Laura Gabriela.
-Não posso te forçar a isso.-Paulo diz assim que propus o que se passava em minha mente.
-E lá está forçando? Eu quem propus! Se nós casarmos você tem uma vantagem, e não vejo algo de errado. Nos amamos.
Paulo dá um sorriso.
-Eu sei que eu me jogaria nisso, sem nem pensar duas vezes... Mas você tem certeza?
-Eu quero o me aproxime de você, o que me faz estar sempre com você. Se quiser a gente vai viajar o mundo eu, você e a Maria. -Digo vendo-o sorrir.
-Acha que Camila consegue a guarda?
-Acho que podemos orar dizendo nossa vontade, e também pedir a Ele que faça a dEle. -Respondo vendo-o expressar um sorriso um pouco tristonho.
-Meu pai sempre me disse que eu precisava orar por mim, que isso era o mínimo que um homem pode fazer por si mesmo.
-Seu pai sempre tem sábios conselhos. Vai dar tudo certo, meu bem. Já deu.
-Eu sei que sim! Eu acredito nisso.
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Paulo passou por mim um pouco nervoso, e de maneira um tanto distraída mexe o estrogonofe que ferve na panela que está no fogo.
-Paulo, você precisa ficar calmo. -Digo deixando de lado o alho que estava descascando.
-Como vou contar a minha filha que ela tem mãe e pior que ela não a quis, mas mudou de ideia cinco anos depois? -Pergunta com a voz embargada.
Puxo-o para uma braço.
-Vamos contar juntos, não vai demorar e seremos uma família legalmente. Eu sei que ela só tem cinco anos, mas Maria é uma menina muito inteligente... Nós vamos dar um jeito. -Sussurro ao seu ouvido. -Quer fazer uma prece? -Pergunto me desvinculando.
Ele assente.
Seguro suas mãos, fechamos nossos olhos.
-Obrigada, Deus, por tudo. Simplesmente por tudo, obrigada pela Maria. Peço que o Senhor prepare o jovem coração dela para tudo que virá, que ela possa se sentir amada mesmo que algumas circunstâncias a diga que ela foi rejeitada. Que acima de tudo ela sinta o Seu amor, que este homem a minha frente me apresentou, que a pequena Maria se sinta tão amada quanto eu me sinto por Ti. E eu peço que o Senhor faça sua justiça neste tribunal, que o Senhor faça a sua vontade, nós te agradecemos, pois sei que tudo já deu certo! Amém. -Abro meus olhos fitando um Paulo emocionado.
-Vai dar tudo certo. -Falo vendo-o sorrir.
-Já deu. -Diz.
Abro a boca para dizer algo, porém o som da campainha soa, vejo o homem a minha frente secar suas lágrimas, começo a caminhar em direção a porta. Abro-a.
Vejo minha sogra e a pequena Maria, que aparentar estar cansada, sorrindo.
-Oi, Laura.
-Oi. -Cumprimento minha sogra com um breve abraço.
-Essa menininha está morrendo de sono. -Diz adentrando junto a Maria.
-Eu imagino. -Falo sorrindo acompanhando-as.
-Oi princesa. -Paulo diz pegando a filha no colo que logo se aconchega em seu abraço. -Oi mãe.
-Oi, filho. Tá tudo bem? -Pergunta percebendo seu semblante.
-Maria, vamos tomar um banho? -Pergunto chamando a atenção da pequena que estica os bracinhos em minha direção. Pego-a no colo e caminho em direção ao banheiro na intenção de dar maior privacidade à eles.
Ligo o chuveiro e deixo que a água fique morna, enquanto auxilio-a a tirar suas roupas. Não vendo maiores alternativas, tranco a porta, me dispo e adentro ao box com ela.
-Tia, não quero lavar o cabelo. -Diz resmungando.
-Ah não? Mas ele tá cheio de areia, onde sua vó te levou?
-No parquinho perto da casa de Manu. -Responde.
-Então está explicado. -Falo rindo.
Passo o shampoo, e enxaguo passando logo em seguida o condicionador. Após uns quinze minutos, tanto eu, quanto ela estamos de banho tomado, e Maria está com seu pijama da capitã marvel. Sim, ela ama filmes de heróis.
Deito-a na cama, dou-lhe um beijo de boa noite. E quando estava me levantando senti sua mãozinha em meu braço, me impedindo.
-Tia?
-Hm? -Questiono fitando-a.
-O papai tá triste?
-Não, ele só tá cansado. Dorme com Deus, pequena.
Apago a luz, e encosto a porta. Retomo a caminhada em direção a cozinha encontrando Paulo e sua mãe ainda conversando, meu namorado agora tem um semblante mais calmo, parece um pouco aliviado.
-Então, vocês irão se casar? -Pergunta sorrindo, fito-a um pouco assustada. -Ei, fique tranquila. Super apoio vocês.
-Mesmo com tão pouco tempo?
-Quem tem cinquenta anos de casado já passou pelo tempo que vocês tem juntos... Gostei de você desde o momento em que te vi, sei que meu filho fez uma ótima escolha não apenas para si, mas também para minha neta.
Relaxo meus ombros.
-Obrigada, isso realmente é importante pra mim.
-Eu disse isso ao Paulo, e vou dizer a você também, não fiquem preocupados por mais que algumas coisas vá contra vocês no tribunal nós cremos em Deus, e acima disso Ele sabe de tudo, mais que o próprio juíz. Irá dar tudo certo.
-Obrigada. É, ainda não sabemos como contar à Maria sobre sua mãe, tem alguma ideia?
-Nenhuma além da sinceridade. -Responde não tão mais animada.
Sorrio um pouco desanimada por saber que tem razão.
Conversamos mais um pouco, e logo ela se despede de nós, nos deixando a sós.
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A Noite Que Nos Conhecemos
RomanceObra registrada! Plágio é crime! Laura Gabriela era a típica mulher destemida e com uma auto estima nas alturas, alguns diziam que por seu peso sua auto estima não deveria ser tão intocável como aparentava ser, mas isso não causava nenhum impacto ao...