C a p í t u l o 22

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Laura Gabriela. 

Com o jantar pronto, e o filme devidamente concluído nos sentamos a mesa. 

Maria estava agitada, e contava todo a história que acabara de ver ao pai, que ouvia atenciosamente. 

Enquanto ambos estão entretidos, sirvo um pouco de batata palha em meu prato. 

Vejo Paulo fazer o mesmo, pegar o garfo e faca, levando a comida até sua boca. Provando-a. 

-Hm, está muito bom. -Diz fitando-me. 

-Obrigada. -Respondo. 

-Hmmmmm, tá bom mesmo! -A pequena Maria diz me fazendo rir. 

Ouço a porta se abrir, levanto meu olhar um pouco assustada. 

-Laurinha, você não vai acreditar no que aconteceu! -A voz de Samuel ecoa por minha casa, e uma calmaria me invade. -O Samuca aqui não está mais solteiro! 

Ele adentra a sala de jantar, e seus olhar recai sobre Paulo que parece um pouco confuso. 

-Paulo, este é o Samuel, e Samuel esta é a Maria. 

-Oi. -Todos dizem em uníssono. 

-Então, quem é a louca? -Pergunto. 

-Ah, sim. Meu namoro. Lembra da Cristina? 

-A que não gosta de música clássica, e acha que músicas velhas é no tempo da Beyoncé? 

-Essa mesma! -Ele diz caminhando até a cozinha e retornando com um prato. 

-Espera, isso é sério, ela acha que música antiga é Beyonce? -Paulo pergunta desmanchando o sorriso. 

Afirmo. 

-Gente, não a julguem assim! -Samuel diz, fazendo o homem a minha frente rir, bem este é meu amigo ele consegue fazer amizades rapidamente. 

-Meu querido, sempre julgue alguém por sua playlist musical. 

-Não, Laurinha... Não faça isso. Ela é legal, e a gente teve um tcham, sabe? 

-Tcham, Samuel? -Pergunto tentando controlar a vontade de rir. 

-Sim, a química, você entendeu, certo? 

-Mal conheço, mas já tenho dó. -Falo e Paulo ri. 

-Laura, se ela o fizer feliz e vice e versa, tudo bem... -Paulo diz, e então a atenção de meu amigo é novamente direcionada ao mesmo. 

-Então, vocês estão saindo? -Ele pergunta me fazendo engasgar. 

-Você tá namolando a Laura? -A pequena Maria que não parecia prestar ateção na conversa pergunta, fazendo-me tossir ainda mais. 

-Não, meu amor. Sou vizinho dela. 

-Ah, achei que ele seria um dos amigos do Felipe. 

-Não, nós já conversamos, e não há possibilidade de eu sair com um amigo do Fê. 

-Sabe que essas neuras só existe na sua mente, certo? -Samuel questiona com aquele olhar 'sabe que estou certo'. 

-Não, não existe... Além disso, não é pelo meu peso, meu amor. Eles são superficiais, e nunca conseguiriamos discutir coisas sérias como politica, guerras mundiais, ou economia. 

-Mas você precisa de alguém pra ir na festa, não pra ir num debate. 

-Sabe quem é meu ex-marido ou só finge que esqueceu? -Pergunto um pouco séria, e o mesmo ri. Argh. 

-Tá, talvez o Marcos vá querer abordar esses assuntos, mas você é expert em boa parte deles. 

-Marcos, Marcos Vieira é seu ex-marido? -Paulo pergunta. 

-Esse mesmo. -Samuel responde. 

Um sorriso um pouco debochado diria surge em seus lábios. 

-O que foi? -Pergunto, confusa. 

-Meu pai já teve alguns problemas com ele. Mas ficou no passado. 

-Que tipo de problemas? 

-Vendas, e compras de ações, essas coisas. -Responde.- Mas se divorciaram há muito tempo? 

-Dois anos. 

-Ela precisa ir num evento dele, já que boa parte das ações da empresa dela pertencem a ele, e algumas dele à ela... Mas ela não quer ir sozinha. 

-E não devia. -Paulo diz um pouco mais sério. -Se o que ouvi falar dele for verdade me questiono como conseguiu viver no mesmo teto que ele. 

-Nem a gente sabe. -Meu amigo murmura. 

-Que legal o papo sem julgamentos que estamos tendo aqui, achei tendencioso. -Comento desanimada. 

-Não, não estou te julgando, é só que é um pouco difícil imaginar isso. -Paulo responde. 

-Tá, faltam umas duas semanas pra festa? -Samuel pergunta, assinto. -O prazo diminuiu, precisa se decidir logo, Laurinha. Por que não levar o próprio Fê? 

-Porque o Marcos conhece vocês! 

-Tá, então eu vou com você. -A voz do segundo homem em minha sala de jantar me faz desviar o olhar para si. Paulo tem um olhar de divertimento. 

-Ah, nem pensar. -Respondo rindo. 

-Por que não, o Marcos não conhece ele! -Samuel diz. 

-Não pode estar falando sério. -Falo fitando o homem à minha frente. 

-Tô, por que não? Levando em consideração os extremos que nos encontramos posso nos considerar intimos, logo te fazer um favor não é nenhum sacrifício. 

-Então pronto, já tem seu par. -Samuel diz para logo após colocar uma garfada cheia de comida  na boca. 

Apenas fito Paulo que parece certo do que fará. Oh céus, onde é que fui me meter? 







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