Felizmente a garota não tinha ferimentos graves e após jogar álcool nas feridas para não infeccionar e amarrar com algumas tiras de pano os lugares mais feios só restava deixa-la descansar.
- certo, onde a colocamos agora? _fala Tay enquanto lava o sangue de suas mãos.
- não podemos deixa-la aqui? _Sebastian comenta, mas logo se arrepender visto o olhar repreendedor de Tay e Morte.
- na cozinha? Onde todos comemos?! _Tay eleva a voz, o mesmo iniciaria uma discussão se não tivesse uma garota desacordada na mesa de sua cozinha.
- desculpa, eu apenas pensei....
- começou pensando errado já, Morte querida, poderia por seu cão de guarda para fora já que só tá atrapalhando? _Tay se vira, mas Morte está os ignorando olhando para a porta.
O fantasma atravessa o balcão da cozinha indo até a morena enquanto Sebastian reclama ao fundo.
- algo errado? _fala tocando gentilmente seu braço.
Morte se vira ainda pensativa, os arredores da casa não são mais seguros e será questão de tempo até que a notícia se espalhe pelas criaturas da floresta, logo a barreira de Tay não será mais suficiente para impedi-los de entrar.
- vamos por ela em um dos quarto.
- mas não tem mais quarto sobrando _Sebastian estava preparado para negar ceder seu quarto para qualquer um, a menos talvez se fosse Morte pedindo que o fizesse.
- não será preciso, esperem aqui, vou falar com Haya. _e sem dizer mais nada sua figura sai da cozinha como fumaça sendo levada pelo vento.
- A opinião daquela garota é tão importante assim? _Sebastian cruza os braços se apoiando na madeira da parede atrás de si.
- deixa ela, aproveita que tá aí e vai pra sala pegar um travesseiro pra eu por debaixo da cabe da garota, o pescoço dela vai doer se ficar muito tempo nessa posição.
- mas você é quem tá mais perto da porta _fala apontando para o fantasma e a porta aberta do lado dele
O fantasma flutua de volta parando atrás do balcão com um sorriso debochado no rosto.
- eu não, tu que tá
Sebastian respira fundo, brigar não levaria a lugar algum, então como um adulto, ele foi até a sala, pegou um travesseiro qualquer do sofá e o arremessou com toda sua força na direção do rosto do fantasma.
....
Haya acabou adormecendo de exaustão em seus braços, ter usado tanto seu poder recém descoberto a desgastou mais do que aparentava.
- sinto muito hoje não ter sido um dia divertido como gostaríamos _fala dando um beijo na testa da loira.
Com um movimento de mão o corpo da garota começou a flutuar e aos poucos o vestido e sapatos foram saindo enquanto outro vestido se aproximava.
Morte detestava usar seus poderes assim, parecia algum tipo de fada madrinha preparando a garota para dormir, mas não queria arriscar acorda-la enquanto trocava suas roupas sujas de terra e sangue seco por algo mais confortável.
- prontinho, tenha bons sonhos _tirou uma mecha de cabelo do rosto da menor e se voltou para a janela.
- como as coisas estão lá? _a janela se abre e uma coruja entra pousando na grade da cama onde a loira dormia. Suas penas brancas refletindo a luz do luar que entra pela janela
- eu devo passar lá em algum momento, mas não agora
A coruja apenas inclina a cabeça, seu rosto desconfiado a olhando como se entendesse as palavras de sua dona.
No andar de baixo se ouve um grito de Tay, Morte passa a mão pelo rosto enquanto suspira, não conseguirá ter paz essa noite.
- fique aqui hoje, não me agrada deixa-la sozinha, mas confio que vc será uma boa protetora.
A coruja estufa o peito eriçando suas penas e se encolhendo no lugar para descansar.
Morte sorri para o animal e sai a caminho da cozinha, não pôde falar o que queria, mas Haya não deve se incomodar em ceder seu quarto.

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A Amante Da Morte
عاطفيةUma garota que perdeu tudo e um ser que não tinha nada, uma cuidando da outra e tentando sobreviver em um mundo onde criaturas sanguinárias chamam de lar. Um romance lésbico com a morte, quem imaginaria?