em que logo mais os proprietários sujarão.

- sonhos meu caro amigo, algo que você deveria ter _ zombou o mais velho e saiu do corredor com a flanela no ombro e o balde de água já quase vazio nas mãos.

Enquanto ao mais novo, o trabalho levava boas horas da manhã, mas o piso ficava impecável o que deixava o rapaz orgulhoso de si mesmo.

- bom dia Tay _ele não esperava, nunca espera que alguém chegue por trás e sussurre em seu ouvido, mas isso já estava acontecendo a alguns dias.

- bo-bom dia senhor _falou após se recompor de seu gritinho vergonhoso

- bom dia Taylor, o que está a fazer? _o homem se aproximou mais para ver o que o empregado preparava tão concentrado a ponto de não nota-lo entrar ou mesmo quase esbarrar em uma cadeira da cozinha.

- peixe senhor _o rapaz sentia a respiração do mais alto em sua nuca o fazendo tremer.

- eu tranquei a porta quando entrei _seus olhos se arregalaram, mas em vez de temer ou fugir ele se virou puxando o mais alto pela gola da camisa até seus corpos se chocarem, aproximando seus rostos e roçando seus lábios até os selar em um beijo.

Tay agarrava o cabelo do patrão com uma mão enquanto a outra passava em volta do pescoço do mesmo impedindo qualquer tentativa de fuga. As mãos do mais alto apertavam sua cintura os aproximando cada vez mais.

E quando se separaram a procura de ar ouviram alguém bater freneticamente na porta os fazendo se separarem e Tay correr para abri-la. O mais velho ajeitou sua camisa e passou a mão pelos fios pretos desgrenhados tentando ajeitá-los o máximo possível.

- mas o que aconteceu aqui que essa porta estava trancada?! _ uma senhora já de idade caminhava olhando com certo desprezo para o rapaz que lhe dava passagem para ela entrar.

- estava frio então entrei e bati a porta, deve ter se trancado com a batida _o rapaz elegante dava de ombros enquanto pegava um biscoito do pote em cima da mesa.

Se sentindo desconfortável Tay se retira da cozinha, iria terminar de preparar a refeição quando eles saíssem de lá.

Ele trabalhava naquela casa desde que se lembra, tudo que sabia sobre sua história é que seus pais são africanos e ele foi vendido para essa família, era um completo inferno viver lá, sendo humilhado e repreendido o tempo todo, tratado como se fosse um animal doméstico.

Até ele aparecer, o filho mais velho da família que fazia intercâmbio, mas voltou cerca de dois anos atrás para assumir os negócios da família.

E por mais que fossem de patamares completamente diferentes, este era o único a trata-lo como um igual e isso o encantou. Um ano depois e já estavam se encontrando às escondidas, mesmo com a certeza de que se fossem pegos seria ele a ser punido e provavelmente morto, mas não se importava, já estava perdidamente apaixonado por aquele cavalheiro de olhos azuis.

 A Amante Da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora