Laura Gabriela.
Meu dia foi mais tranquilo do que o anterior. Fui á empresa, e apenas me foquei no trabalho. Ao invés de sair as seis da tarde, preferi voltar a casa uma hora mais cedo.
Cheguei, tomei um banho, e tomei um rápido café da tarde.
Pego meu celular, sento-me no sofá com o tão confortável pijama e fico vendo alguns vídeos. O som da campanhia soa.
Droga, é o meu momento de relaxar.
Mesmo contrariada, me levanto, e me direciono até a porta. Abro-a.
Paulo com um sorriso amarelo está do outro lado.
-Oi. -Cumprimento-o.
-Oi. Sei que é abusar da sorte, mas você poderia ficar com a Maria hoje? Era meu dia de folga, mas deu mó rolo no restaurante e preciso ir pra lá, e minha babá tem vestibular amanhã, então não pode ficar com ela, e minha irmã viajou.
-Oh, claro. Sem problemas, estou mesmo te devendo uma.
-Obrigado, ela não dá trabalho desde que a mantenha alimentada. -Diz sorrindo.
-Claro, não prometo alimentá-la de forma tão saudável, mas com fome ela não fica.
-Valeu, vou buscar ela.
Em questão de poucos instantes vejo-a caminhar em minha direção com uma mochilinha nas costas e um sorriso nos lábios.
-Oi, Laura! -Diz animada.
-Oi, Maria.
-Qualquer coisa me liga. -Paulo diz.
-Não tenho seu número.
-Ah, claro. Esqueci. Me dê seu celular.
Passo o aparelho ao mesmo que logo anota o número, o salva na lista de contatos. Após me devolve o celular.
-Pronto. -Paulo se abaixa ficando na altura da filha. -Maria, se comporte. Obedeça a Laura, tá bem?
-Tá.
-Papai te ama. Fica com Deus. -Ele dá um beijo na bochecha dela e se levantando ficando novamente na minha altura.
-Obrigado, Laura. E juro que antes das duas eu pego ela.
-Tranquilo, nós vamos nos divertir muito, né Maria? -Pergunto fitando-a.
-A gente pode assistir a 'Bela e a Fera'?
-O que você quiser. -Respondo sorrindo.
-Bem, eu vou indo. Qualquer coisa me liga.
-Pode deixar.
Ele se despede mais uma vez da filha e adentra ao elevador que estava em nosso andar.
Maria caminha para dentro de meu apartamento, fecho a porta atrás de mim. Seus olhinhos varrem o local reconhecendo o novo ambiente.
-Então, você gosta da sua babá?
-Sim, a Joyce é muito legal. Mas parece que ela ia fazer alguma coisa pra entrar em uma escola... Eu gosto da minha escolinha.
-Ah, é? E como é lá?
-Tem um monte de gente da minha idade, e as profe falou que eu posso ser o que eu quiser!
Sorrio.
-E o que você quer ser?
-Hm, acho que chefe igual ao papai.
-Eu sei que sua comida será tão deliciosa quanto a dele.
-Vou pedir pra ele me ensinar. -Diz animada.
Sorrio.
-Laura, você tem desenho?
-Hm, tem um catalago na tv a cabo. -Falo pegando o controle ligando a televisão.
-Tem 'A Bela e a Fera'?
-Tem.
-A gente pode assistir? -Pergunta.
-Claro. Que tal com pipoca e brigadeiro?
-Quero!
-Você me ajuda?
-Sim!!!
A pequena Maria me segue até a cozinha, pego uma panela no armário embaixo da pia.
-Você pega o leite condensado naquele armário? -Peço apontando para o mesmo.
Em questão de poucos instantes a garotinha volta com a lata em suas mãos. Abro o recipiente e o despejo na panela. Pego a manteiga e o achocolatado completando a tipíca receita brasileira.
Pego uma cadeira, e Maria sobe na mesma para mexer o brigadeiro. Seu sorriso realmente expressa a felicidade por fazer algo que se assemelhe a profissão do pai.
E pensando por este lado, descobri que Paulo é um bom pai, menos atrapalhado do que imaginei,contudo Maria é apaixonada pelo mesmo.
Minutos depois o brigadeiro já está em um prato, e no congelador para esfriar mais rapidamente. E a pipoca devidamente estourada.
-Posso colocar o play? -Maria grita da sala.
-Não, espera aí. Também quero assistir.
Ouço um suspiro vindo da sala, e isso me faz rir.
Levando o brigadeiro, a pipoca e ainda por cima o refrigerante vou até a sala. Coloco o prato e a bacia em cima da mesa de centro. E o refrigerante no chão.
-Agora você pode colocar o play. -Falo vendo-a sorrir empolgada, pelo visto teremos uma longa noite...
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A Noite Que Nos Conhecemos
RomanceObra registrada! Plágio é crime! Laura Gabriela era a típica mulher destemida e com uma auto estima nas alturas, alguns diziam que por seu peso sua auto estima não deveria ser tão intocável como aparentava ser, mas isso não causava nenhum impacto ao...