CAP 41

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Já era manhã e os passarinhos se aproximavam das flores no jardim para se molharem com a água recém jogada nas plantas.

Morte apenas assistia a cena enquanto sentada no banco de pedras,   suas pernas cruzadas apoiando o cotovelo que por sua vez servia de apoio a cabeça.

- é realmente refrescante ver uma sena assim _os passarinhos se agitaram e voaram para longe.

Barulhos de passos pesados vinham da floresta cada vez mais altos e mais perto.

- nada como uma sena adorável, antes de uma chacina _levantando do banco, estendeu seu braço para o lado e uma espada surgiu.

Morte nunca gostou de ver criaturas morrendo, mas tinha inimigos demais para se dar o luxo de esperar que tudo se resolvesse na conversa.

Com um impulso se lançou para frente, suas asas abrindo e a ponta da espada esperando seu inimigo, passou o dia tendo de lidar com criaturas indesejáveis e por mais que Sebastian seja uma boa ajuda ele ainda é humano e se cansa rapidamente.

A lâmina perfurou o primeiro e outro logo atrás dele se lançou para ela, como uma dança ensaiada ela girou o corpo passando a lâmina na criatura, seu corpo sem vida se chocando contra uma árvore.

Segurando o cabo da espada a lançou em direção a outra que se aproximava enquanto seu próprio corpo desaparecia como poeira antes que garras a tocasse.

Mais e mais criaturas se aproximavam, algumas nem mesmo eram da mesma espécie.

...

Seus olhos começavam a abrir lentamente, o quarto era escuro, mas conseguia ver bem mesmo com a pouca iluminação, sua cabeça parecia três vezes mais pesada até notar que tinha realmente algo encima dela, suas mãos tocando os pedacinhos de gravetos e panos e o que quer que seja todo esse montinho até tocar em penas.

Se apoiando no colchão, usou a pouca força que tinha para sair do pequeno chapel pesado de sua cabeça, seu corpo formigando e cansado.

Olhou para a cama, havia uma coruja lá dormindo, seu corpo se movimentando enquanto respirava.

Ela passou a mão pelo cabelo agora desgrenhado, o animal realmente fez seu ninho em sua cabeça.

Percebeu calçados ao pé da cama, os calçou e lentamente se afastou indo em direção a porta, olhando ao redor viu que ainda estava no quarto de Morte, isso a aliviou.

Pegou a maçaneta gelada e abriu a porta, mas o som acordou a coruja que saltou do ninho e voou em sua direção, a garota pondo as mãos a sua frente, mas o animal pousou em sua cabeça.

- é sério?! _sua garganta doeu ao falar, esquecera de beber algo quando acordou.

Moveu as mãos para espantar o animal, mas conseguiu apenas uma bicada na mesma, suspirou e se virou para o corredor, os olhos se acostumando com um ambiente mais claro enquanto tentava não mover muito a cabeça para o animal não se irritar.

Desceu as escadas e enfim chegou a sala, a coruja saindo de sua cabeça para pousar nas costas de um sofá.

Revirou os olhos enquanto andava em direção a cozinha esperando que o animal não a siga novamente.

-você acordou!

Em primeiro momento pensou ser Thay animado como sempre a abraçando, mas não.

O abraço veio por trás seguido do barulho da porta batendo na sala, tão rápido que seus sentidos demoraram a entender o cabelo negro caindo por seu ombro ou os braços pálidos em volta de sua cintura.

-Sentiu...minha falta? _a loira esperava não ter soado estranho, a garganta ainda doendo ao falar.

A maior apenas afundou mais seu rosto contra o ombo da loira.

- certo, certo, eu tô aqui, já trouxe tudo, pode desfalecer no chão agora _Thay saia da cozinha com um balde cheio de coisas que Haya não reconhecia, mas jurava ter visto uma pedra pontuda em meio a tudo.

Morte levanta seu rosto para o fantasma que para assim que vê a garota a sua frente tentando inutilmente esconde o balde atrás de si.

- oh Haya quando acordou?

- o que tá...acontecendo? _ela olha de Morte para Thay enquanto os dois se olham discutindo silenciosamente quem vai explicar.

- então _Thay se prontificou - A coisa tá feia e.... Alguns monstros tão começando a acreditar que Morte tá fraca.... estão vindo para cá cada vez mais.

Haya olha para Morte que se afastou e sentou em um sofá apoiando sua cabeça nas costas do mesmo.

- mesmo assim, não viriam tantos, estão sendo coagidos a vir.

A coruja sai de onde estava e sobrevoa a sala pousando no colo da morena que faz uma expressão de dor.

- Você se machucou?! _Haya da uns passos a frente, mas Morte a para.

- Não quero que vc faça isso. _Haya fica confusa, suas mãos ainda paradas a sua frente.

- querida o que ela quer dizer, é que não quer que vc se canse fazendo isso de novo. _Tay deixa o balde no chão ao lado da mais velha, uma mão descansando no ombro da loira

- mas eu não estou cansada, me sinto ótima! _mas isso não anima seus companheiros então Haya respira fundo, novamente só pode ter sido uma coisa, o que acontece com ela sempre que se esforça um pouco mais. - por quanto tempo dormi?

- dois dias e meio.

 A Amante Da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora