Realmente não foi muito difícil de se acostumar com a rotina, de manhã levantava, tomava um café agradável e quando Morte saia ela e Tay começavam o trabalho de deixar a casa um brilho.
Se sentia mais confortável na presença deles, até mesmo o friu na espinha que vinha com a presença de Morte começava a ser agradável. Já haviam passado o que? Três semanas? Um mês? não tinha um calendário pra se ter noção de tempo.
- cansada? _uma voz soou por trás dela a fazenda sair de seus pensamentos, estava suada, cansada e acabada, mas o resultado foi uma casa perfeitamente limpa e se orgulhava muito disso.
- um pouco
- venha descansar _ virou um abito entre elas, quando Haya terminava a limpeza, morte pedia pra que ela ficasse um pouco no sofá enquanto fazia companhia a outra.
E lá estava ela, enquanto Morte estava envolvida em seu livro, Haya estava jogada no sofá com a cabeça perto das pernas da outra que fazia um carinho na loira aparentemente sem perceber.
- sobre o quintal, o muro não é baixo demais para um lugar tão perigoso? _ perguntou a loira se lembrando do pequeno muro que não chega a altura da cintura envolta do terreno da casa.
- eles não ousariam entrar aqui sem um convite. _a morena respondia sem tirar os olhos do livro e sem parar a carícia
- mas e aquela voz? _ o livro foi fechado.
- eu resolverei isso quando descobrir quem foi, mas não se preocupe, o que quer que fosse queria apenas te assustar.
Haya não sentiu confiança em suas palavras, mas não falou mais sobre àquilo.
.....
- o que faz aqui fora nesse frio? _um homem se aproximava de uma garotinha que estava perto demais do lago congelado.
- queria vê-la de novo, talvez eu consiga esse ano. _mesmo com o casaco grosso a garotinha tremia por está tanto tempo do lado de fora naquela neve.
- ela provavelmente não vai aparecer hoje, está muito frio pra sair de casa, que tal entrar e se aquecer um pouco? _o velho estendia a mão com a esperança de poder sair de imediato daquele frio.
A menina olhou uma última vez com a esperança de ver algo se aproximar, mas novamente apenas neve. Ela se virou desapontada e segurando a mão do senhor a sua frente.
Já haviam se passado três anos desde a última vez que vira a sua amiga e a cada dia tinha a certeza de que não se passava de uma ilusão de sua mente infantil.
....
- o que está fazendo aqui? _morte estava sentada em um banco no jardim da casa enquanto olhava distraída para a floresta.
- Tay me expulsou da cozinha. _ a loira ainda não sabia como Morte sempre a notava quando estava por perto, mas provavelmente deveria ser um dos benefícios de ser a morte.
- bem, sente-se aqui _a morena dá alguns tapinhas ao seu lado no banco e a mais nova se senta um pouco desconfortável.
Ainda não se sentia confortável fora da casa, sentia que algo poderia entrar a qualquer momento e sempre que pensava nisso se recordava da floresta e aquela fera.
- nunca agradeci por ter me salvado _ falou baixinho. A loira não tinha o abito de agradecer, era assim nas ruas, ou você se vira sozinho ou morre.
- eu... Eu não... _antes que pudesse responder um pássaro voou quase sobre a cabeça da loira a fazendo dar um pulo do banco de pedra onde estava e vendo melhor, percebeu se tratar de uma coruja, talvez a mesma que sempre vinha avisar Morte de algo, ou talvez apenas atrapalhar qualquer momento agradável que as duas estavam tendo.
Morte a recebeu nos braços e a coruja se ajeitou ali, Haya quase sentia inveja daquilo e se sentia cada vez mais patética por ter inveja de um animal
- desculpe, tenho que ir _Morte acariciava aquela animal irritante enquanto se levantava do banco.
O que poderia fazer? Dizer para ficar? Que estava se sentindo solitária naquela casa mesmo com a presença de Tay? Que por algum motivo desconhecido não conseguia mais parar de pensar naquela mulher de cabelos negros e um sorriso adorável?
E após uma despedida breve Morte já havia sumido novamente a deixando sozinha, a garota não esperou anoitecer para entra na casa, sem a outra lá o lugar não parecia nada seguro. Suspirou enquanto ia ver Tay na cozinha e talvez perturba-lo um pouco enquanto ele termina o jantar

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A Amante Da Morte
RomanceUma garota que perdeu tudo e um ser que não tinha nada, uma cuidando da outra e tentando sobreviver em um mundo onde criaturas sanguinárias chamam de lar. Um romance lésbico com a morte, quem imaginaria?