Trinta e seis.

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Victória

Abri os olhos lentamente e rapidamente reconheci o quarto do Mateus. Estranhei ele não estar ali e tentei lembrar de algo do baile, o que foi em vão.

Levantei e segui pra cozinha, procurando remédio pra dor de cabeça, porém acabei vendo uma sacola com algumas coisas dentro. 

''Se alimenta, garota. Me espera que a gente precisa conversar quando eu chegar.''

Sorri boba e sentei pra comer as coisas que ele havia comprado, assim que acabei subi pra tomar um banho...

•••

- Oi gatinho. - falei vendo ele passar pela porta e me ajeitei. 

- E aí. - ele disse seco e eu bufei. 

- Mateus, se for continuar me tratando assim eu vou embora. - falei sentindo um nó se formar na minha garganta. - É um saco estar aqui contigo numa boa e você me tratar assim, sem motivo.

- É sobre isso que eu quero conversar, deixar as coisas claras. - respondeu e eu assenti. 

- Fala então. - sorri falsa. 

- Cara, tu é uma garota incrível e quando começamos a ficar, eu sabia que no final alguém ia se fuder. - suspirou. - Desde o início eu sempre falei pra mim mesmo que eu não podia sentir nada por ti, mas tu é uma diaba e eu tô aqui na moral pra dizer que eu gosto de tu, não vou esconder essas paradas não, gosto mesmo e pronto. 

- Fofo. - brinquei e ele negou. 

- Mas não dá pra continuar essa parada, minha vida vai além do que você conhece, tem muito mais coisa, Victória. - disse e eu assenti sentindo a cabeça doer. - A gente se envolver, vai mudar toda a tua vida, tu vai ser alvo de muita coisa pra me afetar e eu não to afim de perder alguém. Eu iria fazer de tudo pra tu estar bem e segura, mas tem coisas que eu não posso lidar, é foda pra caralho pra mim também, até porque eu tô te curtindo demais. 

- O problema Mateus, é que eu já me envolvi. - respondi e ele negou. 

- Não dá, Victória, eu não quero tu correndo perigo. 

- Mas eu to disposta a correr perigo, desde que eu esteja bem contigo. - respondi. 

- Se qualquer coisa acontecer eu vou me sentir culpado, não dá cara. - passou a mão na cabeça. 

- Já entendi, é mais fácil falar que não quer. - levantei subindo pro quarto pegar as minhas coisas. 

- Victória, dá pra tentar entender? - perguntou me seguindo. 

- Entender o que? Que duas pessoas que se gostam não podem ficar juntas?

- Entender que eu não quero te perder, caralho. - respondeu alto. - Pra mim é melhor te ver feliz e longe, do que não te ver mais. 

- Pronto, entendi. - falei sabendo o quão imatura eu estava sendo, mas eu não queria conversar agora. - Vou embora. 

- Se quiser conversar, me chama. - disse e eu assenti passando pela porta. 

Desci o morro super rápido sentindo algumas lágrimas caírem pelo meu rosto, eu sempre me fodia no final.

Como eu já tinha pedido o Uber, quando cheguei no pé do morro ele já estava lá, apenas entrei e deitei a cabeça na janela pensando. 

Eu sabia que isso não ia prestar, mesmo assim eu me envolvi e me permitir gostar dele. Eu sei que a intenção dele é me proteger, mas ele não sabe que eu só me sinto segura quando eu to com ele e o quão disposta eu estava a correr todos os riscos, só pra ser feliz ao lado dele. 

Pelo jeito ele não se esforçava tanto quanto eu...

•••

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A praia do amor IIOnde histórias criam vida. Descubra agora