Sete.

2.2K 144 39
                                    

Igor 🌊

Encostado no carro observando o movimento da escola pude ver a Mariela de longe, caminhando na minha direção com uma cara nada boa. Atrás dela vinha o Arthur e até agora não entendo como eles namoram, ele é um otário.

Percebi que eles discutiam e resolvi não me meter, mas quando vi ele empurrando ela e depois quase batendo na mesma, na frente de todos, caminhei até lá.

- Qual foi? Solta ela. - falei grosso vendo ela me olhar assustada. 

- Sai daqui, caralho. - ele gritou apertando mais o braço dela que gemeu de dor. 

- Solta agora. - falei encarando ele que a jogou no chão. - Tá doido? 

- Vai se foder. - respondeu apontando o dedo na minha cara e eu empurrei ele. 

- Tá tudo bem, Igor. Vamos. - Mariela disse e eu encarei o Arthur. 

- É melhor você não encostar mais nela. - falei bravo e ele riu.

- Vai fazer o que? - perguntou debochado. 

- Você não vai querer saber. - falei empurrando ele e senti as mãos da Mariela no meu braço, me puxando. 

- Vamos, por favor. - olhei pra ela que chorava.

- Não encosta mais nela. - falei pela última vez e caminhei até o carro, junto da Mari. 

Assim que entramos no carro o clima pesou, Mariela choramingava no banco de trás, enquanto eu respirava ofegante e Helena nos encarava.

Sem falar nada comecei o meu caminho até minha casa, observava a Mariela pelo retrovisor vendo seu braço vermelho e ela encarando o chão.

Ver ele segurando ela daquela forma me deixou um tanto puto, por mais que não sejamos tão próximo, eu sempre tive um carinho especial por ela assim como ela tem por mim e pelo meu pai. Minha mãe sempre disse que ela tinha alguma conexão com o meu pai, desde criança tia Lavínia pegava ela falando sozinha no quarto e quando perguntava ela respondia ''tô conversando com o titio Lucas, mamãe.'' e isso sempre me tocou, de alguma forma já que o meu pai é a pessoa mais foda que já existiu, mesmo que eu não tenha o conhecido, vejo isso.

- Helena, vai pra casa. - falei parando o carro na frente de casa. - Vou levar a Mariela até em casa.

- Sério, Igor não precisa. - Mariela disse e eu neguei com a cabeça. 

- Fala pra mãe que eu já volto. - falei pra Helena que assentiu e mandou um beijo pra Mariela. - Quer vir pra frente? 

- Tudo bem. - respondeu vindo do meu lado e me encarou. - Obrigada. 

- Tá melhor agora? - perguntei e ela assentiu. - Vou te levar pra casa, diz pra sua mãe isso aí, ele não pode te encostar desse jeito. 

- Acho melhor não contar. - respondeu e eu neguei.

- Tem que contar, Mari. - falei e ela deu de ombros olhando pra janela. 

- Igor? - murmurou enquanto eu a levava pra casa. 

- Oi?

- Você vai fazer o que depois daqui? - perguntou me olhando. 

- Nada, acredito eu. - respondi. 

- Será que a gente poderia ir pra algum lugar que não fosse a minha casa? Não quero ter que explicar tudo, pelo menos agora. - murmurou.

- Poder ser... - falei. - Pra onde quer ir? 

- Tanto faz, me leve pra algum lugar que você goste. - disse e eu assenti, a levando no lugar que eu mais gostava...

•••

- Chegamos. - falei acordando ela que havia cochilado.

- Uau. - disse olhando em volta. - Como você conhece esse lugar? 

- Não sei, só descobri ele. - falei e ela riu baixo. - Quando preciso de paz, venho aqui. 

- Dá pra ver o mar, caramba... - disse saindo do carro e eu a segui.

Estávamos num lugar meio deserto e cheio de árvores, mas lá embaixo dava pra ver o mar e conseguíamos ver também o pôr do sol.

- É muito lindo. - disse sentando. 

- É sim. - falei sentando ao seu lado. - Hum... Por que vocês brigaram? 

- Eu peguei ele beijando outra menina... - disse triste e eu a encarei, como alguém consegue trair?

- Ah, Mari que merda... - murmurei sem saber o que falar.

- Como anda sua vida? - me perguntou.

- De boa, bem agitada. - falei e ela riu fraco.

- E a facul?

- Tá muito bom, tudo é mais prazeroso quando fizemos o que gostamos. - falei e ela assentiu, olhando a paisagem. - Já pensou no que fazer quando sair da escola?

- Ainda não tenho certeza, penso em muitas coisas. - disse. - Acho que medicina...

- Uau. - falei surpreso. - Por que medicina?

- Quero tentar salvar a vida de pessoas, tentar ajudar e transformar muitas vidas. - falou me olhando e eu sorri.

- Tu vai conseguir, acredito na tua capacidade. - falei e ela riu.

- Espero. Que tudo de certo pra você também... - disse e eu assenti.

Depois começamos a conversar sobre coisas aleatórias e eu pude ver ela sorrir algumas vezes, ela tentava ser forte sempre, mas dava pra ver que ela era frágil demais, mas nunca desistia de sorrir.

•••

A praia do amor IIOnde histórias criam vida. Descubra agora