C a p í t u l o 36

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Laura Gabriela.

-Não posso te forçar a isso.-Paulo diz assim que propus o que se passava em minha mente.

-E lá está forçando? Eu quem propus! Se nós casarmos você tem uma vantagem, e não vejo algo de errado. Nos amamos.

Paulo dá um sorriso.

-Eu sei que eu me jogaria nisso, sem nem pensar duas vezes... Mas você tem certeza?

-Eu quero o me aproxime de você, o que me faz estar sempre com você. Se quiser a gente vai viajar o mundo eu, você e a Maria. -Digo vendo-o sorrir.

-Acha que Camila consegue a guarda?

-Acho que podemos orar dizendo nossa vontade, e também pedir a Ele que faça a dEle. -Respondo vendo-o expressar um sorriso um pouco tristonho.

-Meu pai sempre me disse que eu precisava orar por mim, que isso era o mínimo que um homem pode fazer por si mesmo.

-Seu pai sempre tem sábios conselhos. Vai dar tudo certo, meu bem. Já deu.

-Eu sei que sim! Eu acredito nisso.

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Paulo passou por mim um pouco nervoso, e de maneira um tanto distraída mexe o estrogonofe que ferve na panela que está no fogo. 

-Paulo, você precisa ficar calmo. -Digo deixando de lado o alho que estava descascando. 

-Como vou contar a minha filha que ela tem mãe e pior que ela não a quis, mas mudou de ideia cinco anos depois? -Pergunta com a voz embargada. 

Puxo-o para uma braço. 

-Vamos contar juntos, não vai demorar e seremos uma família legalmente. Eu sei que ela só tem cinco anos, mas Maria é uma menina muito inteligente... Nós vamos dar um jeito. -Sussurro ao seu ouvido. -Quer fazer uma prece? -Pergunto me desvinculando. 

Ele assente. 

Seguro suas mãos, fechamos nossos olhos. 

-Obrigada, Deus, por tudo. Simplesmente por tudo, obrigada pela Maria. Peço que o Senhor prepare o jovem coração dela para tudo que virá, que ela possa se sentir amada mesmo que algumas circunstâncias a diga que ela foi rejeitada. Que acima de tudo ela sinta o Seu amor, que este homem a minha frente me apresentou, que a pequena Maria se sinta tão amada quanto eu me sinto por Ti. E eu peço que o Senhor faça sua justiça neste tribunal, que o Senhor faça a sua vontade, nós te agradecemos, pois sei que tudo já deu certo! Amém. -Abro meus olhos fitando um Paulo emocionado. 

-Vai dar tudo certo. -Falo vendo-o sorrir. 

-Já deu. -Diz. 

Abro a boca para dizer algo, porém o som da campainha soa, vejo o homem a minha frente secar suas lágrimas, começo a caminhar em direção a porta. Abro-a. 

Vejo minha sogra e a pequena Maria, que aparentar estar cansada, sorrindo. 

-Oi, Laura. 

-Oi. -Cumprimento minha sogra com um breve abraço. 

-Essa menininha está morrendo de sono. -Diz adentrando junto a Maria. 

-Eu imagino. -Falo sorrindo acompanhando-as. 

-Oi princesa. -Paulo diz pegando a filha no colo que logo se aconchega em seu abraço. -Oi mãe. 

-Oi, filho. Tá tudo bem? -Pergunta percebendo seu semblante. 

-Maria, vamos tomar um banho? -Pergunto chamando a atenção da pequena que estica os bracinhos em minha direção. Pego-a no colo e caminho em direção ao banheiro na intenção de dar maior privacidade à eles. 

Ligo o chuveiro e deixo que a água fique morna, enquanto auxilio-a a tirar suas roupas. Não vendo maiores alternativas, tranco a porta, me dispo e adentro ao box com ela. 

-Tia, não quero lavar o cabelo. -Diz resmungando. 

-Ah não? Mas ele tá cheio de areia, onde sua vó te levou? 

-No parquinho perto da casa de Manu. -Responde. 

-Então está explicado. -Falo rindo. 

Passo o shampoo, e enxaguo passando logo em seguida o condicionador. Após uns quinze minutos, tanto eu, quanto ela estamos de banho tomado, e Maria está com seu pijama da capitã marvel. Sim, ela ama filmes de heróis. 

Deito-a na cama, dou-lhe um beijo de boa noite. E quando estava me levantando senti sua mãozinha em meu braço, me impedindo. 

-Tia? 

-Hm? -Questiono fitando-a. 

-O  papai tá triste? 

-Não, ele só tá cansado. Dorme com Deus, pequena. 

Apago a luz, e encosto a porta. Retomo a caminhada em direção a cozinha encontrando Paulo e sua mãe ainda conversando, meu namorado agora tem um semblante mais calmo, parece um pouco aliviado. 

-Então, vocês irão se casar? -Pergunta sorrindo, fito-a um pouco assustada. -Ei, fique tranquila. Super apoio vocês. 

-Mesmo com tão pouco tempo? 

-Quem tem cinquenta anos de casado já passou pelo tempo que vocês tem juntos... Gostei de você desde o momento em que te vi, sei que meu filho fez uma ótima escolha não apenas para si, mas também para minha neta. 

Relaxo meus ombros. 

-Obrigada, isso realmente é importante pra mim.

-Eu disse isso ao Paulo, e vou dizer a você também, não fiquem preocupados por mais que algumas coisas vá contra vocês no tribunal nós cremos em Deus, e acima disso Ele sabe de tudo, mais que o próprio juíz. Irá dar tudo certo. 

-Obrigada. É, ainda não sabemos como contar à Maria sobre sua mãe, tem alguma ideia? 

-Nenhuma além da sinceridade. -Responde não tão mais animada. 

Sorrio um pouco desanimada por saber que tem razão. 

Conversamos mais um pouco, e logo ela se despede de nós, nos deixando a sós. 



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