Laura Gabriela.
Com o jantar pronto, e o filme devidamente concluído nos sentamos a mesa.
Maria estava agitada, e contava todo a história que acabara de ver ao pai, que ouvia atenciosamente.
Enquanto ambos estão entretidos, sirvo um pouco de batata palha em meu prato.
Vejo Paulo fazer o mesmo, pegar o garfo e faca, levando a comida até sua boca. Provando-a.
-Hm, está muito bom. -Diz fitando-me.
-Obrigada. -Respondo.
-Hmmmmm, tá bom mesmo! -A pequena Maria diz me fazendo rir.
Ouço a porta se abrir, levanto meu olhar um pouco assustada.
-Laurinha, você não vai acreditar no que aconteceu! -A voz de Samuel ecoa por minha casa, e uma calmaria me invade. -O Samuca aqui não está mais solteiro!
Ele adentra a sala de jantar, e seus olhar recai sobre Paulo que parece um pouco confuso.
-Paulo, este é o Samuel, e Samuel esta é a Maria.
-Oi. -Todos dizem em uníssono.
-Então, quem é a louca? -Pergunto.
-Ah, sim. Meu namoro. Lembra da Cristina?
-A que não gosta de música clássica, e acha que músicas velhas é no tempo da Beyoncé?
-Essa mesma! -Ele diz caminhando até a cozinha e retornando com um prato.
-Espera, isso é sério, ela acha que música antiga é Beyonce? -Paulo pergunta desmanchando o sorriso.
Afirmo.
-Gente, não a julguem assim! -Samuel diz, fazendo o homem a minha frente rir, bem este é meu amigo ele consegue fazer amizades rapidamente.
-Meu querido, sempre julgue alguém por sua playlist musical.
-Não, Laurinha... Não faça isso. Ela é legal, e a gente teve um tcham, sabe?
-Tcham, Samuel? -Pergunto tentando controlar a vontade de rir.
-Sim, a química, você entendeu, certo?
-Mal conheço, mas já tenho dó. -Falo e Paulo ri.
-Laura, se ela o fizer feliz e vice e versa, tudo bem... -Paulo diz, e então a atenção de meu amigo é novamente direcionada ao mesmo.
-Então, vocês estão saindo? -Ele pergunta me fazendo engasgar.
-Você tá namolando a Laura? -A pequena Maria que não parecia prestar ateção na conversa pergunta, fazendo-me tossir ainda mais.
-Não, meu amor. Sou vizinho dela.
-Ah, achei que ele seria um dos amigos do Felipe.
-Não, nós já conversamos, e não há possibilidade de eu sair com um amigo do Fê.
-Sabe que essas neuras só existe na sua mente, certo? -Samuel questiona com aquele olhar 'sabe que estou certo'.
-Não, não existe... Além disso, não é pelo meu peso, meu amor. Eles são superficiais, e nunca conseguiriamos discutir coisas sérias como politica, guerras mundiais, ou economia.
-Mas você precisa de alguém pra ir na festa, não pra ir num debate.
-Sabe quem é meu ex-marido ou só finge que esqueceu? -Pergunto um pouco séria, e o mesmo ri. Argh.
-Tá, talvez o Marcos vá querer abordar esses assuntos, mas você é expert em boa parte deles.
-Marcos, Marcos Vieira é seu ex-marido? -Paulo pergunta.
-Esse mesmo. -Samuel responde.
Um sorriso um pouco debochado diria surge em seus lábios.
-O que foi? -Pergunto, confusa.
-Meu pai já teve alguns problemas com ele. Mas ficou no passado.
-Que tipo de problemas?
-Vendas, e compras de ações, essas coisas. -Responde.- Mas se divorciaram há muito tempo?
-Dois anos.
-Ela precisa ir num evento dele, já que boa parte das ações da empresa dela pertencem a ele, e algumas dele à ela... Mas ela não quer ir sozinha.
-E não devia. -Paulo diz um pouco mais sério. -Se o que ouvi falar dele for verdade me questiono como conseguiu viver no mesmo teto que ele.
-Nem a gente sabe. -Meu amigo murmura.
-Que legal o papo sem julgamentos que estamos tendo aqui, achei tendencioso. -Comento desanimada.
-Não, não estou te julgando, é só que é um pouco difícil imaginar isso. -Paulo responde.
-Tá, faltam umas duas semanas pra festa? -Samuel pergunta, assinto. -O prazo diminuiu, precisa se decidir logo, Laurinha. Por que não levar o próprio Fê?
-Porque o Marcos conhece vocês!
-Tá, então eu vou com você. -A voz do segundo homem em minha sala de jantar me faz desviar o olhar para si. Paulo tem um olhar de divertimento.
-Ah, nem pensar. -Respondo rindo.
-Por que não, o Marcos não conhece ele! -Samuel diz.
-Não pode estar falando sério. -Falo fitando o homem à minha frente.
-Tô, por que não? Levando em consideração os extremos que nos encontramos posso nos considerar intimos, logo te fazer um favor não é nenhum sacrifício.
-Então pronto, já tem seu par. -Samuel diz para logo após colocar uma garfada cheia de comida na boca.
Apenas fito Paulo que parece certo do que fará. Oh céus, onde é que fui me meter?
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A Noite Que Nos Conhecemos
RomansObra registrada! Plágio é crime! Laura Gabriela era a típica mulher destemida e com uma auto estima nas alturas, alguns diziam que por seu peso sua auto estima não deveria ser tão intocável como aparentava ser, mas isso não causava nenhum impacto ao...