Victória
Abri os olhos lentamente e rapidamente reconheci o quarto do Mateus. Estranhei ele não estar ali e tentei lembrar de algo do baile, o que foi em vão.
Levantei e segui pra cozinha, procurando remédio pra dor de cabeça, porém acabei vendo uma sacola com algumas coisas dentro.
''Se alimenta, garota. Me espera que a gente precisa conversar quando eu chegar.''
Sorri boba e sentei pra comer as coisas que ele havia comprado, assim que acabei subi pra tomar um banho...
•••
- Oi gatinho. - falei vendo ele passar pela porta e me ajeitei.
- E aí. - ele disse seco e eu bufei.
- Mateus, se for continuar me tratando assim eu vou embora. - falei sentindo um nó se formar na minha garganta. - É um saco estar aqui contigo numa boa e você me tratar assim, sem motivo.
- É sobre isso que eu quero conversar, deixar as coisas claras. - respondeu e eu assenti.
- Fala então. - sorri falsa.
- Cara, tu é uma garota incrível e quando começamos a ficar, eu sabia que no final alguém ia se fuder. - suspirou. - Desde o início eu sempre falei pra mim mesmo que eu não podia sentir nada por ti, mas tu é uma diaba e eu tô aqui na moral pra dizer que eu gosto de tu, não vou esconder essas paradas não, gosto mesmo e pronto.
- Fofo. - brinquei e ele negou.
- Mas não dá pra continuar essa parada, minha vida vai além do que você conhece, tem muito mais coisa, Victória. - disse e eu assenti sentindo a cabeça doer. - A gente se envolver, vai mudar toda a tua vida, tu vai ser alvo de muita coisa pra me afetar e eu não to afim de perder alguém. Eu iria fazer de tudo pra tu estar bem e segura, mas tem coisas que eu não posso lidar, é foda pra caralho pra mim também, até porque eu tô te curtindo demais.
- O problema Mateus, é que eu já me envolvi. - respondi e ele negou.
- Não dá, Victória, eu não quero tu correndo perigo.
- Mas eu to disposta a correr perigo, desde que eu esteja bem contigo. - respondi.
- Se qualquer coisa acontecer eu vou me sentir culpado, não dá cara. - passou a mão na cabeça.
- Já entendi, é mais fácil falar que não quer. - levantei subindo pro quarto pegar as minhas coisas.
- Victória, dá pra tentar entender? - perguntou me seguindo.
- Entender o que? Que duas pessoas que se gostam não podem ficar juntas?
- Entender que eu não quero te perder, caralho. - respondeu alto. - Pra mim é melhor te ver feliz e longe, do que não te ver mais.
- Pronto, entendi. - falei sabendo o quão imatura eu estava sendo, mas eu não queria conversar agora. - Vou embora.
- Se quiser conversar, me chama. - disse e eu assenti passando pela porta.
Desci o morro super rápido sentindo algumas lágrimas caírem pelo meu rosto, eu sempre me fodia no final.
Como eu já tinha pedido o Uber, quando cheguei no pé do morro ele já estava lá, apenas entrei e deitei a cabeça na janela pensando.
Eu sabia que isso não ia prestar, mesmo assim eu me envolvi e me permitir gostar dele. Eu sei que a intenção dele é me proteger, mas ele não sabe que eu só me sinto segura quando eu to com ele e o quão disposta eu estava a correr todos os riscos, só pra ser feliz ao lado dele.
Pelo jeito ele não se esforçava tanto quanto eu...
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A praia do amor II
RomanceCaminhos diferentes e amores proibidos. Segunda temporada de A praia do amor.