Cap 38

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Mor tapa minha boca com uma de suas mãos para abafar meu grito.

Fecho os olhos com força e ouço um uivo de dor, quando os abro novamente vejo uma das criaturas com seus enormes dentes encravados no ombro da que aparentemente está do lado de Sebastian que corre em direção a ela com a foice levantada, fecho os olhos de novo esperando tudo acabar.

-vamos descer _ Mor volta sua mão da minha cintura e descemos ao chão.

Abro meus olhos quando meus pés enfim encontram o chão, as quatro criaturas agora com seus membros espalhados na terra, sangue espalhado por todo lado. Sebastian vem até nós se curvando respeitosamente para Mor.

- estavam atacando Clarisse, acredito que queriam invadir a casa . _Mor acena dando alguns passos a frente em direção a uma das criaturas caídas.

- Espera, Clarisse foi atacada?! Onde ela está? E-eu posso ajudá-la! _Fico a frente de Sebastian esperando que ele aponte uma direção, mas ele apenas levanta uma sobrancelha para mim e após alguns segundos estranhos ele aponta para trás dele.

Vou onde Mor está enquanto procuro por Clarisse. A sua frente está a criatura que vi com Sebastian, sua pelagem marrom quase puxando para o vermelho, ah muito sangue em seu ombro e pernas, mas ainda consigo ver seu peito se mexer lentamente.

Dou dois passos para trás, não quero arriscar que isso se levante e venha em minha direção. Mor parece notar meu distanciamento pois vira para mim.

- Haya, eu preciso que vc faça algo...curia _dou mais um passo para trás, sem chance de que eu me aproxime de uma coisa dessas novamente.

- não não, sem chance.

- Haya entendo que foi traumático, mas preciso que faço isso, o ombo foi quase totalmente...eu preciso que faça.

Ela vem em minha direção segurando minhas mãos que tremem só de pensar em tocar aquela besta estirada no chão, me dói pensar que ela precisa ser socorrida, mas não posso, não consigo chegar perto daquilo.

- Haya me escuta, isso é muito importante, nós podemos cuidar dela, mas tem um limite para o quanto podemos fazer isso e eu sei que se vc não fizer isso agora vai se culpar depois.

- como tem tanta certeza disso?! _rio sem humor ainda tentando não olhar para a criatura esperando que ela se levante do chão para me atacar.

- porquê ela é a Clarisse. _Mor me encara e eu prendo a respiração esperando ela dizer algo, se contradizer ou qualquer outra coisa que retire suas palavras, mas ela não diz.

Olho novamente para a criatura, sinto o ar escapando de mim, não consigo respirar, isso não pode ser Clarisse, minhas pernas tremem e quase caiu no chão, não não, Clarisse é uma pessoa e não umas fera que poderia me matar a qualquer momento.

Quero fechar meus olhos para isso, mas não consigo deixar de encara-la como se isso fosse se levantar a qualquer momento para me atacar.

Se ela é isso então o que tentou me atacar na floresta também era... Sinto vontade de gritar e correr, mas tento sufoca-la, eu não consigo, não consigo chegar perto disso.

Meu corpo se vira para correr como se tivesse vida própria, mas não consigo, ha uma mão me segurando, aos poucos percebo que Mor ainda está aqui me segurando no lugar.

Eu olho para ela, não consigo ouvir nada além dos meus pensamentos, mas ao menos assim meu olhar não vaga para aquele monte de pelos deitado logo a frente.

- eu trouxe a caixa com medicamento!

Me assusto quando percebo Sebastian ao meu lado, ele e Mor conversam algo que ainda não consigo entender completamente.

Em suas mãos está uma caixa aberta com fitas, folhas e frascos dentro, eles vão tratá-la, não precisam de mim para isso, mas eu não posso apenas correr e não fazer nada.

 A Amante Da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora