Fiquei sozinha por tanto tempo que não sabia mais como ter alguém por perto e agora sinto que não aguentaria não tela ao meu lado, quão patética sou.
Eu prometi a mim mesma que iria ficar longe, não teria contato, ela não precisava saber da minha existência, mas é claro que isso não aconteceu, eu tinha de interferir de novo e de novo.
Ela era simplesmente a criança mais azarada de todas, sempre se metendo em confusão com simplesmente tudo!
E mesmo sendo a criança mais adorável que já vi ainda teve de suportar a morte de seu progenitor, eu tive de levá-lo, e por mais que eu quisesse compensar as coisas ela não suportava mais minha presença
Talvez ela nunca viesse se não soubesse que não suportaria aquele inverno, mas isso não faria diferença, eu a tiraria de lá nem que fosse a força, lá não era mais seguro, talvez nunca foi.
Mas talvez apenas a trouxe para ainda mais perigo.
- Morte! Morte! Você chegou! _Tay veio gritando assim que adentrei a casa, Sebastian vinha logo atrás.
- o quê?
- a Haya, não sinto mais a presença dela na casa! _olhei para Sebastian em busca de um sorriso ou qualquer coisa que mostrasse ser uma piada, mas ele apenas desviou o olhar.
- ela pode apenas ter saído da propriedade, ainda pode estar nos arredores. _não posso me deixar levar pela preocupação de Tay.
- negativo, já procurei, não vi nada, exceto... _eu e Tay olhamos para ele surpresos esperando prosseguir.
- vi rastros em direção a floresta, pelo leste, não parece que foi arrastada ou que estava com mais alguém.
- não sentiu mais ninguém aqui Tay?
- desculpa, eu estava... distraído _os dois desviaram o olhar do meu, droga, uma briga idiota novamente? É sério isso?!
- ela pode ter sido coagida, quero você de olho nos arredores e Tay, tome conta da casa.
- mas e você?
- vou procura-la mais a fundo na floresta. _disse já saindo pela porta, abri as asas e sobrevoei a casa partindo para a maldita floresta que agora eu já xingava por cada metro quadrado em que as árvores insistem em se agrupar formando um teto de folhas
Sobrevoei por horas sem acha-la então voltei para ter mais notícias, mas não contaram nada de muito relevante, Tay não pode sair da casa e Sebastian apenas deu voltas avulsas o irritante é que estou na mesma situação.
Voltei para mais uma busca, se não me engano tinha saído a mais ou menos um dia, esse seria o segundo, sou sem dúvidas uma ótima guardiã, prometo sua segurança e aqui estou, sem saber onde ela está.
Então sinto, queria que não fosse assim tão doloroso sempre que sinto isso, mas não há tempo, sigo em frente ignorando o aperto em meu peito e mergulho entre as árvores até encontrá-la.
E meu primeiro instinto é usar meu corpo de escudo, a abraço enquanto sinto um arder em minhas asas.
- shhhh tá tudo bem, tá tudo bem. _a aperto mais quando sinto seu corpo ficar mole e viro minha cabeça para olha o velho miserável que se diverte tanto.
- não poderia ter mandado uma mensagem?
- que mensagem melhor do que esta?
- poderia tela matado
- eu jamais o faria
- o buraco na minha asa pode provar o contrário.
- você está ficando mais molenga com os anos, só isso. _juro que esse velho criou o deboche.
Sinto algo se remexendo em seu cabelo e noto uma pequena criatura saindo de perto de Haya.
- o que isto está fazendo com Haya, Zarí? _a pequena se esconde na floresta quando me vê
- aquilo foi quem a trouxe para cá
Tentei ver aonde ela foi, mas deve estar escondida dentre as árvores, é melhor que continue escondida. Olho para Haya, não conseguirei levá-la para casa nesse momento, o corte na minha asa vai demorar a se curar, seria doloroso voar por muito tempo.
Olho ao redor, deve haver uma aldeia não tão distante daqui, se não me engano a velha Olga ainda é a lidar deles, Tay vai ficar desapontado de não poder cuidar pessoalmente de Haya, mas Olga é uma excelente curandeira.
Me despeço de Zarí e alço vôo.

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A Amante Da Morte
RomanceUma garota que perdeu tudo e um ser que não tinha nada, uma cuidando da outra e tentando sobreviver em um mundo onde criaturas sanguinárias chamam de lar. Um romance lésbico com a morte, quem imaginaria?