CAP 40

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Felizmente a garota não tinha ferimentos graves e após jogar álcool nas feridas para não infeccionar e amarrar com algumas tiras de pano os lugares mais feios só restava deixa-la descansar.

- certo, onde a colocamos agora? _fala Tay enquanto lava o sangue de suas mãos.

- não podemos deixa-la aqui? _Sebastian comenta, mas logo se arrepender visto o olhar repreendedor de Tay e Morte.

- na cozinha? Onde todos comemos?! _Tay eleva a voz, o mesmo iniciaria uma discussão se não tivesse uma garota desacordada na mesa de sua cozinha.

- desculpa, eu apenas pensei....

- começou pensando errado já, Morte querida, poderia por seu cão de guarda para fora já que só tá atrapalhando? _Tay se vira, mas Morte está os ignorando olhando para a porta.

O fantasma atravessa o balcão da cozinha indo até a morena enquanto Sebastian reclama ao fundo.

- algo errado? _fala tocando gentilmente seu braço.

Morte se vira ainda pensativa, os arredores da casa não são mais seguros e será questão de tempo até que a notícia se espalhe pelas criaturas da floresta, logo a barreira de Tay não será mais suficiente para impedi-los de entrar.

- vamos por ela em um dos quarto.

- mas não tem mais quarto sobrando _Sebastian estava preparado para negar ceder seu quarto para qualquer um, a menos talvez se fosse Morte pedindo que o fizesse.

- não será preciso, esperem aqui, vou falar com Haya. _e sem dizer mais nada sua figura sai da cozinha como fumaça sendo levada pelo vento.

- A opinião daquela garota é tão importante assim? _Sebastian cruza os braços se apoiando na madeira da parede atrás de si.

- deixa ela, aproveita que tá aí e vai pra sala pegar um travesseiro pra eu por debaixo da cabe da garota, o pescoço dela vai doer se ficar muito tempo nessa posição.

- mas você é quem tá mais perto da porta _fala apontando para o fantasma e a porta aberta do lado dele

O fantasma flutua de volta parando atrás do balcão com um sorriso debochado no rosto.

- eu não, tu que tá

Sebastian respira fundo, brigar não levaria a lugar algum, então como um adulto, ele foi até a sala, pegou um travesseiro qualquer do sofá e o arremessou com toda sua força na direção do rosto do fantasma.

....

Haya acabou adormecendo de exaustão em seus braços, ter usado tanto seu poder recém descoberto a desgastou mais do que aparentava.

- sinto muito hoje não ter sido um dia divertido como gostaríamos _fala dando um beijo na testa da loira.

Com um movimento de mão o corpo da garota começou a flutuar e aos poucos o vestido e sapatos foram saindo enquanto outro vestido se aproximava.

Morte detestava usar seus poderes assim, parecia algum tipo de fada madrinha preparando a garota para dormir, mas não queria arriscar acorda-la enquanto trocava suas roupas sujas de terra e sangue seco por algo mais confortável.

- prontinho, tenha bons sonhos _tirou uma mecha de cabelo do rosto da menor e se voltou para a janela.

- como as coisas estão lá? _a janela se abre e uma coruja entra pousando na grade da cama onde a loira dormia. Suas penas brancas refletindo a luz do luar que entra pela janela

- eu devo passar lá em algum momento, mas não agora

A coruja apenas inclina a cabeça, seu rosto desconfiado a olhando como se entendesse as palavras de sua dona.

No andar de baixo se ouve um grito de Tay, Morte passa a mão pelo rosto enquanto suspira, não conseguirá ter paz essa noite.

- fique aqui hoje, não me agrada deixa-la sozinha, mas confio que vc será uma boa protetora.

A coruja estufa o peito eriçando  suas penas e se encolhendo no lugar para descansar.

Morte sorri para o animal e sai a caminho da cozinha, não pôde falar o que queria, mas Haya não deve se incomodar em ceder seu quarto.

 A Amante Da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora