Dezesseis.

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Victória 🌴

• Ligação 

Igor: O que deu, Vic? - disse preocupado. 

Victória: Tem alguém seguindo eu e a Júlia. - falei puxando a Júlia cada vez mais rápido.

Igor: Que Júlia? - perguntou e eu ouvi um barulho.

Victória: Vem logo, Igor. Eu tô aqui perto da pracinha no calçadão, por favor, me ajuda.

Igor: Fica calma, tô indo. 

•••

- Júlia, calma. - falei passando a mão no seu cabelo. - Respira...

- Eu tô com muito medo. - sussurrou e eu a abracei. 

- Não vou deixar ninguém te machucar, tá? - falei e ela assentiu me apertando. - Você tem que se acalmar. 

- Eu tô tentando. - disse respirando fundo enquanto eu olhava em volta. 

- Acho que ele já foi embora. - falei vendo que não havia movimento algum ali. 

- Eu acho que não. - uma voz rouca surgiu atrás de mim. - Júlia, saudades. 

- Vai embora. - falei entrando na frente da Júlia que tremia. 

- Você também é bem gatinha. - disse me olhando. 

- Seu nojento. - falei brava. 

- Acho que você tá precisando de alguma punição. - disse chegando mais próximo e a Júlia caiu sentada no chão. 

- Júlia. - murmurei me agachando. - Calma, o Igor tá vindo. 

- Acho que seu amigo não vai chegar a tempo. - disse segurando meu braço. 

- Me solta! - falei dando um tapa em sua cara. 

- Vagabunda. - me jogou no chão e eu bati a cabeça em alguma coisa, pois comecei a ficar tonta. 

- Sai de perto dela. - me levantei com dificuldade enquanto ele se aproximava da Júlia. 

- Eu estava com saudades de você, Júlia. - disse passando a mão no braço da mesma que se encolheu. 

- Sai daqui, seu nojento. - falei empurrando ele que me olhou furioso. 

- Você me paga. - disse vindo até mim e segurando meu pescoço.

Parecia que nessas horas ninguém estava ali pra te ajudar, porque aquela praça estava deserta, não havia ninguém.

- Me solta. - falei tentando empurra-lo já que ele apertava meu pescoço. 

Foi muito rápido, mas quando olhei o Igor estava em cima daquele velho nojento.

- Filho da puta. - Igor dizia desferindo socos pelo seu rosto enquanto a Júlia olhava tudo nervosa. 

- Júlia, olha pra mim. - segurei seu rosto. - Tá tudo bem, tá? 

- Eu não tô bem, eu tô com medo Victória. - disse chorando. - Eu não aguento mais. 

- Júlia, por favor, respira. - falei pra ela que tremia e chorava. - Igor, a gente tem que levar ela pra casa. 

- Filho da puta do caralho, porra... - Igor murmurou saindo de cima do padrasto da Júlia que estava horrível. - Vamos logo. 

- Júlia, vem. - peguei em sua mão, mas a mesma estava sem forças. 

- Meus pensamentos estão me assustando, Victória. - disse fechando os olhos e foi tudo rápido, eu só vi ela caindo e o Igor vindo até nós.

- Deixa que eu levo ela. - disse pegando a Júlia e por um tempo a encarou. - Vamos levar ela pra onde? 

- Eu não sei. - murmurei. - Acho que pra casa dela.

- A gente deveria levar ela pro hospital. - Igor disse caminhando até seu carro. 

- Eu tenho medo, ela tem um traficante como irmão. - falei suspirando. - Já pensou se a polícia vai lá? 

- Beleza. - disse colocando ela no carro e eu apoiei sua cabeça na minha perna. 

- Vai ficar tudo bem, Jú. - murmurei fazendo carinho na sua cabeça...

•••

Assim que chegamos no pé do morro, desci do carro vendo o MT subindo o morro um pouco longe.

- Ei dona, pode passar assim não. - disse me barrando e eu o encarei nervosa. 

- Eu tenho que passar. - falei tentando passar e os outros apontaram armas pra mim. 

- Quem tu é? - perguntou me encarando. 

- MT! - gritei o ignorando totalmente. 

MT olhou pra trás e pediu para os vapores abaixarem as armas, cada passo até mim meu coração saltava cada vez mais rápido. 

Era agora que eu morria.

- Cade a Júlia, Victória? - perguntou e eu mordi o lábio inferior o encarando. 

- Ela tá no carro, o padrasto dela apareceu ela ficou mal... - passou esbarrando por mim. - A gente precisa subir. 

- Por que tu não me ligou? - disse bolado me olhando. 

- Eu liguei! - gritei. - Você que não atendeu. 

- Abaixa a voz, Victória. - disse e eu olhei em volta, vendo vários moradores ali. - Entra no carro e me segue. 

Fiz o que o mesmo pediu e pedi para que Igor seguisse o mesmo, que subiu o morro de moto. Alguns minutos depois estávamos na frente de uma casa, grande e bonita. 

- Me dá ela aqui. - MT disse chegando próximo do Igor que entregou a Júlia. 

Eles entraram na casa e eu suspirei passando a mão no rosto. 

- O que aconteceu com ela? - ouvi uma voz feminina e entrei pra dentro da casa, que deduzi ser do MT. 

- O padrasto dela apareceu e ela ficou nervosa. - respondi entrando na casa e a mulher me encarou. 

- Victória? - a mulher perguntou e eu a olhei sem entender, assim como MT. 

- Como você sabe meu nome? - perguntei nervosa e ela sorriu negando com a cabeça. 

- Depois a gente conversa. - respondeu cuidando da Júlia e eu suspirei olhando em volta e meus olhos pararam em uma pessoa, MT. 

Ele me encarava e eu sustentei o olhar por um tempo, sendo interrompida pelo Igor. 

- Liguei pra sua mãe, Vic. - disse. - E ela tá vindo...

•••

A praia do amor IIOnde histórias criam vida. Descubra agora