Paulo Vitor
Fito minha namorada do outro lado da mesa rir de uma história contada pela minha cunhada, que conheci hoje, elas se parecem bastante, contudo Laura tem os traços mais fortes do que a irmã.
-Ah, ela me deixava louca! -Laura diz apontando pra irmã.
-Lógico, ser mais nova tem que me servir pra algo. -Responde rindo. -Crianças, o papo e a comida estão ótimas mas tenho que ir... Achei que quando voltasse iria descobrir que estávamos ricos, mas parece que erraram este roteiro aqui, então preciso ir trabalhar amanhã beeem cedinho. -Ela se levanta, e o fazemos também. -Paulo, foi um prazer te conhecer, realmente minha irmã fez uma boa escolha, e você uma ótima escolha. Não a faça sofrer, senão se verá comigo.
-Pode deixar, vou cuidar muito bem dela. -Respondo vendo-a sorrir.
Logo em seguida a mesma se despede de Laura e eu, minha namorada a acompanha até a porta enquanto começo a retirar os pratos da mesa.
-Ah, eu tava com muita saudade dela. -Diz retornando com um sorriso.
-Eu imagino, irmãos fazem isso. Acho que o maior tempo que fiquei longe de Sara foi um mês.
Ela sorri, e me auxilia.
Sinto o aroma doce dos cabelos de Laura que está aconchegada ao meu abraço no sofá onde estamos deitados.
-Eu estava pensando, o que quer fazer no casamento?-Pergunto.
-Hm, na verdade eu não queria festa e nem nada disso. -Responde parecendo um pouco receosa.
-Não?
-Eu já me casei uma vez, tive a festa e foi quase que atoa já que o casamento não durou, eu quero aproveitar esse dinheiro ao seu lado.
-O que te fizer feliz, por mim tudo bem. E sabe minha paixão por viajar.
-Obrigada. -Diz fitando-me.
-Pelo que?
-Me amar, me fazer ver a vida por uma outra perspectiva. Eu achava que me amava, mas quando a possibilidade de um relacionamento surgiu a insegurança me tomou, e eu me senti impotente. -Ela se ajeita no sofá. -Eu acho que tinha me esquecido do amor em si, e não apenas o amor romântico, mas o amor que é descrito em Coríntios 13, minha mãe sempre lia quando era pequena e nunca foi um amor que eu consegui compreender, mas quando eu te conheci entedi que o amor do Autor da existência se expressa de muitas formas, e uma delas é o cuidado. Foi cuidado de Deus eu ter te conhecido, eu ao menos consigo compreender o amor dEle, mas eu aceito e agradeço por Ele ter me permitido viver ao seu lado. -Seus olhos estão marejados e um sorriso nos lábios.
-Meu bem, eu entendo plenamente o que diz. -Falo enquanto seguro seu rosto com minhas mãos. -Quando eu ganhei a Maria me senti perdido, e pior me culpado pela partida da mãe dela, afinal era a hora errada de ter uma filha, parecia que tudo estava desmoronando. Mas então eu em meio a todo o caos que me encontrava senti paz, foi bom porque as viagens pra Itália ou pra qualquer outro lugar não me permitiam aquilo, como aquele momento que mesmo aos gritos de uma recém nascida eu senti paz. Então meus olhos se encheram de lágrimas, e eu chorei mais que a própria Maria, contudo foi de felicidade, de amor, de paz... Então eu senti algo suave, como um chamado de volta, e eu entendi que não era mais sobre mim ou sobre as coisas que eu achava estarem sob meu controle, era sobre Deus e a imensidão do cuidado dEle, desde então eu nunca mais consegui ser o mesmo.
-Oh céus é exatamente assim que me sinto. -Diz com um sorriso e algumas lágrimas rolando por seu rosto.
Dou-lhe um breve beijo.
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A Noite Que Nos Conhecemos
RomanceObra registrada! Plágio é crime! Laura Gabriela era a típica mulher destemida e com uma auto estima nas alturas, alguns diziam que por seu peso sua auto estima não deveria ser tão intocável como aparentava ser, mas isso não causava nenhum impacto ao...