60° Capítulo

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O Harry sai do estacionamento e eu olho pela janela, não quero falar primeiro. Preciso saber o humor dele primeiro. Ele liga o rádio e aumenta o som demais. Rolo os olhos mas tento ignorar, mas não consigo. Odeio o gosto dele em música, me dá uma dor de cabeça constante. Sem perguntar diminuo o volume e o Harry olha para mim.

"O que foi?" eu estouro.

"Woah, alguém está irritado." ele diz.

"Não, eu apenas não quis ouvir aquilo e se alguém está de mau humor é você. Estava sendo muito estúpido e depois me manda uma mensagem pedindo para passar a noite contigo, não te entendo."

"Estava chateado porque falou do casamento, agora que está estabelecido que não vamos não há razão para estar chateado." o seu tom é calmo e convicto.

"Não está estabelecido, nem falamos sobre isso."

"Falamos sim. Eu disse que não vou, por isso esquece isso Theresa."

"Bem, pode não ir mas eu vou. E vou a casa do teu pai para aprender a cozinhar com a Karen esta semana." digo. Ele aperta o maxilar e olha fixamente para mim.

"Você não vai ao casamento, e você e a Karen são tipo melhores amigas agora? Você mal a conhece. Porque é que quer ir ao casamento de qualquer maneira?"

"Sim eu vou ao casamento, e o que tem se mal a conheço. Eu mal te conheço." digo. O rosto dele caí e me sinto mal, mas é verdade. 

"Porque é que está sendo tão dificil?" ele diz através dos dentes.

"Porque você não vai me dizer o que fazer Harry. Isso não vai acontecer. Se eu quero ir ao casamento, eu vou, e eu gostaria mesmo que viesse comigo. Pode ser divertido, pode até se divertir. Significa muito para o teu pai e para a Karen, não que se importe com isso."

Ele não diz nada. Ele deixa um grande suspiro e eu volto a olhar para a janela. O resto da viagem é feita em silêncio, estamos ambos chateados demais para falar. Quando chegamos à casa de fraternidade, o Harry pega na minha mochila do banco de trás e a coloca no seu ombro.

"Porque é que está numa fraternidade?" pergunto. Tenho estado à espera para saber a resposta desde que descobri o seu quarto.

Ele respira fundo enquanto subimos as escadas. "Porque quando decidi vir para cá os dormitórios estavam cheios e eu com certeza não ia viver com o meu pai, isto era das poucas opções que eu tinha."

"Então porque ficou aqui?"

"Porque não quero viver com o meu pai Tessa. Além disso, olha para esta casa, é legal e fiquei com o quarto maior." ele ri um pouco. Estou feliz por ver que a raiva deve diminuiu.

"Porque não vive fora do campus?" pergunto e ele encolhe os ombros. Talvez ele não queira arranjar um emprego. Sigo-o silenciosamente para o quarto dele e espero enquanto ele destranca a porta. O que é que se passa com ele e com a obsessão dele de ninguém entrar no seu quarto.

"Porque não deixa ninguém entrar no teu quarto?" pergunto e ele rola os olhos. Ele pousa a minha mochila no chão.

"Porque é que faz sempre tantas perguntas?" ele resmunda e se senta na cadeira.

"Não sei, porque é que não as responde?" pergunto mas claro que ele me ignora.

"Posso pendurar a minha roupa de manhã? Não quero que fique amarotada por estar na mala."

Ele parece pensar nisso durante um segundo antes de assentir com a cabeça, e se levanta para tirar um cabide do seu guarda-roupa. Pego na saia e na blusa e penduro-as no cabide, ignorando a expressão azeda dele a olhar para a roupa.

AFTER (Tradução Português/BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora