C a p í t u l o 9

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A semana passou de forma um tanto apressada, e até calma, sem muitas reuniões. Contudo, parte de mim estava preocupada, pois querendo ou não o financeiro não estava na melhor época e necessitava de mais acionistas, com a festa da Joyer's se aproximando não poderia negar ser uma ótima oportunidade de consegui-los. 

Não estava muito a vontade para ir á mesma, mas era necessário. 

Hoje é sexta feira, e a Flávia está super animada com o 'encontro', devo admitir que estava mais entusiasmada do que imaginei. 

Há um ponhado de roupas em cima da mesa, enquanto as fito pensando no que vestir... Vamos á um restaurante muito  bem falada perto da paulista, essa é a vantagem de se morar do coração de São Paulo. 

Meu pai me ajudou a financiar este apartamento quando me divorciei, e realmente me apaixonei pelo local de vista, contudo é inegável certo incomodo nas épocas festivas onde há grande movimentação na avenida. 

O toque do meu celular ecoa pelo ambiente, pego-o de cima da cama. 

-Alô. 

-Lau, está tudo de pé, certo? -A voz de Flávia soa pelo auto falante. 

-Sim, Flá, pela quinta vez. 

-Desculpe, estou ansiosa. -Diz com a voz um pouco tremula. 

-Tudo bem. Até daqui meia hora. 

-Ótimo, até! 

Encerro a chamada. 

Torno meu olhar para as inumeras peças de roupas, vestido seria apropriado? Ou seria melhor uma calça? Macacão? Saia? Short? Pensando pelo local creio que o melhor, ainda por me sentir mais confortável, seria melhor uma combinação de calça com uma blusa mais larguinha. 

Opto por uma calça jeans preta, uma blusa regata também preta, e uma jaqueta jeans clara. Escolho um colar longo que na cor dourada, que se destaca no fundo preto. Preferi não usar brincos, não gosto muito, e apenas os uso quando não tenho muito opções. 

Faço uma maquiagem simples, completando-a com um batom vermelho. Amo batons vermelhos.

Deixo meus cabelos soltos, os mesmo adquirem um movimento por serem ondulados. Fito meu reflexo e gosto do que vejo. 

Por fim, visto uma sapatilha, uso salto continuamente, e quando não preciso usá-los aprecio a oportunidade. 

Percebo pela janela que o sol já se pôs, o relogio marca sete e cinquenta, bem na hora. Após uma última checada caminho em direção a saída, passo pelo hall, e adentro ao elevador que estava em meu andar. Se estivesse com mais tempo iria de escada... 

Cumprimento o porteiro, assim deixo meu prédio. 

Há um beleza na avenida paulista que me encanta, por mais que seja tomada por prédios, ao ver sua extensão e os prédios perfeitamente alinhados vejo-os o quão bela a mesma é. 

Caminho tranquilamente pela calçada vendo a movimentação na rua, e na ciclovia, muitas das pessoas estão voltando do trabalho, creio que se tivesse de pegar trem e ônibus todos os dias provavelmente optaria por viver em uma cidade mais calma. 

Avisto o restaurante, é um pouco luxuoso, e chama bastante atenção de quem passa. Avisto minha amiga com seu noivo na entrada do estabelecimento. Miguel é um homem muito bonito, tem alguns traços árabes, ainda mais por sua descendência, com traços fortes e marcantes. Cabelos negros, olhos castanhos e lábios carnudos. 

O mesmo é um pouco mais alto que minha amiga, o que a permite se aconchegar com facilidade em seu abraço. 

-Oi, gente. -Cumprimento-os. 

Minha amiga me abraça entusiasmada. Depois, abraço seu noivo. 

-Quanto tempo, Laura. -Diz sorrindo. 

-Pois é! Você foi, e demorou pra voltar, hein! 

-A Flávia foi me visitar da última vez, por isso demorei para vir. -Responde sorrindo. 

-Então, como é o seu amigo? 

-Ele é um cara legal, pode confiar. 

Seu olhar se foca em algo atrás de mim, e vejo minha amiga arregala os olhos acenando para o lado, creio que ela pensa estar sendo sutil, mas sabemos que Flávia e sutileza não combinam nem um pouco. 

-Oi, e aí cara? -Uma voz masculina surge ao meu lado, e vejo um homem cumprimentar Miguel. 

Fito suas roupas, uma calça jeans vermelha, camisa preta e um tenis também preto. 

-E aí, Paulo. Quanto tempo. -O namorado de minha amiga diz, parece feliz ao reencontrá-lo.

-Pois é! Oi, Flávia. -Diz abraçando minha amiga. 

-Oi, Paulo esta é minha amiga Laura, Laura este é o Paulo. -Ela diz assim que se desvinculam. O homem me fita, e então posso vê-lo melhor, seus cabelos são castanhos claros, olhos castanhos, um sorriso realmente atraente, barba por fazer e aquele bigode que se consegue enrolar no final.

Ele se aproxima e deposita um beijo em minha bochecha. 

-Oi, prazer. -Digo retribuindo o cumprimento. 

-O prazer é todo meu. -Responde sorrindo. 

Juntos, adentramos os quatro no restaurante, a iluminação é baixa trazendo uma ar romantico, cada mesa tem seu próprio mini lustre, há um balcão onde é a cozinha. 

Nos sentamos em uma mesa no canto esquerdo, onde os bancos na verdade são como sofás com estofados vermelhos, e a mesa é preta. 

Flávia se senta ao meu lado, fazendo assim com que Paulo fique a minha frente, percebo que seu braço é quase todo fechado por tatuagens. 

Vejo-o sorrir ao perceber que o fito.


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