C a p í t u l o 31

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Laura Gabriela.

Paulo parece extremamente concentrado na execução do prato. Sua equipe parece saber muito bem o que está fazendo, levando em consideração que nunca fui uma grande conhecedora da culinária italiana estou ansiosa para provar os pratos.

Hora outra ele me fita e sorri, já Maria ao meu lado parece ainda mais ansiosa do que eu, e já perdi a conta de quantas vezes ela gritou ' vai papai'.

Angelina narra toda a competição criando assim uma animação na platéia, e posso dizer que nunca vi este restaurante tão lotado quanto hoje. Realmente, parece que este evento é bem aguardado na redondeza.

Depois do tempo estipulado ambas as equipes estão frente ao seu biombo, e os pratos já estão sendo servidos, votaremos em forma de números, 1 e 2. O número 1 é o de Alessandro, já o número 2 é o de Paulo.

O primeiro prato chega a nossa mesa, agradeço ao garçom e auxilio Maria para que a mesma também prove. Após, começo a comer, e o gosto é maravilhoso.

Nunca havia experimentado risotto de Milão, e realmente é muito bom. Não demora muito até o segundo prato chegar, e como da primeira vez auxilio Maria.

Está tão bom quanto o outro, maravilhoso na verdade. A única diferença perceptível é que o segundo está um pouco mais apimentado, nada muito exagerado, na medida certa eu diria.

Quando os garçons passam recolhendo os votos, dobro o papel com o número 2 desenhado e coloco na cartola.

-Então muito bem!-Angelina começa a dizer. -Os votos já estão aqui! E será contato ao vivo!

Após uns vinte minutos e com os votos já contabilizados.

-E já temos um vencedor!-Ela grita no microfone.-Realmente meu bem, acho que o aprendiz superou o mestre!

E a platéia vai a loucura apenas com essa frase, o sorriso orgulhoso do pai de Paulo não nega a felicidade.

-Paulo é o vencedor!

Sua equipe comemora, e Maria sai correndo em direção ao pai, que a pega no colo balançando-a.

O microfone é passado ao Alessandro.

-Não tem como ficar triste, apenas fico feliz por perder pro mesmo sangue! Ano que vem eu ganho de ti Ragazzo!-Diz em seu sotaque carregado.

-Veremos, veremos!-Paulo diz sendo um pouco sufocado pelo abraço da filha.

Ele pega o microfone, e coloca Maria novamente ao chão.

-Agradeço a presença de todos, como sabem essa é uma das únicas oportunidades de se comer quase de graça aqui. -Todos riem.- Mas não é por dinheiro, mas sim pela paixão que cozinhamos! Até o ano que vem!

Ao som da salva de palmas pai e filho se cumprimentam.

Um tempo depois finalmente o avisto caminhar ao meu encontro, por um breve instante seus lábios se unem ao meu, como um cumprimento.

-Paulo.-Repreendo-o.

-O que foi?-Pergunta confuso.

-Seus pais e sua filha estão vendo.

-Foi mal, mas é que te beijar é bom demais pra esperar. -Responde sorrindo, acho que está tão feliz que mesmo se iniciar uma briga agora o mesmo não parará de rir.

Mais tarde, depois que o restaurante já fora fechado Angelina nos chamou para tomar um café em sua casa, Paulo aceitou prontamente. Eu apenas assenti.

Quer dizer, isso é novo. Assustadoramente novo.

Maria insistiu em ir com os avós, então Paulo e eu seguimos até seu automóvel. Adentramos.

-Parabéns, estou orgulhosa. -Falo referindo-me a competição.

-Obrigado!

Ele liga o rádio, e acelera pelas ruas de São Paulo.

-Hm, você acha ruim irmos para a casa dos meus pais?-Pergunta revezando o olhar entre a estrada e eu.

-Não. -Sim.

-Laura... -Ele me fita com aquele olhar se quem não acredita no que ouviu.

-É que é estranho, eu acabei de conhecê-los, e vou para a casa deles? Não é rápido demais?

Vejo-o apertar o volante, parece apreensivo.

-Hm, eu estava pensando nisso, mas não sei como você irá reagir.

-Como assim?

-Você apressa as coisas, mas tá... Eu tava pensando em te pedir em namoro.

-É não está pensando mais?

Seu riso preenche o ambiente.

-Logico que estou, é que eu meio que tô fazendo.

Um riso nervoso escapa por meus lábios.

-Eu achei que a gente meio que tava namorando quando você me pediu pra tentar ontem a noite.

-Então estou pedindo oficialmente. -Diz. Você aceita?

-Claro que eu aceito!

Paulo pega minha mão depositando um beijo no dorço da mesma.

-Acho que Maria irá amar a novidade.

-Eu também. -Falo sorrindo, pois sei que ele está certo.



A Noite Que Nos ConhecemosOnde histórias criam vida. Descubra agora