- porque não vem comigo? Será tão divertido.
A voz era tão fina, quase como se viesse de algo pequeno como um rato, a garotinha se aproximou da varanda de seu quarto, suas mãozinhas agarrando as barras geladas enquanto se apoiava na ponta dos pés para ver melhor.
Era tarde da noite, os empregados a muito adormeceram, ela mesma já deveria estar dormindo, mas foi acordada por esses sussurros a chamando.
O jardim era iluminado apenas pela luz fraca da lua, as árvores dançando com o vento, a garotinha se esforçava para encontrar quem podesse a estar chamando.
- você é uma criança tão linda. _assustada olhou para um dos cantos escuros da varanda e pode ver olhos a observando.
Engoliu a seco dando um passo para trás até que suas observadoras se mostrassem sobre a luz da lua.
Eram pequenas, seus cabelos quase do tamanho de seus pequenos corpos que por alguma razão pairavam pelo ar.
- vocês são fantasmas?
As pequenas criaturas se entreolharam, rindo em seguida.
- não minha querida, mas você pode nos chamar do que quiser! _uma delas falou animada enquanto as outras duas se dirigiram para seu cabelo loiro o alisando.
- tão linda, deveria vir brincar conosco. _suas palavras pareciam tão tentadoras.
- seria tão feliz conosco _suas mãos eram guiadas para as grades da varanda.
- e terá tanto o que comer _seus pés dando impulso para subir.
Já se Encontrava encima da grade de proteção de sua varanda, seu corpo sentindo a estranha vontade de continuar e descer até o chão, mas se excedeu por alguns segundos e acabou escorregando.
As pequenas criaturas mergulharam também tentando alcança-la, mas não foi preciso, braços a seguraram, seus sentidos aos poucos foram voltando.
- por Deus senhorita Haya, o quê? Estava sonâmbula? Deu-me um belo susto sabia?! _um rapaz a segurava em um abraço protetor contra seu peito.
Um aroma de tempero emanava do jovem, era um ajudante de cozinha, disso tinha certeza, mas acabou por adormecer enquanto era carregada de volta até a casa.
.......
Haya acorda de seus devaneios após tropeçar em seus próprios pés e quase levar a cara ao chão, gerando gargalhadas da pequena criatura.
- afinal, aonde estamos indo?! _a loira se senta para se recuperar da caminhada, já era provavelmente a terceira ou quarta vez em que tinha de parar para descansar, seguir aquela fada foi certamente uma péssima ideia, mas a essa altura já era tarde para desbravar o caminha de volta.
A brisa fresca era reconfortante e as longas árvores filtrava os raios do sol, era um ótimo dia.
- se ao menos ela estivesse aqui. _se encolhe abraçando os joelhos.
- o que disse? _a pequena fada se aproxima descansando também em uma folha seca no chão.
- disse que eu queria saber sair daqui. _Haya fecha a cara. - se não me engano você havia dito que seria divertido, bem, não estou me divertindo.
A fadinha bufa se levantando aproximando até cuidadosamente sentar-se no joelho esquerdo da maior.
- pobre garota, pensei que aguentasse por mais tempo, ouvi dizer que era uma sem lar antes de chegar aqui.
Aquela voz já estava irritando aquela altura, claro que sempre soube se virar sozinha, andar por aí com os pés descalços não era nada, já passara fome, frio, dormiu em lugares nada higiênicos, aquilo não era nada.
Tomando um boa quantidade de determinação, se levanta fazendo a pequena criatura cair ao chão e começou a andar para frente, ou para trás, não sabia qual direção.
- todas elas parecem iguais _olhava de uma árvore a outra procurando identificar algo.
-Ora garota, não me compare com as demais, sou muito mais bonito.
Uma das árvores se vira, Haya pisca algumas vezes esfregando os olhos, mas continuava venda um rosto naquela árvore.
- oh céus.
Se virou olhando para todas as outras ao redor, mas elas continuavam imaculadas
- elas não vão falar, menina boba, são novas demais. _a loira se acalma olhando para a grande árvore, ela tinha feições, como um rosto cansado e velho, mas fora isso, não parecia mais que qualquer outra das demais.
- mas o que faz aqui nessa floresta perigosa? _a pergunta a tirou de seu transe, ficando vermelha ao perceber que o estava encarando demais.
- resumindo, uma fada me arrastou para a floresta. _Haya olha ao redor percebendo que a fada havia sumido a tempos.
- bem que senti um cheiro ruim no ar.
- só pode ser o de madeira podre então! _a pequena retorna de uma das árvores.
Os dois se encararam com olhares desafiadores, uma sena intrigante se Haya não estivesse mais preocupada em sair daquele lugar.
- com licença senhor, mas _ os dois se viraram para ela. - como volto para casa?
Espero que tenham gostado :3

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A Amante Da Morte
DragosteUma garota que perdeu tudo e um ser que não tinha nada, uma cuidando da outra e tentando sobreviver em um mundo onde criaturas sanguinárias chamam de lar. Um romance lésbico com a morte, quem imaginaria?