CAP 10

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Com os olhos ainda arregalados fez as mãos em punho e começou a caminhar tentando passar por aquela mulher enquanto fingia não nota-la.

Isso geralmente funcionava com aqueles seres desde que eles não estivessem famintos, coisa que Haya rezava para não ser esse o caso.

- não deveria confiar nela _falava enquanto a garota passava bem ao seu lado.

A loira estava quase fora daquele beco, quase longe do que quer que fosse aquela mulher e ela sabia que enquanto fingir que não a vê ela estaria segura, faltava tão pouco.

- eu juro que irei mata-la. _ela parou, não por medo da própria vida, mas porquê sabia que a ameaça não se direcionava a ela.

Tão pouco

A menor se virou vendo o sorriso vitorioso que a mulher esboçava.

- irei fazê-la sofrer por ter tirado o meu maior triunfo. _a mulher agora andava em sua direção, rápida demais para que possa se afastar.

A maior parte de seu corpo estava visível e havia pintura por todo ele, usava roupas que tapava apenas as partes mais essenciais ao seu ver, se a loira não soubesse diria que era apenas uma meretriz.

Em um piscar de olhos a mulher já estava a sua frente com aquele mesmo sorriso que mais parecia um leopardo encarando uma gazela encurralada.

Haya deu um passo para trás e a mulher lhe deu uma reverência levando a cartola ao peito.

- é um prazer revela lindinha.

- e-eu nunca lhe vi antes. _já era tarde demais para voltar atrás.

- devo dizer que era mais bonita antes, mas não importa, mortos não precisam ser belos

Momento de loucura foi o que a levou a se virar e encarar aquilo que com certeza não era só uma mulher, mas apenas agora Haya sentia o quanto iria se arrepender disso.

De sua cartola saiu uma adaga, sua lâmina tão bem polida que refletia sua imagem, essa lâmina estaria suja com seu sangue logo mais.

A garota se abaixou levando os braços para proteger a cabeça quando a outra foi em sua direção, mas como da última vez nada aconteceu. Abriu os olhos lentamente após ouvir o som de lâminas se chocando, como quando um soldado aparecia pela cidade e após muita bebida acabava arrumando briga com qualquer bêbado irritado, ela reconhecia bem aquele som.

A sua frente estavam asas negras de um tamanho maior do de qualquer animal que já vira e mais belas do que as de qualquer animal também.

Após uma conversa, que Haya não conseguiu entender por estar hipnotizada por aquelas asas a sua frente, o motivo de seu deslumbre se encolheu até desaparecer nas costas de uma mulher que se virou para ela rapidamente.

- você está bem?! Ela te machucou?! Consegue me ouvir?! _apos o bombardeio de perguntas a loira respirou fundo.

- asas? você... você tem asas?! você é um anjo?! _Morte levantou uma sobrancelha, quase se divertindo com aquelas perguntas.

- também sou conhecida como o anjo da morte, não?. _a menor pensou por um instante, mas por fim assentiu com a cabeça.

Morte olhou ao redor segurando a cesta que avia caído espalhando algumas frutas pelo chão.

- devemos voltar agora, aqui não é um lugar seguro. _segurou o braço da menor e a levou de volta a carruagem

Todo o caminho de volta foi um pouco tenso, Morte queria saber mais detalhes do que aconteceu, mas Haya não conseguia por seus pensamentos em ordem, por fim desistiram e ficaram apenas calada todo o restante do caminho.

Na casa um Tay com olhos quase brilhando esperava por elas, querendo muito saber como foi o dia.

 A Amante Da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora