CAP 35

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Me aproximo saindo do terreno fértil em direção aos pedregulhos e plantas secas. A pequena se afasta, posso sentir seu olhar questionador encima de mim, nem mesmo eu sei o que estou fazendo me ajoelhando no chão esperando que esse suposto dom antes escondido apareça novamente.

Tento segurar um galho, mas o mesmo quebra sobe meu aperto, olho para a pequena fadinha que tem uma expressão chorosa, respiro fundo uma e outra vez. ponho as mãos no cão perto das raízes tentando tomar cuidado com os espinhos nela.

Trago o ar aos pulmões e solto lentamente enquanto fecho os olhos tentando limpar a mente, não sei bem o que estou fazendo na verdade, mas vale tentar eu acho.

Abro os olhos após alguns minutos, mas nada aconteceu.

- droga _a pequena criaturinha agora está deitada sobre uma das rochas aqui, seus soluços sendo impedidos de sair por suas pequenas mãos em sua boca. -hora de uma nova tentativa _falo baixinho para mim mesma.

Volto a por as mãos na terra, dessa vez tentando senti-la o máximo possível, sua textura, os grãos de areia que passam pelos meus dedos, as pedras e rochas ao meu redor e as plantas, então minha respiração escapa quando sinto algo diferente, um pequeno pulsar de calor vindo de tudo isso, como se estivesse em seu centro, não é preciso pensar muito, eu apenas puxo isso, sinto ele se espalhar.

Abro um sorriso com isso, acho que estou conseguindo, então meu corpo fica tenso, não é apenas essa pequena planta que recebe o calor, mas toda a terra, ele se espalha sem rumo e não tenho mais controle para parar, sinto suor se acumulando em minha testa, minha respiração pesada, não duvido de que se abrir meus olhos agora verei tudo rodando.

- vamos lá, está quase! _a voz fina me desperta e de repente sinto que posso me mover novamente, meus músculos relaxam e praticamente me deito sobre uma pedra qualquer perto de mim.

Minha respiração mal volta ao normal, quando sinto o chão tremer, me sento novamente devagar, olhando o arbusto agora verde a minha frente, então novamente outro tremor.

- o que está acontecendo? _olho para a fadinha que agora, seca o rosto molhado com seus finos braços.

- ele está acordando!

A terra treme novamente e me levanto dando alguns passos para longe do arbusto, o próximo tremor me fazendo cair para trás.

Posso estar ficando louca, mas as rochas estão se movendo, não apenas elas, mas toda a terra onde estou, o desespero batendo em meu peito enquanto olho ao redor em busca de um lugar seguro.

Mas antes que pudesse começar a correr caio novamente, não por causa de outro tremor, mas o próprio chão se abrindo enquanto meu corpo é engolido pela terra.

Meu grito ecoando pela floresta enquanto me debato procurando algo para me agarrar.

- peguei você _meu corpo para de cair e começa a subir até ser deixada em um galho de uma árvore.

- eu posso explicar _Mor está a minha frente, suas asas batendo lentamente a mantendo no ar e o corpo levemente inclinado para frente, a mesma levanta uma sobrancelha tão alto que quase podia se perder em seu cabelo.

- mesmo? _sinto o tom de ironia em sua voz.

Dou uma olhada na grande criatura agora a nossa frente e o buraco onde a maior parte de seu corpo se escondia. Seu rosto se assemelha quase a de um gato, ou um leão como dos livros que li, mas inteiramente de pedras, galhos e plantas. Consigo ver seu peito se mover com sua respiração, seu tronco meio curvado e ainda assim posso dizer que tem lá sua semelhança com uma pessoa.

- o que é aquilo? _levanto a mão para apontar, mas logo a coloco de apoio na árvore, o ganho em que estou não é dos mais baixos afinal.

Mor se vira, suas assas ficando a frente de meu corpo, quase tapando minha visão da grande montanha a minha frente, me ergo o máximo que posso para conseguir uma visão melhor.

- o que está acontecendo aqui? exijo uma explicação! _seu tom de autoridade quase me fazendo encolher no lugar, mas não fui a única, a grande criatura também se encolhe como um animal assustado.

- veja bem, quando... _a pequena fadinha tenta falar, mas para assim que mor levantou uma mão, não posso ver seu rosto, mas tenho certeza de que seu olhar está fixo na montanha de pedras e plantas encolhida entre as grande árvores que  cercam a floresta.

- um Golem de pedra, geralmente são fantoches de alguém, mas o tipo dele foi criado pela própria floresta como seu protetor, ele estava em processo de voltar a floresta, então, o que aconteceu? _ela se vira para mim e me dou conta de que era comigo que ela falava.

Engulo em seco tentando formular algo para dizer, olho para o lugar onde estava e refaço meus paços tentando não pensar em quão alto estou nesse galho.

- a pequena me mediu ajuda, achei que seu arbusto preferido estava morrendo ou algo assim, então eu... _olho minhas mãos por um momento e em seguida para o grande pedregulho respirando lentamente ainda encolhido no lugar.

- você o despertou _Mor parece ter entendido, sua mão passando pelo próprio cabelo enquanto olha para um ponto qualquer da floresta.

- vamos ter de dar uma boa explicação de por quê vamos chegar tão tarde em casa. _sorrio com o pensamento de quantas perguntas Tay fará

 A Amante Da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora