Laura Gabriela
Quando me casei pensei que as coisas seriam mais fáceis. Mais divertidas, e até mesmo intensas.
E não posso negar que esta etapa não fora intensa, na realidade creio que suavidade não se fez presentes nestes dois anos que passei ao lado de Marcos. Em que fui dele.
No momento que disse 'sim' no altar eu o amava, acho que era recíproco...
Neste exato instante encontro-me fitando meu reflexo no espelho, meu marido tem razão estou acima do peso, e não sou mais desejável quanto antes, consigo compreender sua falta de desejo por mim. Afinal, ninguém gosta muito de algo que fuja dos padrões.
Meu cabelo é uma mistura de louro claro com escuro, como luzes naturais... Nunca mexi neles, na verdade sempre os deixei naturais por ver a real beleza neles, seu comprimento é médio quase chega aos meus seios. Minha pele é branca, meus olhos um pouco esverdeados, meu pai costumava dizer que sua cor muda dependendo da emoção que estou sentindo, gosto de imaginar dessa forma.
Uso uma langerie simples, por mais que seja um martirio para mim me ver dessa forma, não consigo controlar, e todas as manhãs me pego reparando nos defeitos que encontro em mim mesma.
Enxugo uma lágrima solitária. Respiro fundo e desvio meu olhar do reflexo voltando-me para a roupa que está na cama de casal já organizada. Visto-me.
Com um short jeans claro e uma camisa antiga de Marcos saio do nosso quarto caminhando pelo corredor em direção à cozinha, preciso fazer o almoço antes que ele chegue.
Nossa casa não é tão grande, na verdade contém três quartos, dois banheiros, cozinha e sala. Está bom pra mim, nunca fui de desejar o luxo, na verdade me contento com as coisas singelas da vida, contudo ultimamente parece que nem isso estou conseguindo fazer.
Tudo parece um eco dentro mim, e sei que isso acontece porque me sinto vazia. Só.
É estranha essa sensação que não provém de mim, porém toma conta de toda a minha essência. Questiono-me o que Marcos viu em mim, já que nem eu mais me enxergo quando me olho.
Engulo a seco, prendo meu cabelo em um coque improvisado e pego algumas panelas no armário embutido. Coloco-as no fogão.
Abro a geladeira e pego o alho triturado, a cebola e um ramo de salsinha.
Sempre gostei muito de cozinhar, creio que sempre fora minha paixão, me sentia realizada. Feliz ao fazê-lo.
Mas parece que com o tempo essa paixão se foi, ou apenas se perdeu dentro de mim, talvez seja isso.
Nego com a cabeça, esses pensamentos estão sem lógica nenhuma, acho que apenas estou em um mal dia. Talvez seja isso, um mês ruim, um ano ruim, um tempo ruim... Todos passam por isso, certo?
Dou início a preparação, lavo o arroz, corto a carne, tudo como de costume. Quando me casei disse ao meu marido que desejava trabalhar, contudo, o mesmo me rebateu dizendo que não era necessário, que supriria minhas necessidades. Bem, talvez ele saiba realmente do que eu necessito, já que eu não sei...
Depois de um tempo tudo está pronto, estou sentada na mesa apenas esperando-o. e desejando que o mesmo esteja de bom humor, algo raro.
Checo minhas redes sociais, verifico meus e-mails, vejo alguns vídeos no youtube e nada. Marcos está atrasado, mas ele nunca se atrasa, na verdade repudia isso com seus empregados.
Decido ligar para ele. Disco seu número e começo a ouvir os toques da chamada.
Um, dois, três... No quarto alguém atende.
-Alô. -Uma voz feminina ecoa pelo auto falante.
-Oi, este é o celular do Marcos, certo? -Pergunto um pouco insegura, já que liguei em seu telefone pessoal.
-Hm, sim.
-E quem está falando?
-A namorada dele, do que se trata seu assunto com ele moça?
Por mais que tenha ouvido, não compreendi.
-O que?
-Qual o seu assunto com ele?
-Você é namorada dele? -Pergunto sentindo uma náusea me atingir ao pronunciar tal frase.
-Sou, estamos juntos há seis meses.
Talvez eu devesse começar uma briga, ou ir até lá para tirar minhas próprias conclusões... Contudo estou paralisada.
Encerro a chamada.
Coloco o celular novamente na madeira da mesa fria. Sinto meus olhos marejarem, e meu coração se aperta por um momento sabendo que esta não foi a primeira vez e com o medo de não ser a última.
_______________E eu lhes apresento a Laura Gabriela!! Ahhh ansiedade me define!
Bora iniciar mais um 😍 daqui a pouco posto o primeiro capítulo
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A Noite Que Nos Conhecemos
RomanceObra registrada! Plágio é crime! Laura Gabriela era a típica mulher destemida e com uma auto estima nas alturas, alguns diziam que por seu peso sua auto estima não deveria ser tão intocável como aparentava ser, mas isso não causava nenhum impacto ao...