Laura Gabriela.
Paulo descelerou o carro no estacionamento privado. Estalei meus dedos um pouco nervosa.
-Vai dar tudo certo. -Sua voz soa pelo ambiente chamando minha atenção.
Sorrio.
-Vai sim.
O mesmo desce do carro, dá a volta e abre a porta do passageiro permitindo minha descida.
-Obrigada. -Falo fitando-o.
-De nada, senhorita. -Diz oferecendo seu braço, aceito.
Começamos a caminhar em direção ao estabelecimento extremamente luxuoso e rústico, se assemelha á um castelo. Ao fim de nossos passos nos encontramos subindo uma escadaria que dá acesso ao evento em si.
-Nomes, por gentileza. - O segurança pede fitando-nos.
-Laura Gabriela, e Paulo Vitor, meu acompanhante. -Falo sorrindo.
-Claro... Hm, tudo certo, podem entrar. -Responde com um sorriso amigável.
-Obrigada.
Prosseguimos em direção a entrada. O ambiente está muito iluminado, cor predominante da decoração é dourada, Marcos sempre teve esse ar exagerado.
-Sabe qual é nossa mesa? -Paulo pergunta em um tom de voz um pouco mais alto por conta da música.
-Não, vamos na sorte.
-Laura! -A voz de meu ex- mariado nos faz virar. Ele está em um terno feito sob medida, e com seu sorriso de trabalho.
-Marcos.
-Quanto tempo! -O mesmo me abraça, retribuo.
-Nem tanto assim.
-Eu sou o Paulo. -A voz do homem ao meu lado soa, e faz com que o olhar de meu ex-marido se desvie para ele.
-Você é filho do Alessandro Coppola?
-Sim, Paulo Vitor Coppola, prazer. -Diz com um sorriso debochado.
Marcos engole a seco.
-Como conhece a Laura?
-Pergunte a mesma, ela não é muda. -Responde fitando-o fixamente. Marcos desvia o olhar para o meu.
-Como se conheceram, querida?
-Paulo e eu nos conhecemos em um encontro arranjado e desde então nos conhecendo melhor... -Respondo, sinto Paulo acariciar minha mão. Ainda bem que ele está comigo, seria terrível vir à esta festa sozinha.
-Não me disse nada disso no dia em que fui ao seu apartamento, querida.
-Mas ela me disse, e afinal quem precisa ser atualizado sou eu. -Paulo o responde, e a expressão de meu ex-marido está um misto de raiva, incredulidade e diria até mesmo vergonha... Sinto uma leve vontade de rir, contudo me contenho.
Vejo-o abrir a boca para responder ao meu acompanhante, porém uma mulher o chama. Após se virar para se certificar de que era com ele mesmo retorna seu olhar a nós.
-Precisam de mim, mas reservei um lugar pra você...
-Vocês. -Digo.
-Isso, claro pra vocês, na mesa principal. Fiquem a vontade. -Dito isso observo-o se afastar.
Solto parte do ar que prendia, sentindo-me mais aliviada pela maior distância entre nós.
-Ele é realmente, encantador. -Paulo ironiza me fazendo rir.
-Ah, eu só quero que termine. -Sussurro.
-E eu quero provar a comida.
-Vamos nos sentar. -Falo começando a caminhar em direção a mesa principal que está parcialmente cheia.
Sentamo-nos, por debaixo da mesa sinto que Paulo entrelaça nossas mãos, e isso me faz sorrir. Realmente seu apoio hoje está sendo essencial.
-Laura, quanto tempo! -Uma voz masculina ecoa fazendo-me erguer o olhar.
-Theo. -Levanto-me, abraço-o. -Quanto tempo! -Digo assim que nos desvinculamos.
-Sim, desde que se mudou nunca mais a vi. E nossa, vocês tá bem diferente.
-Hm, esse é o Paulo, e Paulo este é o Theo um velho e bom amigo.
-Oi -Paulo diz o cumprimentando com um aperto de mão.
Meu amigo tem trinta e sete anos, olhos esverdeados, cabelos arruivados, e uma barba mista entre o louro e o ruivo.
-E onde está Vanessa? -Pergunto.
-Ah, em Paris. Ela disse 'preciso de um tempo na capital da moda pra gerar uma inspiração', eu disse vá... Ela volta daqui uns quinze dias.
-Ah sim. Sinto falta de vocês.
-Nem fale. Precisamos marcar um café, soube que abrirá uma nova cafeteria na avenida Paulista.
Direciono meu olhar a Paulo sabendo que provavelmente meu amigo se refere ao projeto dele.
-O nome será 'ICoffe' se eu não me engano.
-É será esse nome mesmo. -Paulo diz.
-Você é o dono?
-Sim. Planejo abri-la em breve.
-Espera, você não é dono do Alessandro's? Oh, eu sei de onde te conheço, você é filho do Coppola.
-Sim, eu sou. -Responde sorrindo.
-Conheço seu pai há tempos, como ele está?
-Agitado, e um pouco ranzinza como todo bom italiano.
-Mande abraços a ele. É um bom homem. Agora sei que está em ótima companhia, Laura.
-Pois é. -Falo vendo-o sorrir.
-Vou socializar um pouco, e espero retornar a mesa ainda com ânimo. Até mais.
-Você é um homem bem conhecido. -Falo quando somos deixados a sós.
-Meu pai é, e o sobrenome Coppola também... Você fica mais leve quando seu ex-marido não tá por perto.
-Eu sei.
-Então acho que é um ótima deixa pra te fazer esquecê-lo pelo resto da noite. Vamos. -Diz puxando-me.
-Pra onde?
-Pra pista de dança, oras.
-Nem pensar. -Falo interrompendo meus passos.
-Qual o problema?
-Não sou boa dançarina.
-E quem disse que pra se divertir precisa ser especialista? Só precisa de movimento, vem.
Mesmo um pouco contrariada o sigo pra a então não tão movimentada pista de dança.
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A Noite Que Nos Conhecemos
RomanceObra registrada! Plágio é crime! Laura Gabriela era a típica mulher destemida e com uma auto estima nas alturas, alguns diziam que por seu peso sua auto estima não deveria ser tão intocável como aparentava ser, mas isso não causava nenhum impacto ao...