35° Capítulo

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Os meus olhos se acostumam à escuridão, mas a única luz é um pequeno raio de luar que entra pela janela.

"Harry?" sussurro. Ouço ele resmungando quando tropeça em alguma coisa e tento não rir. 

"Estou aqui." ele diz e liga uma lâmpada sobre a mesa. Olho ao redor do quarto e parece um quarto de hotel. É grande e tem uma cama de dossel com lençóis escuros centrada contra a parede mais distante, parece que é uma cama king size com pelo menos vinte almofadas em cima. Uma mesa grande de cerejeira tinha um computador sobre ela que tem uma tela maior do que a televisão no meu quarto no dormitório. A janela da sacada tem um banco ao longo da parede e não tem cortina, as outras janelas do quarto estão decoradas com cortinas grossas e escuras o que não permite que o brilho do luar passe.

"Este é o meu... quarto." ele diz e esfrega a parte de trás do pescoço com a mão. Parece quase envergonhado. 

"Tem um quarto aqui?" pergunto, é claro que ele tem. É a casa do pai dele. Liam tinha mencionado que Harry nunca vem aqui, então talvez seja por isso que se parece tanto com um museu, intocado e impessoal.

"Sim... nunca dormi aqui... até hoje à noite." Ele se senta à beira da cama e desamarra os sapatos, tira as meias e coloca dentro deles. O meu coração incha com a ideia de que sou parte de uma primeira vez para o Harry. 

"Oh. Porquê?" aproveito a honestidade bêbada dele.

"Porque não quero. Odeio isto. " ele responde calmamente e desabotoa as calças pretas e puxa ao longo das suas pernas.

"O que é que está fazendo?" 

"Tirando a roupa." afirma o óbvio. 

"Quero dizer porquê?" Espero que ele não ache que vou fazer sexo com ele. Mesmo que parte de mim esteja morrendo para voltar a sentir o toque das mãos dele.

"Bem, eu não durmo de calça e com sapatos." Ele meio que ri. A mão dele varre o cabelo para fora da testa, tornando-se uma linha reta. Tudo o que ele faz envia aquele sentimento pelo meu corpo. 

"Oh" Ele puxa a camiseta sobre a cabeça e não consigo desviar o olhar. A barriga dele tatuada é impecável. Ele joga a t-shirt para mim e eu não pego, deixando cair no chão. Levanto-lhe a sobrancelha e ele sorri.

"Não pode dormir nisso, suponho que não queira dormir de calcinha. Mas é claro que não me incomodo nada se quiser." ele pisca o olho e eu rio. Porque é que estou rindo? Não consigo dormir com a camisa dele, vou me sentir muito nua. Me abaixo e pego o tecido preto .

"Não me importo de dormir assim" digo e ele olha para a minha roupa. Ele não faz um único comentário rude sobre a minha saia longa ou a blusa azul larga. 

"Tudo bem. Fica à vontade, se quiser ficar desconfortável, aí é contigo." ele sorri e pega a sua camisa e a coloca na cômoda. Me pergunto se tem roupas lá dentro. Ele se move em direção à cama apenas de boxers e começa a jogar os travesseiros da cama no chão. Ando em direção à gaveta e abro... como eu pensei, está vazia.

"Os travesseiros vem para cá." digo e ele ri, jogando outro no chão. Solto um suspiro e pego eles, colocando na gaveta. Ele ri de mim e puxa o edredom antes de se deitar. Cruza os braços atrás da cabeça, e em seguida, cruza os pés e me dá um sorriso. As palavras tatuadas nas costelas dele são esticadas pelo fato de estar com os braços atrás da cabeça. Seu corpo longo e magro parece requintado com ele deitado.

"Não vai protestar por dormir na mesma cama que eu, não é?" Ele pergunta e eu reviro os meus olhos. Na verdade, não ia. Eu sei que é errado, mas quero dormir na cama com ele mais do que qualquer outra coisa.

AFTER (Tradução Português/BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora