C a p i t u l o 32

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Laura Gabriela

Chegamos a casa dos meus novos sogros, e é estranho nomeá-los assim, oficialmente.

Contudo, do pouco que pude conhecê-los mais cedo parecem ser boas pessoas. Paulo desceu do carro, deu a volta e abriu a porta do passageiro, isso se tornou um hábito.

Agradeço, e sinto-o entrelaçar nossas mãos, assim caminhamos em direção a casa, que nomearia de luxuosa. Paulo abre a porta, e adentramos.

O hall de entrada é tomado por obras de botticelli, me questiono se são verdadeiras, pois o valor deve ter sido absurdo.

Tudo muito iluminado, o que nos permite apreciar as obras.

Ouço algumas pessoas conversando, contudo o som está um pouco abafado. Seguimos corredor adentro.

Chegamos a sala de estar encontrando  seus pais sentados e mais um casal que aparentam serem um pouco mais velhos que Paulo.

-Ah, finalmente vou conhecer a mulher que chegou neste coração congelado do meu irmão!-Uma mulher morena, e alta, diz levantando-se caminhando até nós, e me abraçando. -É um prazer conhecer, sou a Sara. -Fala assim que se desvincula.

-Prazer, Laura.

-Meu nome é Henrico. -O homem que até então estava sentado ao seu lado me cumprimenta com um sorriso.

-Prazer.

-Gente, vocês estão deixando ela sem jeito. -Paulo diz ao meu lado, e sinto certo alívio por tê-lo neste momento.

-Bem, eu já a conheço, então... -Angelina diz sorridente.

-Há um jantar na cozinha, e uma sobremesa.

-Mas acabamos de comer... -Sussurro a Paulo que sorri diante de minha afirmação.

-Minha irmã e meu cunhado não foram a competição, provavelmente é pra eles. -Sussurra de volta.

Nos sentamos ao lado do casal.

-Então, como vocês se conheceram?-Alessandro pergunta.

-Em um encontro arranjado que nossos amigos fizeram. -Respondo.

-Onde a Maria tá?-Paulo questiona fitando tudo ao seu redor.

-Na sala de brinquedos. -Angelina responde.

-E como dizem hoje em dia, vocês estão ficando?

Sinto minha bochechas esquentarem. Se achei constrangimento esse primeiro contato com a família do namorado? Eu diria até desconfortável.

-Pai ela é minha namorada. -Ele diz apertando levemente minha mão.

-Tá deixando a menina sem jeito! Querida você é muito bem vinda em nossa família, pelo pouco que percebi Maria já tem muito carinho por você. -Angelina diz com um sorriso doce.

-Obrigada, e é impossível não amar a Maria, ela é uma criança incrível.

-Acertou em cheio maninho.

-Bem, vamos comer. -Ele diz se levantando.

Por fim, todos o seguem até a cozinha.

Paulo parte um pedaço da torta holandesa para mim, sorrio em agradecimento.

-Clara!!-A voz da pequena Maria ecoou por todo ambiente.

Pego-a no colo.

-Papai, você não falou que a clara vinha!

-Hm, filha, nós temos uma notícia.-Paulo começa dizer, e tem toda a atenção da filha. -Eu e Laura, a gente tá namorando. -Diz cauteloso.

-A Laura agora é sua namolada?

-É, ela é.

-Eu gosto dela. -Diz ao pai como se eu não estivesse no mesmo ambiente, e isso faz com que as pessoas ao nosso redor sorrirem. 

-Seja bem vinda, Clara. Agora oficialmente. -Sara diz. 

-Obrigada. -Respondo um pouco sem jeito. 

Permanecemos mais um tempo, apenas conversando sobre alguma amenidades, claro que Maria fora o centro das atenções, e é perceptivel a forma com que a familia de Paulo a ama, e demonstra tal carinho sempre que tem a oportunidade. Realmente, eles são muito amorosos. 

Quando deixamos sua casa Maria já estava adormecida no banco traseiro. 

-Você está bem? -A voz de Paulo me traz de volta de meus devaneios. 

-Sim. 

-Tá quieta... 

-Apenas com sono, e com uma leve preocupação sobre o que sua familia deve estar falando de mim, neste exato momento. -Respondo fazendo-o rir. 

-Eles adoraram você, vai por mim. 

Sorrio. 

Não demora muito para chegarmos, e quando finalmente o elevador para em nosso andar auxilio Paulo a abrir a porta, pois o mesmo se encontra com Maria ainda sonolenta em seus braços. 

Adentro, contudo Paulo passa por mim indo em direção ao quarto da filha, enquanto me direciono à cozinha. Pego um copo no armário, enchendo-o logo em seguida de água. 

-Ela apagou mesmo. -A voz dele ecoa pela cozinha, assim que passa pela porta. 

-Ela gastou bem suas energias. -Respondo, para logo em  seguida beber a água. -Estou cansada. -Falo deixando o copo dentro da pia. 

-Precisa descansar, vem almoçar aqui amanhã, eu preparo algo. -Diz se aproximando, e depoistando suas mãos em minha cintura. 

-Hmmm, esse é o lado bom de se namorar um chefe de cozinha!

-Claramente! -Diz, e sela nossos lábios. 

A Noite Que Nos ConhecemosOnde histórias criam vida. Descubra agora