91° Capítulo

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"O contrato vai estar em ambos os seus nomes, certo?" o homem pergunta e olha para mim. Tenho a sensação que ele está silenciosamente me perguntando se tenho certeza disto.

"Sim." o Harry responde por mim e assina o seu nome no fim de várias páginas antes de me deslizar o volume para mim.

Pego na caneta e assino antes de pensar sobre isto outra vez. Estou pronta para mim, nós estamos prontos para isto. Sim, somos novos e não nos conhecemos à muito tempo, mas eu sei que o amo mais do que qualquer coisa e ele me ama, enquanto isso for certo o resto vai ficar no lugar.

"Pronto, aqui estão as suas chaves." o homem que o nome eu assumo que seja Robert, porque esse nome aparece em várias páginas, dá a mim e ao Harry um conjunto de chaves e vai embora.

"Bem... bem-vinda à casa?" o Harry diz quando o homem saí.

Riu e me aproximo dele assim ele pode envolver os seus braços à minha volta.

"Não acredito que moramos aqui agora. Ainda não parece real." os meus olhos examinam a sala de estar.

"Se alguém me dissesse que eu ia estar morando com você, e muito menos namorando com você à dois meses atrás, ou eu ia rir na cara deles ou bater neles... qualquer um." ele sorri e coloca a minha cara entre as suas mãos.

"Bem, você não é um doce?" brinco com ele e coloco as mãos ao seu redor.

"É um alivio no entanto, ter o nosso espaço. Não há festas, não há mais colegas de quarto e banheiros de comunidade." digo.

"A nossa própria cama." ele adiciona com um sorriso convencido.

"Vamos ter que comprar algumas coisas, pratos e essas coisas. Gosta de roupa de cama no quarto? É tudo novo, por isso se não gostar das cores podemos comprar novos." ele diz.

"Estás se sentindo bem?" toco a mão na testa dele. "Está sendo terrivelmente cooperativo hoje." sorriu.

"Só quero ter certeza que está satisfeita com tudo aqui. Quero que se sinta em casa.. comigo."

"E você? Se sente em casa aqui?" pergunto e ele concorda.

"Surpreendentemente, sim." ele diz e olha pela sala.

"Devíamos ir buscar as minhas coisas, não tenho muito, mas alguns livros e as minhas roupas." digo.

"Já peguei."

"O quê?" pergunto.

"Eu trouxe todos os pertences do seu quarto, estão no carro." ele explica.

"Como é que sabia que ia assinar? E se eu odiasse o apartamento?" sorriu. Queria de ter dito adeus à Steph e ao quarto que eu chamei de casa por três meses, mas tenho certeza que vou voltar a ver ela.

"Porque se não tivesse gostado deste, eu ia encontrar um que gostasse." ele diz confiante.

"Oh. E então as suas coisas?"

"Podemos ir buscar amanhã, tenho roupa no meu porta-mala."

"O que há com isso afinal?" ele tem sempre tanta roupa no seu carro.

"Não sei por acaso. Acho que apenas não sabe quando vai precisar de roupa." ele encolhe os olhos.

"Vamos à loja e comprar a merda que precisamos para a cozinha e alguma comida." o Harry diz.

"Ok." a minha barriga têm sido enchida com borboletas desde que entrei no apartamento.

"Posso dirigir o seu carro outra vez?" pergunto quando chegamos à entrada.

"Não sei.." ele sorri.

"Pintou o meu carro sem a minha permissão, acho que ganhei o privilégio." seguro a minha mão e ele rola os olhos antes de colocar as chaves nela.

"Então gosta do meu carro? Anda bem, não é?" ele se gaba.

"É normal." minto. Adoro a forma como ele anda.

A localização do prédio não podia ser melhor, estamos perto de várias lojas, cafés e até um parque. Acabamos indo a Target e o carro está cheio de pratos, panelas e recipientes, e outras coisas que não sabia que íamos precisar, mas parecem ser úteis. Concordamos que precisamos de ir ao supermercado outra hora porque o carro já está cheio. Ofereço para ir depois do meu estágio amanhã se o Harry me fizer uma lista de coisas que gosta. A melhor coisa até agora de vivermos juntos são todos os pequenos detalhes sobre o Harry que eu nunca iria saber. Até passar todas as noites juntos me fez saber coisas que eu nunca tinha reparado, como ele gostar de cereais sem leite, até a ideia de copos diferentes me deixa maluca, ele usa dois tipos diferentes de pasta de dentes, um de manhã e outro à noite, e ele não sabe porquê, apenas usa, e que ele preferia esfregar o chão cem vezes do que ter que encher a máquina de lavar louça. Concordamos que vou sempre lavar a louça desde que ele limpe o chão. Brigamos para trás e para a frente no caixa quando chega a hora de pagar. Eu sei que ele teve que depositar dinheiro pelo apartamento e ele se recusa a me deixar pagar qualquer coisa, exceto a televisão e a eletricidade, o que ele recusou me contar que já estava incluido na renda.

O Harry se fixa na mulher quando ela pega no meu cartão de multibanco e eu lhe dou os parabéns porque ela me tira o cartão sem sequer reconhecer a atitude ele. Quero rir dele, mas ele já está irritado e não quero que a noite fique estragada.

O Harry amua até chegarmos ao apartamento e eu fico calada porque acho isto divertido.

"Talvez tenhamos que fazer duas viagens até aqui para levar tudo." digo.

"Isso é outra coisa, preferia carregar cem sacos do que fazer duas viagens." ele diz e finalmente sorri.

Acabamos tendo que fazer duas viagens porque os pratos são muito pesados. A irritação do Harry cresce, tal como o meu humor. Colocamos todos os pratos nos armários e o Harry encomenda uma pizza. Não consigo evitar em me oferecer para pagar, o que me faz ganhar um olhar e um dedo do meio. Riu e coloco todo o lixo na caixa que os vidros vieram. Eles não estavam brincando quando disseram que o apartamento vinha mobilado, tem tudo o que podemos precisar, um cesto de lixo e até uma cortina no banheiro.

"A pizza vai chegar em trinta minutos. Vou lá embaixo buscar as suas coisas." ele diz.

"Eu vou contigo." ofereço e sigo ele. Ele colocou as minhas coisas em duas caixas e num saco de lixo, o que me faz encolher mas fico calada.

Ele pega numa mão cheia de t-shirts do porta-mala dele e um par de calças, enfiando dentro do saco de lixo com as minhas roupas.

"Boa coisa é que temos um ferro." finalmente digo e olho para o porta-mala antes de ele o fechar.

"Nunca se livrou desses lençóis?" pergunto.

"Oh.. sim. Não, eu ia mas me esqueci." ele diz e desvia o olhar.

"Ok?" me sinto um pouco apreensiva com a reação dele.

"Vamos voltar para cima antes que a pizza chegue." ele diz.

Comemos na mesa e é estranho, mas bom estar comendo o jantar com o Harry em nossa casa.

"Eu te amo." ele diz enquanto coloco os nossos pratos na máquina de lavar.

"Eu te amo." respondo e o meu telefone vibra contra a mesa.

O Harry alcança e toca no ecrã para parar a vibração.

"Quem é?" pergunto.

"Noah?" ele declara e pergunta ao mesmo tempo.

"Oh." eu sei que isto não vai correr bem.

"Ele disse que foi bom falar contigo hoje?" o maxilar dele fica tenso. Me aproximo e tiro o meu telefone do forte aperto dele. Podia jurar que ele ia quebrar-lo na sua mão.

"Sim, ele me ligou hoje." digo com falsa confiança. Eu ia mencionar isso, mas ainda não tinha encontrado a hora certa.

"E..." ele levanta a sobrancelha.

"Ele apenas me disse que viu a minha mãe e queria saber como é que eu estava."

"Porquê?"

"Não sei.. apenas para saber, acho." encolho os ombros e sento na cadeira ao lado dele na mesa.

"Ele não precisa saber como está." ele resmunga.

"Não é nada de especial Harry, eu conheço ele metade da minha vida."

"Não quero saber." os olhos dele estão frios.

"Está sendo ridículo. Acabamos de nos mudar e está preocupado porque o Noah me ligou?" zombo.

"Não tem razão para falar com ele, ele provavelmente pensa que quer ele de volta visto que atendeu a chamada." ele passa as mãos pelo cabelo.

"Não, não pensa. Ele sabe que estou com você." faço o meu melhor para lutar com o meu temperamento.

"Então liga para ele agora e diz para não te ligar mais."

"O quê? Não! Não vou fazer isso. O Noah não fez nada de mal, já o magoei o suficiente, ambos magoamos, por isso não. Não vou dizer isso. Não há mal nenhum em eu ser amiga dele."

"Há sim. Ele pensa que é melhor que eu e ele vai tentar te tirar de mim! Não sou estúpido Tessa. A sua mãe também te quer com ele. Não vou deixar ele tentar tirar o que é meu!" ele levanta a voz.

"Você consegue se ouvir? Parece um louco! Não vou ser detestável com ele porque sente que tem algum titulo maluco em mim!" saiu da cozinha como uma tempestade.

"Não me vire as costas!" ele estronda atrás de mim. Deixa o Harry começar uma briga depois do dia fantástico que tivemos.

"Então para de agir como se fosse meu dono, vou tentar me comprometer com você e te ouvir mais do que tenho feito quando se trata do Noah. Eu iria imediatamente parar de falar com ele se ele tentasse fazer algo ou dizer algo inapropriado, mas ele não fez." estou tentando me aguentar nisto.

"Não gosto dele." ele diz.

"Ok? Eu entendo isso, mas tem que ser razoável. Ele não está tentando me tirar de você, ele não é assim. Esta foi a primeira vez que ele tentou me ligar desde que acabei as coisas com ele."

"E a última." o Harry estala. Rolo os olhos e me dirijo para o pequeno banheiro.

"Que é que está fazendo?" ele pergunta.

"Vou tomar um banho e quando sair espero que tenha parado de agir como uma criança." digo. Estou orgulhosa com a forma que estou enfrentando ele mas não consigo evitar em me sentir mal por ele. Eu sei que ele está apenas com medo de me perder para o Noah, ele tem uns ciúmes profundos sobre mim e o Noah, por causa da forma que eu e o Noah "parecemos" juntos. No papel o Noah é melhor para mim e o Harry sabe disso, mas eu não amo o Noah, eu amo o Harry.

Ele bate com a porta do banheiro quando saí e eu rolo os olhos. Tomo um banho rápido e quando saiu o Harry está deitado na cama apenas de cueca. Fico calada enquanto abro as gavetas para encontrar uns pijamas.

"Não vai usar a minha t-shirt?" a voz dele é lenta.

"Eu.." reparo que ele a dobrou e a colocou na mesa próxima à cama. "Obrigada." puxa ela pela cabeça. O familiar cheiro de menta quase me faz esquecer que eu deveria estar com raiva dele.

"Bem, isto foi uma boa noite." xingo e coloca a minha toalha no banheiro.

"Vem aqui." ele diz quando volto a entrar no quarto.

Hesitante ando até ele e ele se senta no fim da cama, me puxando para ficar entre as pernas dele.

"Desculpa." ele olha para mim.

"Pelo quê?"

"Por agir como um homem das cavernas." ele diz e não consigo evitar em rir. "E por arruinar a nossa primeira noite juntos." ele adiciona.

"Obrigada. Temos que falar destas coisas em vez de jogar tudo em cima de mim." enrolo o cabelo dele perto do pescoço entre os meus dedos.

"Eu sei. Podemos falar sobre não falar mais com ele?" ele meio que sorri.

"Não hoje." suspiro. Vou ter que encontrar um meio termo com ele.

"Olha para nós resolvendo os nossos problemas." ele ri.

"Espero que os nossos vizinhos não sintam falta das tardes calmas deles." brinco com ele.

"Eles não teriam silêncio de qualquer maneira." ignoro a marca preversa dele.

"Não queria mesmo arruinar a noite." ele diz novamente.

"Eu sei, não está arruinada. São apenas oito horas." sorriu.

"Queria tirar aquele vestido de você." diz. Os olhos dele escurecem.

"Posso vesti-lo novamente." digo no que é uma tentativa de ser sexy. Sem uma palavra ele se levanta e me coloca no ombro dele. Eu grito e tento bater com as minhas pernas nele.

"O que está fazendo!" grito.

"Estou indo buscar aquele vestido." ele ri e me carrega até ao cesto de roupa suja.

AFTER (Tradução Português/BR)Onde histórias criam vida. Descubra agora