MT 🔥
Encarei a menina da qual eu não lembrava o nome se vestindo, enquanto eu fumava. Ela me olhou e sorriu caminhando até mim.
- Já vou, amorzinho. - disse com aquela voz irritante e eu gargalhei debochado.
- Pega seu dinheiro aí. - falei pra ela que sorriu pegando o dinheiro que eu havia separado.
Respirei fundo e peguei meu celular, vendo o mesmo cheio de notificações, ignorei todas e fui cuidar do meu morro.
Eu entrei pro crime aos dezoito, minha mãe era totalmente contra e o meu pai ao mesmo tempo que apoiava, discordava. Eu sabia que ele já tinha sido dono disso tudo aqui, mas assim que fiz quatorze anos ele saiu, pra não me ''influenciar''. Mas é aquela coisa, você pode até sair do crime, mas quem disse que ele saí de você?
Eu sinto orgulho de tudo isso, mesmo não sendo o certo, é algo que sempre foi meu, foi destinado a mim.
Olhei o LG caminhando até mim, com a cara de corno que ele tinha.
- Eai, viado. - disse sorrindo.
- Tá sorrindo igual palhaço aí, o que foi? - perguntei e ele negou com a cabeça. - Tô de olho em tu.
- Olha quem vem aí. - disse e eu olhei pra onde o mesmo olhava, vendo a Maísa.
Maísa era uma amante que eu tinha, desde sempre esteve comigo, sabe? Já pensei em tornar ela fiel, mas sei lá, não é algo forte.
- Oi bebê. - disse me dando um selinho e sorriu pro LG que saiu rindo.
- E aí. - falei.
- Vai no baile hoje? - perguntou e eu assenti. - Sabe, depois do baile a gente podia ir pra sua casa, que tal?
- Talvez. - sorri forçado. - Preciso ir agora, Maísa. Depois conversamos.
- Tchau, gato. - saiu rebolando e eu neguei observando a raba gostosa que ela tinha.
Guiei pra boca, para resolver os negócios do baile e em seguida fui pra casa da minha mãe, que era no asfalto, mesmo sendo perigoso eu acabava me arriscando.
- Oi, coroa. - falei indo até ela que ao me ver sorriu.
- Oi nada, faz quanto tempo que você não aparece aqui? - gritou me batendo e eu gargalhei da cara dela.
- Calma, mãe. - falei rindo e vi meu pai descendo as escadas. - E aí, pai.
- Fala, Mateus. - disse dando um tapa na minha cabeça. - Como tá o morro?
- Tudo nos conforme. - sorri orgulhoso e ele sorriu de lado, mesmo não assumindo eu sabia que ele queria que eu seguisse as mesmas coisas que ele seguiu.
Meu pai saiu do crime por causa da minha mãe, ela odiava ter a rotina que tinha e queria ter uma vida normal. Ele só fez porque realmente a ama.
Eu por outro lado, não acredito nesse negócio de amor, alma gêmea ou conexão. Pelo menos não conheci alguém que me mostrasse isso, até agora. E diferente do meu pai, eu não largaria o morro por nada e nem por ninguém.
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A praia do amor II
RomanceCaminhos diferentes e amores proibidos. Segunda temporada de A praia do amor.