CAP 12

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Por vezes Haya se pegou em devaneios enquanto lembrava da noite anterior e seus sonhos com uma certa morena não a ajudava em focar no possível perigo que está passando, contudo, tão pouco impedia os outros de se preocuparem.

- você acha que ela pode voltar? _segurava uma caneca com a duas mãos enquanto olhava a fumaça sair do líquido.

- talvez, mas não se preocupe estamos aqui por você querida _Tay se sentou na cadeira ao seu lado repousando uma mão em seu ombro.

- você age como se fosse a mãe dela. _ um rapaz alto os olhava encostado na parede com uma carranca visível no rosto.

- ela é uma criança órfã e só tem dezessete anos, uma criança! Não tem nada de mais mimá-la um pouco. _Tay quase rosnava ao se dirigir ao rapaz que apenas virou o rotos pro lado.

- Tay, calma, acho que você está um pouco estressado também _Haya põe uma mão em seu ombro e lhe da um sorriso.

- sim, desculpa, eu apenas não gosto da presença desse individuo aqui ainda mais sujando o chão com essas botas!

- estar aqui também não me agrada em nada se quer saber.

- não quero!

A loira tomou um gole de seu café enquanto tentava não prestar atenção nos dois rapazes discutindo ao seu lado.

Em menos de vinte e quatro horas Morte mandou um de seus ceifadores para ficar de guarda na casa, mas Haya suspeitava de que ele estivesse lá para tomar conta dela em particular, afinal, nunca viu ninguém protegendo a casa antes.

O rapaz ia retrucar algo, mas parou em uma pose quase como de um guarda, nesse momento Morte entra na cozinha, mas estava diferente, se portava diferente.

A morena entra séria fazendo Haya sentir falta de seu belo sorriso de toda manhã. Se dirige para o ceifador e o dispensa, o rapaz tinha um brilho no olhar apenas de se dirigir a ela e assim que ele saí sua expressão muda para uma mais tranquila enquanto pegava uma cadeira para si.

- o quê? Tem algo no meu rosto? _só então Haya percebe que a estava encarando por tempo demais.

- n-não é só que... o que foi isso que acabou de acontecer? _a morena pensou por um instante até entender a pergunta.

- bem, eu, bem....

- ela se faz de segura para os ceifadores porque assim tem o respeito desses... _Tay olhou para a porta, de onde o ceifador acabara de sair, quase a fuzilando decidindo não terminar a frase.

- isso os faz se sentir seguros _a morena falou bebendo um longo gole de seu café no intuito de esconder a vermelhidão de seu rosto.

Haya queria dizer que não achava que ela precise agir de outra forma para ter o respeito de ninguém, mas sabia que não é assim que as coisas funcionam, mesmo o melhor dos senhores é traído por seus empregados se demonstrar fraquezas, foi isso que aprendeu pelas ruas.

- com sua licença, irei limpar essa lama que seu convidado fez questão de trazer _Tay entrou em um quartinho saindo com um balde e um esfregão começando a limpar da cozinha até a sala.

- porquê eles não se dão bem?

- quem? _perguntou saindo de seus pensamentos

- aqueles dois, desde que se encontraram não param de brigar. _tomou um gole de seu café sem tirar os olhos da morena.

- porquê foi ele quem levou a alma de quem Tay gostava. Tay pode ser um fantasma, mas também já foi humano e como os humanos ele colocou uma culpa sobre Sebastian pela morte de quem gostava. _Morte riu sem humor. - queria que isso fosse um privilégio dos humanos.

Haya queria perguntar o que significava aquela frase, mas sentia não ser o momento para isso.

- o nome dele é Sebastian?

- eu não disse o nome quando lhe apresentei?

A loira negou com a cabeça, e Morte assentiu pensativa. Só então Haya percebeu suas olheiras por mais que o cabelo tentasse esconder o rosto.

- você dormiu bem a noite? _Morte pensou por um instante antes de responder.

- eu não durmo.

- então porque tem olheiras?

- eu... ã... Não sei. _"resultado de uma noite inteira sem conseguir pensar em nada além de seu beijo" mas é claro que ela não diria isso, por que diferente de como a viam Morte é frágil e tímida, o que por vezes chegava a irritar a si própria por não ser mais forte e segura.

Morte ia se levantar, iria sair dali e se trancar no quarto ou qualquer coisa que a distraísse, mas cometeu o pequeno erro de se virar na direção da causa de seu tormento e a garota ainda a encarava, outro erro, seus olhares se encontraram e agora Morte se xingava mentalmente porque não conseguiria mais sair daquela sala, estava presa naquele olhar.

 A Amante Da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora