CAP 22

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Acordo com meus ombros ardendo e uma dormência no braço, com certeza dormi de mal jeito, me viro e ela ainda está aqui, dormindo ao meu lado, seu cabelo negro escondendo uma parte do rosto.

Meu primeiro pensamento é ficar aqui para sempre, literalmente aqui nessa cama com um colchão de palha nada confortável e o frio congelante da manhã, mas com ela, então seria perfeito.

Porém algo me vence antes mesmo de tentar por sentido a esse pensamento, estou morrendo de fome! Não me lembro de ter jantado ontem, eu ao menos almocei?

Estou deitada do lado da parede então tudo que tenho de fazer é passar por cima da Mor sem acorda-la, fácil.

Apoio minha mão no colchão enquanto passo uma perna por volta dela, teria sido uma melhor ideia se eu não tivesse usado meu braço dormente como apoio.

Em um minuto estou quase passando e no outro meu braço sede e caiu encima dela a acordando.

E entre uma crise de risos por como ela acordou assustada e a preocupação de tela machucado eu consigo me sentar de novo, usando apenas um dos braços já que o outro tá estirado ao meu lado como um peso morto.

Então vejo a coisa mais linda de todas, Mor se senta na cama ainda sonolenta e se espreguiça, suas asas saem se estirando sobre si e ela olha para mim, dando um sorriso apertando os olhos e Deus, ela tem covinhas.

- bom dia _eu vou morrer com o som rouco dessa voz.

- bom dia _percebo que estou sentada em seu colo quando asas negras nos rodeiam formando algo como um casulo.

- dormiu bem? _ela me abraça apoiando o rosto na curva do meu pescoço.

- como se estivesse nos braços da morte _Mor geme de desgosto, eu adoraria poder ver o nariz franzido que ela deve tá fazendo agora. - e você, dormiu bem?

- eu não durmo... Ao menos não quando estou em bom estado.

- bom estado? Como um relógio? _ela se afasta olhando pra mim e depois ri.

- não, não, ouça, acabei sendo..
Esfaqueada de leve em uma asa quando encontrei você na floresta e meu corpo precisou de um tempo para regenerar mais rápido.

Eu paro fazendo minha própria reconstituição do ocorrido na minha cabeça.

- com fome? _volto minha atenção a Mor dando um sorriso a mesma.

- morrendo _antes que ela possa reclamar lhe roubo um beijo rápido me levantando quando suas asas voltam para trás desaparecendo em suas costas.

Pego minhas roupas encima de um um baú, as roupas que a senhora me deu na verdade, as visto como certa dificuldade por tá usando só um braço e pego as de Mor para lhe entregar.

- espera! Você voou comigo mesmo estando com suas asas feridas?! _as coisas começando a fazer um pouco mais de sentido em minha cabeça.

- bem, você estava passando mal, não poderia te deixar lá e nunca iríamos chegar aqui se eu tivesse que correr _droga, tem razão e nossa como ela fica linda com essa cara amarrada, certo, foco Haya foco!

- certo, talvez você tenha um pouco de razão, mas ainda foi perigoso. _lhe entrego suas roupas junto com a que estava jogada no chão.

Ela olha para a peça de roupa por um minuto até seu rosto ficar vermelho e rapidamente por a roupa sobre o peito.

Será possível que ela esqueceu que estava nua?

Comecei a rir, eu sei, foi maldade e Mor ficou ainda mais vermelha, mas não pude me conter.

Uns vinte minutos depois a garota de olhos amarelos veio nos chamar para o café, eu tenho que decorar logo o nome dessa gente ou em algum momento vou chamá-los pelo apelido que inventei a eles.

Fomos convidadas a casa da senhora da vila, a garota de olhos amarelos se sentou a seu lado em uma almofada posta a frente da mesa baixa.

Segui Mor e sentei a seu lado em uma das almofadas, estava de frente a garota que me dava um grande sorriso.

- sinto que nossa comida não seja como estão acostumadas, mas é feita com muito carinho _como reclamar depois de uma velhinha dizer algo assim?

Mor agradece e realmente, não estou acostumada com pratos tão fortes, mas estou morrendo de fome para me importar.

- então, como foi a noite? _acho que eu acabei de engasgar.

- Clarisse! Não seja inoportuna. _bebo água enquanto observo a senhora reclamar com a garota.

Olho para Mor, mas ela está comendo calmamente ignorando os outros a seu redor. Ponho minha mão em sua cocha a fazendo se assustar, mas apenas a repouso lá.

- eu só queria saber se a casa estava a seu agrado, até porquê já sabemos que a cama estava.

- Clarisse! _a garota sorria e se encolhia enquanto a senhora lhe dava tapas em seu ombro.

Olho para Mor, seu rosto começando a ficar vermelho, mas ela continua fingindo que nada está acontecendo.

- senhora, a carruagem chegou _um rapaz entra na casa, saindo logo depois de dar a notícia, droga, queria brincar mais por aqui.

Morte se levanta agradecendo a hospitalidade e eu faço o mesmo, a senhora nos guia até o veículo, estava na entrada da aldeia e Cedrico era o cocheiro

Ele desce se curvando para Mor quando nos vê.

- é bom vela senhora.

- o mesmo a você Sebastian.

Ih é Sebastian, quase acertava o nome.

- como estão as coisas em casa?

- agora vocês tem um fantasma que produz a própria água pra limpar o chão.

Coitado de Tay, ainda teve de passar esses dias junto de Sebastião e sem notícias nossas.

 A Amante Da MorteOnde histórias criam vida. Descubra agora