C a p í t u l o 27

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Laura Gabriela. 

Paulo descelerou o carro no estacionamento privado. Estalei meus dedos um pouco nervosa. 

-Vai dar tudo certo. -Sua voz soa pelo ambiente chamando minha atenção. 

Sorrio. 

-Vai sim. 

O mesmo desce do carro, dá a volta e abre a porta do passageiro permitindo minha descida. 

-Obrigada. -Falo fitando-o. 

-De nada, senhorita. -Diz oferecendo seu braço, aceito. 

Começamos a caminhar em direção ao estabelecimento extremamente luxuoso e rústico, se assemelha á um castelo. Ao fim de nossos passos nos encontramos subindo uma escadaria que dá acesso ao evento em si. 

-Nomes, por gentileza. - O segurança pede fitando-nos. 

-Laura Gabriela, e Paulo Vitor, meu acompanhante. -Falo sorrindo. 

-Claro... Hm, tudo certo, podem entrar. -Responde com um sorriso amigável. 

-Obrigada. 

Prosseguimos em direção a entrada. O ambiente está muito iluminado,  cor predominante da decoração é dourada, Marcos sempre teve esse ar exagerado. 

-Sabe qual é nossa mesa? -Paulo pergunta em um tom de voz um pouco mais alto por conta da música. 

-Não, vamos na sorte. 

-Laura! -A voz de meu ex- mariado nos faz virar. Ele está em um terno feito sob medida, e com seu sorriso de trabalho. 

-Marcos. 

-Quanto tempo! -O mesmo me abraça, retribuo. 

-Nem tanto assim. 

-Eu sou o Paulo. -A voz do homem ao meu lado soa, e faz com que o olhar de meu ex-marido se desvie para ele. 

-Você é filho do Alessandro Coppola? 

-Sim, Paulo Vitor Coppola, prazer. -Diz com um sorriso debochado. 

Marcos engole a seco. 

-Como conhece a Laura? 

-Pergunte a mesma, ela não é muda. -Responde fitando-o fixamente. Marcos desvia o olhar para o meu. 

-Como se conheceram, querida? 

-Paulo e eu nos conhecemos em um encontro arranjado e desde então nos conhecendo melhor... -Respondo, sinto Paulo acariciar minha mão. Ainda bem que ele está comigo, seria terrível vir à esta festa sozinha. 

-Não me disse nada disso no dia em que fui ao seu apartamento, querida. 

-Mas ela me disse, e afinal quem precisa ser atualizado sou eu. -Paulo o responde, e a expressão de meu ex-marido está um misto de raiva, incredulidade e diria até mesmo vergonha... Sinto uma leve vontade de rir, contudo me contenho. 

Vejo-o abrir a boca para responder ao meu acompanhante, porém uma mulher o chama. Após se virar para se certificar de que era com ele mesmo retorna seu olhar a nós. 

-Precisam de mim, mas reservei um lugar pra você... 

-Vocês. -Digo.

-Isso, claro pra vocês, na mesa principal. Fiquem a vontade. -Dito isso observo-o se afastar. 

Solto parte do ar que prendia, sentindo-me mais aliviada pela maior distância entre nós. 

-Ele é realmente, encantador. -Paulo ironiza me fazendo rir. 

-Ah, eu só quero que termine. -Sussurro. 

-E eu quero provar a comida. 

-Vamos nos sentar. -Falo começando a caminhar em direção a mesa principal que está parcialmente cheia. 

Sentamo-nos, por debaixo da mesa sinto que Paulo entrelaça nossas mãos, e isso me faz sorrir. Realmente seu apoio hoje está sendo essencial. 

-Laura, quanto tempo! -Uma voz masculina ecoa fazendo-me erguer o olhar. 

-Theo. -Levanto-me, abraço-o. -Quanto tempo! -Digo assim que nos desvinculamos. 

-Sim, desde que se mudou nunca mais a vi. E nossa, vocês tá bem diferente. 

-Hm, esse é o Paulo, e Paulo este é o Theo um velho e bom amigo. 

-Oi -Paulo diz o cumprimentando com um aperto de mão. 

Meu amigo tem trinta e sete anos, olhos esverdeados, cabelos arruivados, e uma barba mista entre o louro e o ruivo. 

-E onde está Vanessa? -Pergunto. 

-Ah, em Paris. Ela disse 'preciso de um tempo na capital da moda pra gerar uma inspiração', eu disse vá... Ela volta daqui uns quinze dias. 

-Ah sim. Sinto falta de vocês. 

-Nem fale. Precisamos marcar um café, soube que abrirá uma nova cafeteria na avenida Paulista. 

Direciono meu olhar a Paulo sabendo que provavelmente meu amigo se refere ao projeto dele. 

-O nome será 'ICoffe' se eu não me engano. 

-É será esse nome mesmo. -Paulo diz. 

-Você é o dono? 

-Sim. Planejo abri-la em breve. 

-Espera, você não é dono do Alessandro's? Oh, eu sei de onde te conheço, você é filho do Coppola. 

-Sim, eu sou. -Responde sorrindo. 

-Conheço seu pai há tempos, como ele está? 

-Agitado, e um pouco ranzinza como todo bom italiano. 

-Mande abraços a ele. É um bom homem. Agora sei que está em ótima companhia, Laura. 

-Pois é. -Falo vendo-o sorrir. 

-Vou socializar um pouco, e espero retornar a mesa ainda com ânimo. Até mais. 

-Você é um homem bem conhecido. -Falo quando somos deixados a sós. 

-Meu pai é, e o sobrenome Coppola também... Você fica mais leve quando seu ex-marido não tá por perto. 

-Eu sei. 

-Então acho que é um ótima deixa pra te fazer esquecê-lo pelo resto da noite. Vamos. -Diz puxando-me. 

-Pra onde? 

-Pra pista de dança, oras. 

-Nem pensar. -Falo interrompendo meus passos. 

-Qual o problema? 

-Não sou boa dançarina. 

-E quem disse que pra se divertir precisa ser especialista? Só precisa de movimento, vem. 

Mesmo um pouco contrariada o sigo pra a então não tão movimentada pista de dança.





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