Laura Gabriela.
-Se arrepende do que viveu com Camila? -Pergunto desviando meu olhar para a paisagem.
-Não, foi muito bom, acho que me arrependo por ela ter abnegado ficar com a própria filha. Maria sente falta dessas coisas.
-Sinto muito.
-E você, se arrepende de ter casado?
Fito-o. Engulo a seco.
-Eu não, as vezes sim, as vezes não.
Paulo assente, sem mais questionamentos.
Permanecemos mais alguns minutos ali, e então nos preparamos para retornar as nossas casas. Todo o percurso é feito em um silêncio confortavel. Quando dou por mim ele está estacionando em sua vaga, no subsolo.
Começo a me afastar do carro.
-Vamos de escada, certo? -Paulo pergunta me fazendo sorrir.
-Claro.
Seis andares de escada não são tanto, e faz com que me sinta mais segura.
-Você teve aquela crise de pânico por medo do elevador? -Pergunta.
-Marcos tinha vindo me 'visitar' na noite anterior, e me fez ter más memórias sobre algumas coisas, além de eu ter feito a besteira de entrar no elevador, também... Acho que foi um acúmulo de tudo.
-Entendo. Não se sente segura perto dele?
-Se sentiria seguro se Camila voltasse?
-Não. Ainda mais por Maria.
-Exatamente, simplesmente não me sinto, e talvez os boatos que tenha ouvido dele podem ser verdade... Eu só não gosto de ficar lembrando.
-Tudo bem, desculpe.
-Não peça desculpas, precisamos nos conhecer, certo? -Pergunto vendo-o sorrir, seu sorriso é tão bonito, ainda mais com esse bigodinho que só fica charmoso nele.
Chegamos ao nosso andar, as luzes do hall se ascendem pelo sensor.
-Vou te levar até sua porta. -Diz me fazendo rir. - O que foi?
-São uns seis passos.
-Sou um cavalheiro, Laura...
Pego minha chave, destranco a porta. Viro-me para me despedir.
Fito os olhos do homem a minha frente, tão profundos. Sinto minha boca salivar a medida que meu olhar recai sobre seus lábios.
Talvez estejamos próximos demais, ou será impressão minha?
Paulo se aproxima ainda mais, e por um breve segundo acreditei que o mesmo me beijaria, contudo seus lábios entram em contato com a pele de minha bochecha, causando-me uma sensação de frustração.
O que está havendo comigo?
-Boa noite, Laura. -Dito isso o mesmo se vira e caminha até a porta de seu apartamento.
-Boa noite.
Adentro em minha casa, fecho a porta atrás de mim, encostando-me na mesma.
É impossível impedir que me sinta como uma adolescente, contudo é um sentimento bom que preciso com tudo de mim impossibilitar que venha a tona.
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Uma semana depois...
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A Noite Que Nos Conhecemos
RomanceObra registrada! Plágio é crime! Laura Gabriela era a típica mulher destemida e com uma auto estima nas alturas, alguns diziam que por seu peso sua auto estima não deveria ser tão intocável como aparentava ser, mas isso não causava nenhum impacto ao...