TAY
- ele viverá certo? _a chuva estava começando a engrossar o que não faria muita diferença, eu já estava totalmente encharcado e tudo já havia sido tirado de mim.
- sim
- mas porquê isso? _minhas lágrimas se misturavam com a água da chuva e eu já soluçava sem parar.
- você tem uma visão rara, apenas isso _aquela mulher diante de mim, parecia tão calma como se não importasse minha decisão.
- eu vou!
A alguns dias meu patrão recebeu uma carta que pedia sua presença em uma cidade um tanto longe, como estava ocupado decidiu que seu filho seria um bom substituto seu.
E claro, Chris estava em uma animação tão grande que não poderia não ficar animado tambem.
- você vai mesmo com ele? _Toby meu melhor amigo deis de que me lembro e certamente suspeita de algo quanto a mim e Chris, mas negarei até a morte por mais que me doa enganar meu bom amigo
- foi uma ordem do patrão Toby, não serei eu a negar uma ordem _ele estava longe de ser convencido
- você sabe como são esses burocratas, eles vão te olhar como olham para um rato morto
- não diga isso, eles se agradam mais vendo ratos mortos _consegui tirar um sorriso daquele grandão.
- essa foi horrível meu amigo, eu vou terminar meus afazeres, mas não pense que terminei com você _deu alguns tapinhas um pouco forte de mais no meu ombro e então saiu da cozinha.
Suspirei olhando para as panelas, limpando, com as costas das mãos, o suor que se acumula em minha testa, após alguns minutos voltei a minha realidade de cozinhar a comida para meus patrões.
Levou alguns poucos dias de preparo e já estávamos a partir, era uma manhã quente, nenhuma nuvem no céu, talvez chovesse a noite, já me arrependia aos poucos por ter aceitado ir naquela viagem, suas malas estão pesando em minhas mãos e a sensação desagradável do meu pé nesses sapatos, que foram certamente feitos para alguém com pés menores, não ajuda em me animar.
Até ver ele com sua aura poderosa falando com seu pai ao pé da carruagem.
Observo enquanto pai e filho conversam, Chris tem muito do pai, suas feições e postura, mas também se difere em como age, como quando insiste em ajeitar o cabelo sempre que o vento tenta bagunçar seus fios perfeitamente alinhados ou em sua forma livre de dançar quando acha que ninguém está vendo.
Ele me vê e vem em minha direção se afastando de seu pai, seu braço direito segurando seu casaco e os dois primeiros botões da camisa abertos para tentar diminuir o calos, respiro fundo tentando não mostra meu interesse em ajudá-lo a abrir de vez sua camisa.
- bom dia, já pode pôr as malas lá dentro. _ele não olha para mim quando fala, seu olhar percorre todo o orizonte de sua casa. - você está lindo _me sinto enrrubescer, olho para os lados e alguns empregados ainda esperam suas últimas ordens.
- c-certo, estou indo senhor, obrigado _ele assente com a cabeça e vai em direção a porta da casa onde sua avó o espera.
Me dirijo a carruagem, ajeitando suas malas lá e me sentando ao lado do cocheiro enquanto espero, a despedida leva tempo, mas por sorte o sol deu uma trégua.
Por fim tudo arrumado e seguimos caminho pela estrada de pedras, horas se passam até precisarmos parar para descansar os cavalos, descemos para esticar as pernas tambem.
Ando até uma árvore buscando abrigo em sua sombra, a brisa fresca me fazendo esquecer de todo o calor da manhã e a grama servindo de tapete contra a terra.

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A Amante Da Morte
RomanceUma garota que perdeu tudo e um ser que não tinha nada, uma cuidando da outra e tentando sobreviver em um mundo onde criaturas sanguinárias chamam de lar. Um romance lésbico com a morte, quem imaginaria?